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1 – François Gabart, o debutante-líder-recordista deverá completar sua primeira volta ao mundo em solitário talvez ainda hoje, ao cruzar sua própria derrota impressa na carta virtual do site oficial da regata. Palmas pra ele que ele merece e muito nossas palmas.
2 – Parece-me que Jean-Pierre Dick conseguiu reinstalar de forma impecável o estai de proa do seu bólido alado todo-azul-da-cor-da-MAR, porque ele continua a aproximar-se da dupla dinâmica François & Armel devagar, mas sempre. Sinceramente? Consigo conceber isso não. Como pode, um homem sozinho reinstalar com precisão o estai de uma open 60 (que possui um colossal mastro da altura de um edifício de dez andares), no meio do oceano, sob condições meteorológicas severas? Pagaria 1.000 euros, se tivesse 1.000 euros disponíveis, só pra ver o
vídeo desta hercúlea operação, que durou muitas horas. Quantas exatamente não sei. Alguém sabe? Só sei que ele passou um dia todo aquartelado no meio do Atlântico e perdeu dezenas de milhas pro cascudo Alex, que jogou tudo e ganhou hoje o terceiro lugar provisório no pódio da regata
vídeo desta hercúlea operação, que durou muitas horas. Quantas exatamente não sei. Alguém sabe? Só sei que ele passou um dia todo aquartelado no meio do Atlântico e perdeu dezenas de milhas pro cascudo Alex, que jogou tudo e ganhou hoje o terceiro lugar provisório no pódio da regata
3 – Não sei se vocês notaram, mas quatro super-marujos-pseudo-solitários-da-Vendée-Globe dobraram tranquilamente o Cabo Horn num pequeno intervalo de tempo de pouco mais que 24 horas, em condições amenas. Vinte nós de vento e ondas relativamente pequenas. Tanto melhor. Há quatro anos atrás o famigerado Horn andava mais irado. Lembram-se da monstruosa depressão que ameaçou de morte a trinca Arnaud Boissières, Samantha Davies et Brian Thomson?
Hoje vamos falar de uma lição antiga, muito antiga, que mestre Jean Le Cam reeditou há três dias atrás e que tenho quase certeza que comentamos no diário da edição anterior do "Everest dos Mares", há quatro anos atrás. Trata-se de uma manobra simples, fácil, óbvia e ótima pra poupar nosso veleiro da fúria do vento e da MAR idem. Curiosamente tenho visto muito velejador experiente negligencia-la. Quem sabe do que estou falando? Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três, perderam o prêmio, que não seria uma bandeirola da "Estrela d'Alva". Porque? Porque em agosto do ano passado, quando visitei pela primeira vez a paradisíaca ilha Grande, decidi que só velejadores solitários de carteirinha receberão de presente as rubras e acetinadas bandeirolas da Estrela. O prêmio que vocês perderam, seria a cópia de uma preciosa bibliografia, cujo link publicarei em breve, neste nosso oceânico blog. Mas falemos da providencial e clássica manobra de mestre Jean Le Cam, coisa que eu pensei que nenhum super-marujo-pseudo-solitário-da-Vendée-Globe jamais colocasse em prática. Coisa que aprendi sozinho após a quebra de um antigo mastro de madeira da "Estrela". Não deveria, mas vou dar mais uma chance a vocês. A questão é a seguinte. O que devemos fazer pra que nossos veleiros não sofram tensões exageradas, quando MAR e vento estiverem irados? Dou-lhe uma. Dou-lhe duas. Dou-lhe três. Perderam de novo. A resposta certa é cambar em oito e jamais jibear ou cambar em roda. Tem muita gente boa que capotou, perdeu o mastro, foi pras pedras e até pro fundo, por ignorar este princípio tão antigo, quanto a navegação à vela. Quem sabe se Jean-Pierre-Dick não arrebentou a meta-manilha que prendia seu estai de proa, por ter jibeado em vez de cambado em oito? Chega. Tenho mais nada a dizer a respeito. Na verdade tenho sim, mas prefiro calar, porque lição pra ser boa precisa ser curta. Obrigado professor Jean Le Cam pela aula. Gente, o meu aconchegante veleiro "Doliceyou" está navegando de novo, apesar de todo amarrado ao ponton F de França e de Fernando idem. O ponton F é meu e Port Olona inteira é minha, porque ninguém mais mora a bordo, durante o inverno, nesta enorme marina fantasma.
Bons ventos e até amanhã. :)
Fernando Costa
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