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1 – Após ter dormido apenas 5, durante as últimas 72 horas, Bernard Stamm cruzou a longitude do cabo Horn, sem te-lo dobrado, recebeu de presente 150 litros de combustível, do seu amigo Unai Basurko e abandonou oficialmente a regata, embora continue firme na intenção de navegar em solitário até Sables d'Olonne, onde com certeza será recebido com honras de herói grego dos tempos da Odisséia, ele que tornou-se o mais novo descendente de Ulisses, o marujo que mais sofreu nas garras de Netuna. Com a diferença que Ulisses é virtual e eterno e Bernard real, mas efêmero. Efêmero, mas não menos valente, que seu ancestral Ulisses. Acabei de conferir, no site oficial da regata e o post que noticia o abandono de Bernard acaba de bater o recorde no úmero de comentários. Adivinhem quantos. Acertou quem arriscou 665 unidades.
2 – A atual comissão de frente da regata composta pelos super-marujos-pseudo-solitários François Gabart, Armel Le Cléac'h, Jean-Pierre Dick e Alex Thomson começaram a subir a infinita costa brasileira. Alex pretende tangenciar Cabo Frio. Pena que não estarei por lá, a bordo da minha intrépida "Estrela d'Alva" pra sauda-lo com fogos de artifício, como ele bem merece. Mas se me deixarem, farei isso mesmo quando ele voltar pra Sables d'Olonne, onde me encontro há exatos dois meses e dez dias, redigindo este longo diário que o amigo leitor gosta de ler sem
jamais comentar. O que é de se lamentar.
jamais comentar. O que é de se lamentar.
3 – Mike Golding dobrou pela sexta vez hoje, amigos, o famigerado Cabo Horn, ele que foi um dos dois únicos velejadores não-franceses a ter a honra de comparecer ao disputadíssimo pódio da Vendée Globe.
Ontem disse a vocês que a planetária Vendée Globe é, na minha humilde opinião, a melhor escola de vela do mundo e prometi que a cada dia, comentaria uma nova ou antiga lição dela apreendida, até que o último velejador regresse a Sables d'Olonne, encerrando esta sétima edição da regata. Resumimos a lição de ontem nestes termos.
"Melhor prevenir que remediar".
A lição de hoje tem como título o seguinte:
"Navegante que descobre uma ilha, ganha uma nova amiga".
Se você pretende realizar uma viagem por MAR, colega navegante, estude com antecedência todas as ilhas do seu roteiro, pois você poderá precisar muito de uma delas. Porque? Porque se uma tempestade lhe atacar a meio caminho, sua melhor aliada será uma ilha. Só é preciso ter cuidado que toda ilha tem duas faces. Uma face perversa, malvada, traiçoeira e uma face gentil, amiga, protetora. Preciso dizer que o lado perigoso da ilha é barlavento e que o lado providencial é sotavento? Creio que não. Isso todos nós, marujos, sabemos por intuição, desde o berço, não é verdade? Há outros cuidados a tomar com uma ilha. Quando seu barco estiver na iminência de penetrar ou sair da sombra da ilha, toda atenção será pouca, porque é neste ponto que o vento dispara. Ligado colega marujo? Outro cuidado fundamental é ficar sempre de olho na previsão do tempo, pra não ser surpreendido por uma mudança radical na direção do vento. Antes que o vento ronde 180º, você precisa levantar âncora, correr e fundear do outro lado da ilha, antes que Éolo e Netuna juntos atirem seu precioso veleiro em cima das pedras, o que infelizmente aconteceu em setembro do ano passado, com o nossa querida Izabel Pimentel. Onde? Na ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias. Prova de que uma ilha pode ser a tábua de salvação do navegante? Não sei se vocês viram, mas hoje, exatamente hoje, dia 9/1/2013, Bernard Stamm fundeou à sombra da ilha onde mora o famigerado cabo Horn e realizou o reabastecimento do seu open 60 "Chéminées Poujoulat" tranquilo, graças à providencial ajuda do seu amigo espanhol Unai Basurko, que participou da sexta edição da Vendée Globe. Sim, sim, o cabo Horn é um falso cabo. Sabia não amigo leitor? Pois é, um dos mais terríveis cabos do mundo é a ponta sul da ilha de Hornos, que pertence ao Chile. Concluindo, se Bernard Stamm pode abrigar-se à sombra de uma das ilhas mais cascudas do mundo, você poderá abrigar-se com seu veleiro "debaixo da saia" de qualquer ilha. Quem encontra uma ilha conquista uma amiga. E quem conquista uma amiga, encontra uma ilha. Concorda ou sem corda amigo leitor? Adivinha o que acabo de fazer? Circunaveguei a ilha de Hornos, graças ao Google Earth. Lugar sinistro, apesar de lindo. Bons ventos Bernard. Bons ventos colegas velejadores.
Fernando Costa
"Melhor prevenir que remediar".
A lição de hoje tem como título o seguinte:
"Navegante que descobre uma ilha, ganha uma nova amiga".
Se você pretende realizar uma viagem por MAR, colega navegante, estude com antecedência todas as ilhas do seu roteiro, pois você poderá precisar muito de uma delas. Porque? Porque se uma tempestade lhe atacar a meio caminho, sua melhor aliada será uma ilha. Só é preciso ter cuidado que toda ilha tem duas faces. Uma face perversa, malvada, traiçoeira e uma face gentil, amiga, protetora. Preciso dizer que o lado perigoso da ilha é barlavento e que o lado providencial é sotavento? Creio que não. Isso todos nós, marujos, sabemos por intuição, desde o berço, não é verdade? Há outros cuidados a tomar com uma ilha. Quando seu barco estiver na iminência de penetrar ou sair da sombra da ilha, toda atenção será pouca, porque é neste ponto que o vento dispara. Ligado colega marujo? Outro cuidado fundamental é ficar sempre de olho na previsão do tempo, pra não ser surpreendido por uma mudança radical na direção do vento. Antes que o vento ronde 180º, você precisa levantar âncora, correr e fundear do outro lado da ilha, antes que Éolo e Netuna juntos atirem seu precioso veleiro em cima das pedras, o que infelizmente aconteceu em setembro do ano passado, com o nossa querida Izabel Pimentel. Onde? Na ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias. Prova de que uma ilha pode ser a tábua de salvação do navegante? Não sei se vocês viram, mas hoje, exatamente hoje, dia 9/1/2013, Bernard Stamm fundeou à sombra da ilha onde mora o famigerado cabo Horn e realizou o reabastecimento do seu open 60 "Chéminées Poujoulat" tranquilo, graças à providencial ajuda do seu amigo espanhol Unai Basurko, que participou da sexta edição da Vendée Globe. Sim, sim, o cabo Horn é um falso cabo. Sabia não amigo leitor? Pois é, um dos mais terríveis cabos do mundo é a ponta sul da ilha de Hornos, que pertence ao Chile. Concluindo, se Bernard Stamm pode abrigar-se à sombra de uma das ilhas mais cascudas do mundo, você poderá abrigar-se com seu veleiro "debaixo da saia" de qualquer ilha. Quem encontra uma ilha conquista uma amiga. E quem conquista uma amiga, encontra uma ilha. Concorda ou sem corda amigo leitor? Adivinha o que acabo de fazer? Circunaveguei a ilha de Hornos, graças ao Google Earth. Lugar sinistro, apesar de lindo. Bons ventos Bernard. Bons ventos colegas velejadores.
Fernando Costa
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