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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Shackleton again - intempestivo



Relendo minha mensagem anterior, não resisti à tentação de transcrever aqui pra vocês, na integra ou pelo menos a 80%, o trecho do livro "Cem dias entre céu e MAR", em que mestre Amyr Klink fala sobre Shackleton, que parece ser seu grande guru. Leiam! Só espero que Madame Probabilidade não se zangue comigo.



" O polo estava vencido quando o mesmo Shackleton idealizou e organizou uma expedição transantártica, que partiu em 1914 da Inglaterra com o ousado objetivo de atravessar o continente antártico passando pelo polo. Eram no total 28 homens a bordo do "Endurance", que na verdade nunca alcançou o continente.


Preso no gelo na MAR de Weddell, depois de dez meses de deriva o navio foi destruído. A expedição, acampada em blocos de gelo que derivavam com a corrente, pulando de um para outro iceberg e avançando a remo e à vela, conseguiu alcançar a ilha Elefante a dois quilômetros do lugar do naufrágio, em 15 de abril de 1916.


Estavam há um ano e meio sem pisar em terra firme. Shackleton a bordo de um dos botes que sobrou do navio, a baleeira James Caird, nome do médico do "Endurance" e que foi impermeabilizada com gordura de focas, decidiu então ir buscar socorro nas ilhas Geórgias do Sul e separou cinco homens para ir com ele.


 Numa façanha quase impossível, os seis homens depois de 16 dias gelados, atravessaram 1 200 km da região mais tempestuosa do globo, exatamente no início da estação mais perigosa. Alcançaram o lado sul das Geórgias, não habitado, mas a estação baleeira fica ao norte. E o pequeno barco, coberto de gelo e fazendo água, não venceria a arrebentação da baía Haakon.


Shackleton novamente dividiu o grupo e, com dois homens, e nada mais que 45 metros de corda, escalou uma cadeia de montanhas que até então ninguém vencera, e encontrou do outro lado da ilha a estação baleeira. Duas expedições foram organizadas, uma para resgatar os três companheiros deixados no lado sul da ilha e outra para salvar os que ainda estavam na ilha Elefante.
Quatro meses, três navios e quatro tentativas foram necessárias para que enfim se...

Continua na página 131 de "Cem dias entre céu e MAR" de Amyr Klink, Companhia da Letras



Acabo de seguir através do fantástico Google Earth,  com meus olhos arregalados, que a divina MAR há de comer, com meus cabelos e pelos crespos todos na vertical o longo caminha trilhado pelo hercúleo Shackleton e seus heróicos e fiéis seguidores... Bota fiéis nisso! Eu com apenas cinco dos homens do Shackleton já teria construído 10 "Alegrias", mais 3 "Amizades", mais cinco "Coragens", mais 2 "Audácias". Depois o pessoal aqui de Cabo Frio me chama de maluco porque eu circunaveguei todas as 20 ilhas que se encontram ao largo da costa, entre Arraial do Cabo e Búzios, a bordo de uma canoinha a remo e à vela, com 4,88 m de comprimento sem contar com o gurupés e 1,30 m de boca máxima.
- Louco, eu, colegas velejadores? Louco foi Shackleton! Louco e herói! Louco e o rei dos líderes! Louco e imortal.


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