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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quanto menor o barco maior o marinheiro - antigos diários



Salve amigos aventureiros da MAR!

Não sei se já disse a vocês mas antes de relatar minhas pequenas-grandes aventuras neste blog eu as contava através de newsletters enviadas por e-mails aos amigos e conhecidos, mais uns três ou quatro grupos de debate na net (2007 a 2009).
Antes de redigir newsletters, eu gravava curtas mensagens no meu celular, relatando os acontecimentos mais importantes ao final de cada dia. Foi dos rascunhos dessas curtas mensagens sonoras que nasceram as newsletters.
Mas antes das newsletters, eu mantinha um diário real escrito em folhas de caderno, no tamanho A5, com minha letra péssima que nem eu mesmo entendia, do qual selecionava alguns extratos, que enviava por e-mail aos amigos.
Se vocês me perguntarem se sou extrovertido e gosto de me comunicar,
 eu direi que não.
Na verdade comecei a relatar minhas aventuras, para me proteger de uma certa agressividade potencial, que percebi em algumas pessoas que
 cruzavam meu caminho.
Nós, meta-orangotangos-inconsequentes, não simpatizamos com personagens misteriosos que saem pra navegar em solitário, ao longo de vários dias a bordo de uma canoa à vela artesanal.
Nossa postura diante do desconhecido é violenta.

foto - Henrique Souza

Mas deixemos esse assunto de lado, só queria dizer pra vocês que comecei a relatar minhas pequenas-grandes aventuras marítimas na Costa do Sol, pra me proteger e também pra aumentar minhas chances de sobrevivência em caso de acidente.
E funcionou. Estou vivo até hoje.
Mas depois... Depois descobri que relatar as próprias aventuras traz outras vantagens e nos proporciona novos prazeres...
Mas deixemos de filosofar que a filosofia não está na moda nesses obscuros
 tempos que correm.
Novidades sim. Novidades sempre estiveram na moda em qualquer tempo e lugar. Tenho uma novidade pra vocês. Na verdade uma antiguidade-nova. Ou se preferirem uma novidade-antiga. Serve? Machado, o grande Machado, escreveu que o passado que se ignora vale o futuro. Ofereço-lhes alguns fragmentos do diário da primeira expedição que fiz pra Búzios a bordo da "Estrela d'Alva". Tempo do mastro de eucalipto, velas super usadas e bastante barrigudas, mais uma bolina lateral ineficiente feita com duas tábuas do paineiro.
Estamos em 2004, mes de setembro!
- Ha ha ha ha, iniciante faz tudo errado. Escolhi o mês do vendaval pra minha primeira viagem a Búzios. Doido não, o cão chupando manga!
- De Cabo Frio fui até a praia Rasa em Búzios e depois regressei a Cabo Frio, sempre por MAR.
Naquela época eu raramente dormia à bordo da Estrela. E quando o fazia, subia antes a canoa pra cima da praia, com a ajuda dos pescadores locais.


ANOTAÇÕES DO DIÁRIO

- Penso que pela primeira vez a "Estrela d'Alva" "andou" um pouco contra o vento (entenda-se "orçou"... será?), graças a um aperfeiçoamento que fiz
 nas bolinas laterais.
- Tentei, da praia de Manguinhos chegar até a ilha do Caboclo, praia do Canto,
diante do centro de Búzios.
- Tentei, tentei, mas não consegui.
- De repente o vento tornou-se mais forte e muito instável em direção.
- Ou será que uma corrente marítima me afastou do rumo certo?
- Tive de me contentar com a praia da Tartaruga.
- Praia charmosa que eu não conhecia, cheia de turistas e de grandes barcos que fazem o tour das ilhas.
- Não das 20 ilhas que se estendem entre Arraial do Cabo e Búzios, não, isso é coisa pra malucos como eu.
- Esses barcos fazem o tour de apenas três ilhas: Branca, Feia e Caboclo.
- Moral da estória: os grandões vão pertinho e a pequenininha é que vai longe.
- Ou se preferirem, enquanto os grandes fazem o mais fácil, a pequena e indômita "Estrela d'Alva" tenta o mais difícil, pra compensar sua insignificância.
- A título de consolo lembro do refrão que diz "quanto menor
o barco maior o marinheiro".
- Ouviram? Todos vocês que cruzam por nós, olhando-nos do alto do convés dos seus "imensos barcões" com desprezo?
Sabem? Lendo esses meus antigos diários sinto medo do passado, que dizem, é pior que o medo presente somado ao futuro.

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