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sábado, 5 de fevereiro de 2011

A eterna novidade do mundo - Intempestivo

EM BRASILEIRO

Ao longo dos tempos a mídia viciou o leitor na última novidade.
No que acabou de acontecer.
É o que eu chamo de jornalismo do furo.
Inferior ao jornalismo de essência, praticado, por exemplo, pela substâncial POLYRAMA da Barbara Fournier, objeto do meu recente post "Água! Água! Água!"
Esse vício da novidade pra mim é tão grave quanto a gula, pecado capital responsável pela pior pandemia que o mundo já viu, a obesidade.
O vício da novidade leva à obesidade mental.
E a obesidade física ou mental é um pacote de no mínimo dez doenças graves.
Confesso a vocês que desprezo a novidade em prol da essência, da medula, da semente.
Valorizo o eterno em detrimento do simplesmente novo.
Porque o eterno é a eterna-novidade.
A eterna-novidade é light, é essencial como a água de um côco, colhido num coqueiro de ilha deserta, após uma velejada de cinco horas contra vento forte de SW. Sacia sem jamais engordar.


EM PORTUGUÊS

"Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo... "
Alberto Caeiro no meu poema favorito de Fernando Pessoa 
"O guardador de rebanhos"

Acabei de escrevê-lo, e este prólogo está ainda claudicante.
Daqui a uns três ou quatro dias prometo-lhes um melhor.
Disse tudo isso, pra chamar a atenção de vocês pro extrato de uma entrevista já antiga, de um já velejador também antigo e desconhecido do público, pelo menos no Brasil: Jean-François Deniau.
A entrevista é ótima apesar de antiga. Leiam! Está em francês, mas francês é tão fácil ou tão difícil quanto seu irmão português. Não desanimem. Queria publicar a entrevista toda, mas isso não é justo, nem legal. Publico apenas uma pergunta e uma resposta. A entrevista é de 20 de abril de 2006 e sua validade se estende para os próximos 6.000 anos. Talvez por não ter seguido o sábio conselho de mestre Jean-François, é que neste exato momento, o único bi-campeão da Vendée Globe esteja embarcando seu bólido-alado-de-asa-quebrada-Foncia num cargueiro, de volta pra França. Estou falando é claro, do grande Michel Desjoyaux, que foi obrigado a abandonar a "Barcelona World Race Around" após a quebra da parte superior do super mastro do seu veleiro hiper-high-tech.


EM FRANCÊS

Quelles différences voyez-vous entre la plaisance et une régate ou une course au large ?
Il y a deux écoles. Celle de Tabarly, qui est de gagner. Et celle de Moitessier, qui est de vivre en mer. Quand Moitessier s'aperçoit qu'il est en train de remporter la course autour du monde, il abandonne, poursuit sa route, file vers Tahiti et explique : « Je ne veux pas perdre mon âme. » C'est pas pareil que de vouloir gagner une compétition et de sans arrêt être à la limite. Pour Tabarly, ça passe ou ça casse. Dans les deux cas, il y a quand même une règle à ne pas oublier : respecter la mer.

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