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1 – Quatro super-velejadores-pseudo-solitários-da-planetária-Vendée-Globe já navegam do lado de cima do Equador. Perdão, no hemisfério que fica ao norte da linha do Equador Terrestre, que deveria chamar-se Equador Aquático. Seja como for, uma linha não pode ter lado de cima, nem de baixo. Quem escreveu que "Não existe pecado do lado de baixo do Equador cometeu um erro". Um não, dois. Mas voltemos à regata. O jovem francês François Gabart segue velejando em primeiro, o igualmente francês Armel Lecléac'h em segundo, o também francês Jean-Pierre Dick em terceiro e o inglês Alex Thomson em quarto. Qual deles vai ganhar a regata? Sei não. Eu não sei, você não sabe, nenhuma cartomante sabe, ninguém sabe. O futuro graças a Deus ainda continua insondável, como sempre foi e só por isso a vida e as regatas têm graça. O dia que a gente
souber na véspera o que acontecerá no dia seguinte, o tédio invadirá de repente o planeta paralisando todos os seres ainda vivos ad eternum ou seja pra sempre. Querem um palpite? François Gabart. Porque? Porque ele merece! Ele merece! Ele merece!
souber na véspera o que acontecerá no dia seguinte, o tédio invadirá de repente o planeta paralisando todos os seres ainda vivos ad eternum ou seja pra sempre. Querem um palpite? François Gabart. Porque? Porque ele merece! Ele merece! Ele merece!
2 – Tanguy de Lamotte atropelou hoje um tronco flutuante, que lhe danificou ligeiramente um dos lemes, mas por sorte o acidente não chegou a comprometer o bom funcionamento desta indispensável peça de de uma veleiro. Porque indispensável? Porque um veleiro pode velejar sem mastro, sem retranca, sem velas, sem bolina, mas não pode velejar sem leme. Concorda ou sem corda colega marujo? Já sei até o que você vai dizer...
3 – O Rei Jean Le Cam, Dominique Wavre, Arnaud Boissières, Javier Sansó, Mike Golding e Bernard Stamm (DSQ), continuam todos seis enrolados dentro de um saco de gato meteorológico com a boca bem costurada pelo famoso trópico de Capricórnio.
Já falamos muito do nosso convidado de hoje na UTSVG - Universidade de Todos os Saberes da Vendée Globe. Na verdade a maioria dos que acompanham a regata não param de falar dele e de visitar com frequência seu animado e providencial website. E no entanto ele não é o primeiro, não pertence, nem jamais pertenceu à comissão de frente da regata e seu veleiro não é dos mais novos, pelo contrário, é dos mais antigos.
Mas na verdade ele já venceu esta Vendée Globe.
Não, com certeza ele não subirá no pódio da regata, não receberá taça, nem prêmio em dinheiro, mas já é o primeiro no coração da galera que ama, idolatra e venera essa regata incrível, fantástica e extraordinária em tudo.
Estamos falando, é claro, do irresistível Tanguy de Lamotte que graças a muita dedicação, criatividade e coragem conseguiu destacar-se dos demais concorrentes, inventando uma forma nova e original de se comunicar com os espectadores.
Seus ancestrais diretos nessa difícil arte de tornar-se naturalmente popular, (sem apelar para os gadgets típicos dos detestáveis personagens de reality shows televisivos) foram Ellen MacArthur, Samantha Davies e o grande Moitessier, acima e antes de todos.
Uma coisa é você tornar-se temporariamente famoso por ser o mais carismático dentro de uma casa fechada, cheia de sedentários atores canastrões, bonitinhos de cara e corpo, mas vazios de toda essência, que passam 24 horas por dia fofocando, dormindo, transando e participando das mesmas gincanas idiotas de sempre.
Outra coisa é você encarar três oceanos em solitário, sem escalas, sem assistência e passando pelos três cabos mais terríveis do mundo e em paralelo comunicar com eficácia, empatia e "savoir faire" importantes mensagens ao grande público.
Pode até ser, que os ótimos vídeos do Tanguy lembrem de alguma forma os vídeos dos participantes dos reality shows. Isso na aparência, mas no fundo são totalmente diferentes.
Porque?
Poderia responder longamente a esta pergunta, mas infelizmente meu tempo em Sables d'Olonne está se evaporando como neve ao fogo.
Portanto, pensem a respeito e tirem suas próprias conclusões.
Pra não dizer que não falei das flores, citarei uma única diferença, talvez a mais importante.
Tanguy sempre esteve e continua sozinho, após dois meses inteiros na MAR, governando um veleiro de 60 pés de comprimento, que pode envergar mais de 500 m² de e em paralelo inventando, realizando e editando sem ajuda de ninguém todos seus surpreendentes vídeos, transbordantes de ensinamentos, alegria, bom humor e elevados sentimentos. Tiro meu chapelão de palha com toda pompa e circunstância pra você mestre em vela e comunicação Tanguy de Lamotte. A regata ainda não acabou, mas você já é campeão. Pensando bem, à custa de ótimo desempenho de Tanguy de Lamotte, a Vendée Globe transformou-se no nec plus ultra dos Reality Shows, sem jamais ser um típico Reality Show.
Bons ventos e até amanhã.
Fernando Costa, contando o dia a dia da Vendée Globe pra você, diretamente de Sables d'Olonne, na costa oeste da França.
Mas na verdade ele já venceu esta Vendée Globe.
Não, com certeza ele não subirá no pódio da regata, não receberá taça, nem prêmio em dinheiro, mas já é o primeiro no coração da galera que ama, idolatra e venera essa regata incrível, fantástica e extraordinária em tudo.
Estamos falando, é claro, do irresistível Tanguy de Lamotte que graças a muita dedicação, criatividade e coragem conseguiu destacar-se dos demais concorrentes, inventando uma forma nova e original de se comunicar com os espectadores.
Seus ancestrais diretos nessa difícil arte de tornar-se naturalmente popular, (sem apelar para os gadgets típicos dos detestáveis personagens de reality shows televisivos) foram Ellen MacArthur, Samantha Davies e o grande Moitessier, acima e antes de todos.
Uma coisa é você tornar-se temporariamente famoso por ser o mais carismático dentro de uma casa fechada, cheia de sedentários atores canastrões, bonitinhos de cara e corpo, mas vazios de toda essência, que passam 24 horas por dia fofocando, dormindo, transando e participando das mesmas gincanas idiotas de sempre.
Outra coisa é você encarar três oceanos em solitário, sem escalas, sem assistência e passando pelos três cabos mais terríveis do mundo e em paralelo comunicar com eficácia, empatia e "savoir faire" importantes mensagens ao grande público.
Pode até ser, que os ótimos vídeos do Tanguy lembrem de alguma forma os vídeos dos participantes dos reality shows. Isso na aparência, mas no fundo são totalmente diferentes.
Porque?
Poderia responder longamente a esta pergunta, mas infelizmente meu tempo em Sables d'Olonne está se evaporando como neve ao fogo.
Portanto, pensem a respeito e tirem suas próprias conclusões.
Pra não dizer que não falei das flores, citarei uma única diferença, talvez a mais importante.
Tanguy sempre esteve e continua sozinho, após dois meses inteiros na MAR, governando um veleiro de 60 pés de comprimento, que pode envergar mais de 500 m² de e em paralelo inventando, realizando e editando sem ajuda de ninguém todos seus surpreendentes vídeos, transbordantes de ensinamentos, alegria, bom humor e elevados sentimentos. Tiro meu chapelão de palha com toda pompa e circunstância pra você mestre em vela e comunicação Tanguy de Lamotte. A regata ainda não acabou, mas você já é campeão. Pensando bem, à custa de ótimo desempenho de Tanguy de Lamotte, a Vendée Globe transformou-se no nec plus ultra dos Reality Shows, sem jamais ser um típico Reality Show.
Bons ventos e até amanhã.
Fernando Costa, contando o dia a dia da Vendée Globe pra você, diretamente de Sables d'Olonne, na costa oeste da França.
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