foto: Simone Albuquerque
Não sei se vocês já perceberam, mas um dos meus brinquedos prediletos, nesse Tivoli Park ambulante que é um barco à vela, é ficar velejando entre as embarcações ancorados numa enseada. Gosto de fazer isso no canal de Itajurú em Cabo Frio, na praia dos Anjos em Arraial do Cabo e na praia de Armação de Búzios. Fico tirando fino de dez centímetros da popa dos outros barcos com a minha canoa alada e o tempo dispara. Quando a gente se diverte a valer o tempo evapora, não é verdade? Mas ai de mim se cometer um erro. Estou ferrado. Quebro o gurupés de cedro pintado de amarelo da Estrela d’Alva e ainda sou obrigado a pagar o conserto do barco abalroado.
Pois bem, brinquei de tirar fino da popa dos charmosos veleiros que participaram da segunda regata de barcos clássicos em Búzios, em novembro do ano passado e fui saudado pela tripulação da maioria deles. Donde se conclui que todo mundo gosta de ver um maluco fazer maluquices. Quando voltei ao ICAB para degustar aquele saboroso churrasco que se seguiu ao término da regata, fui abordado pelo Arnaldo Andrade da Cognac Velas, que me ofereceu uma vela nova de presente.
Pois bem amigos, o Arnaldo provou que é um brasileiro “pas comme les autres”, como dizem os franceses. O Arnaldo acaba de realizar o que me prometeu. Maravilha isso, uma pessoa que promete e depois cumpre o prometido. Graças à generosidade de mestre Arnaldo, a minha querida “Estrela d’Alva” enverga atualmente uma bela vela grande. Bela e branca. Branca e sem número. Do jeito que eu gosto. Odeio números em barcos à vela. Sei que são necessários durante uma regata, mas confesso que os odeio. Pra mim eles matam toda a poesia concreta, que constitui um barco à vela, velejando num braço de MAR.
A nova vela grande, branca, sem número, full-batten e tri-radial, feita em prolan especialmente para a “Estrela d’Alva” pela Cognac Velas é além de bela eficiente. Conseguimos orçar facilmente, eu e meu amigo Evandro Lopes, ao sabor de uma brisa fraca e contra a corrente de maré, no canal de Itajurú. Se além de branca, bonita, sem número, full-batten e tri-radial ela será também resistente e durável isso é o que veremos. Ah, ia me esquecendo. Esta nova vela em prolan é mais pesada que a anterior e foi o próprio Arnaldo quem me alertou para esse detalhe e eu fui conferir. Querem saber quanto? Três quilos. Mas um dos três quilos adicionais, se deve ao peso das talas full-batten em fibra de vidro, que imagino, tornaram-na mais eficiente que a anterior. Seja como for, eu não sou a pessoa adequada para discutir esse assunto. Pouco ou nada entendo da fabricação de velas ou dos tecidos nelas utilizados. O que eu queria dizer pra vocês é que estou felicíssimo com o presente que a Cognac Velas me deu e a Estrela d’Alva mais bela que nunca. O Felipe Grael da UFRJ me disse que as velas de prolan do MV 25 da UFRJ já duram cinco anos. Se a minha durar três anos, velejando semana sim, semana não, como tenho feito desde o início do ano, dou-me por satisfeito. E me daria igualmente por satisfeito, se tivesse pago o preço da vela. Saúde e bons ventos amigo e patrocinador Arnaldo Andrade.
Bons ventos a todos
Fernando Costa
Extrato da newsletter n° 10/2008 de 15 de maio de 2008 - projeto "Estrela d'Alva"
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