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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O MAR é uma mulher sado-amável - Ouvi alguém pedir um reciclado aí?



EM BRASILEIRO

“Então ele se arrastou com precaução até o alto de um rochedo, de onde
 poderia observar o MAR...”

Alexandre Dumas - "O Conde de Monte Cristo"

Sinceramente? Não consigo admitir que nós, brasileiros, e antes de nós, nossos antepassados portugueses consideremos o MAR masculino.




Pra mim o MAR só pode ser feminino, como querem os franceses, que certamente entendem mais de mulher, que nós brasileiros. O MAR, amigos, é feminino em tudo! Estão ligados? Não, não vou entrar em detalhes. Não vou tentar provar-lhes que o MAR é essencialmente feminino pra vocês. Vou abordar um só. Um único aspecto dessa questão delicada. A capacidade de seduzir. Os demais deixo pra vocês refletirem e filosofarem a respeito.
Se a sedução é uma das principais qualidades femininas, o MAR é campeão mundial em sedução que é sinônimo de atração, encanto, charme e fascínio. O diretor do museu do MAR em Paris afirma que o MAR fascina porque faz sonhar. Eu digo que o MAR fascina por várias razões. Leiam!




- O MAR fascina porque é belo e ninguém resiste à beleza.

- O MAR fascina porque é misterioso e ninguém resiste ao mistério.

- O MAR fascina porque é imenso e ninguém resiste à grandeza.

- O MAR fascina porque guarda mil tesouros no seu imo, como diz Luís de Camões e ninguém resiste à riqueza.

- Mas existiria uma razão maior e mais poderosa para justificar a imensa e irresistível sedução que o feminino MAR exerce sobre nós marujos, a ponto de arriscarmos a nossa preciosa e única vida tentando conquistá-lo?

Eis a questão que me intriga há tempos.

E eis a curiosa resposta que encontrei após muito ter pensado a respeito a bordo da minha não-máquina-de-pensar-de-fortuna. Sim, sim amigos, um veleiro navegando em solitário é uma não-máquina-de-pensar. Na verdade, segundo a definição, o veleiro é uma máquina, mas eu prefiro pensar que se trata de uma não-máquina. Pode ser? É que máquina lembra-me motor e vocês sabem que eu odeio motor.

- O MAR nos fascina de forma fatal, colegas marujos, porque no fundo, no fundo, o MAR é uma mulher sado-masoquista. Sado-masoquista não. Sado-masoquista é a mulher que gosta de maltratar e de ser maltratada. O MAR é uma mulher sado-amável.




- Hoje nos maltrata.

- Amanhã nos acaricia.

- Semana que vem nos tortura, para na semana seguinte nos acarinhar novamente.

Esse perverso tratamento é fatal!

E o efeito um só, paixão profunda, arrebatadora e irremediável.

- Convencidos?

- Ainda não?!

- Pois façam um teste com a primeira namorada que vocês arranjarem a partir de hoje. Tratem-na ora bem, ora mal. Sejam gentis com ela durante três dias e maus durante os três dias seguintes. Dêem-lhe três beijos e logo a seguir uma palmada, um puxão de orelhas ou de cabelos mais uma mordida na... Cala-te boca!




- Não, não, nada de exageros, viu? Que tudo demais faz mal, já dizia minha avó Balbina. A idéia é alternar prazer e dor. Conforto e desconforto. Bem estar e mal estar. Estão ligados? Então é isso. Façam isso e depois me contem do tamanho da violenta paixão que vocês despertaram na gata. Semelhante em tudo à profunda e mórbida paixão que, se me permitem, A MAR desperta em nós, marujos, a ponto de perdermos a vida tentando conquistá-la ou reconsquistá-la, não é verdade?

Atenção que este último parágrafo que vocês acabam de ler é força de expressão. Pura alegoria, viu? Não tomem, por favor, minhas palavras teatrais ao pé da letra, que não quero induzir ninguém à violência. Numa mulher não se bate nem com uma flor. Num homem também não. Numa criança nem pensar. Pessoas são para brilhar e não pra serem espancadas. A menos que se trate de legítima defesa.

Um último detalhe

A MAR, assim como as mulheres fatais é mais perigosa para quem não está familiarizado com ela. Portanto, amigos velejadores, velejem mais e namorem mais mulheres fatais, para correrem menos perigos de vida em companhia delas. Pois A MAR pode ser eventualmente perversa, mas jamais assassina. A MAR gosta de nos maltratar hoje sim, amanhã não, mas detesta nos matar. São os nossos erros, e só os nossos erros que nos matam, ! Morram de medo dos nossos erros, colegas marujos, muito mais que da sedutora e caprichosa MAR.
A propósito lanço aqui uma campanha nacional para mudarmos o gênero do MAR de masculino para feminino. Quem estiver de acordo, responda por favor a esta mensagem com a palavra chave CONCORDO.
Ia me esquecendo de falar do excelente “O Conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas, cujo extrato citei acima. Trata-se de um super romance, publicado em 1844 que conta a terrível e minuciosa vingança que o novo milionário e excelente marinheiro Edmond Dantès perpetra contra aqueles que o mandaram injustamente para a prisão no castelo d’If, no sul da França, onde ele passou
nada menos que 13 anos.

Bons ventos a todos

Fernando Costa

Newsletter n° 7 de 3 de abril de 2008 - projeto "Estrela d'Alva"

Um comentário:

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