Estamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nesta hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo, o mar em cima, o firmamento...
E no mar e no céu, a imensidade! "
Castro Alves
O "Navio Negreiro" é considerado por muitos, o mais belo poema escrito por um brasileiro. O jovem baiano Castro Alves o compôs aos 21 anos, dois anos antes de falecer de tuberculose. Ao contrário do monumental poema de Dante Aliguieri que descreve o inferno antes do paraíso, o de Castro Alves pinta o paraíso e só depois o inferno. O paraíso é um belo veleiro singrando o alto-mar em noite enluarada, com todas as velas ao vento.
O Inferno é o mais hediondo crime que já se cometeu na história da Humanidade. A escravidão da pacífica, alegre e criativa raça negra. Os judeus, com toda razão, não cessam de condenar o famigerado Holocausto e eu, com mais razão ainda, não cesso de execrar a escravidão dos gentis negros africanos, pelos cruéis europeus da época. Mas será que a escravidão dos negros já acabou nesse mundo de Deus e do diabo? Tenho minhas dúvidas e vocês?
Fernando Costa
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