Navio - 2013 - foto de Fernando Costa
- "O outro dia" vinha eu remando rumo a terra, quando cruzei com o velejador francês Patrick, do belo veleiro "Skoiern".
- Perfuntei-lhe, qual seu livro favorito Patrick?
- Ele respondeu-me -
"O Profeta", de Gibran Khalil Gibran.
- Não sei se vocês já leram essa maravilha de livro, amigas e amigos leitores?
- Eu?
- Acabo de relê-lo em homenagem ao Patrick com imenso prazer.
- Reli e gravei meus extratos favoritos, para dar-lhe de presente.
- E pra vocês, aqui vai a transcrição do prólogo do livro que cita pelo menos duas vezes a bela palavra MAR, que pra mim só pode ser feminina.
"A Chegada do Navio
Almustafa, o escolhido e bem amado, que era aurora do seu próprio dia, esperara doze anos na cidade de Orfalés pelo navio que havia de o recolher e levar de volta à sua ilha natal.
E no décimo segundo ano, no sétimo dia de Eilul, o mês das colheitas, subiu à colina sem muralhas e pôs-se a olhar para o mar; e viu o seu navio aparecer com a bruma.
Então as portas do seu coração abriram-se e a sua alegria voou longe sobre o mar. E ele fechou os olhos e orou no silêncio da sua alma.
Mas enquanto descia a colina, apoderou-se dele uma grande tristeza e pensou com o coração:
Como poderei partir em paz e sem mágoa? Não, não vou sair da cidade com uma ferida no espírito.
Muitos foram os dias de dor que passei dentro das suas muralhas, e muitas foram as noites de solidão; e quem pode separar-se da dor e da solidão sem mágoa?
Espalhei demasiados fragmentos do espírito por estas ruas, e muitos são os filhos da nostalgia que caminham nus por estas colinas, e não posso afastar-me deles sem peso nem dor.
Não é a roupa que hoje dispo, mas uma pele que arranco com as minhas próprias mãos.
Fernando Costa
- Perfuntei-lhe, qual seu livro favorito Patrick?
- Ele respondeu-me -
"O Profeta", de Gibran Khalil Gibran.
- Não sei se vocês já leram essa maravilha de livro, amigas e amigos leitores?
- Eu?
- Acabo de relê-lo em homenagem ao Patrick com imenso prazer.
- Reli e gravei meus extratos favoritos, para dar-lhe de presente.
- E pra vocês, aqui vai a transcrição do prólogo do livro que cita pelo menos duas vezes a bela palavra MAR, que pra mim só pode ser feminina.
"A Chegada do Navio
Almustafa, o escolhido e bem amado, que era aurora do seu próprio dia, esperara doze anos na cidade de Orfalés pelo navio que havia de o recolher e levar de volta à sua ilha natal.
E no décimo segundo ano, no sétimo dia de Eilul, o mês das colheitas, subiu à colina sem muralhas e pôs-se a olhar para o mar; e viu o seu navio aparecer com a bruma.
Então as portas do seu coração abriram-se e a sua alegria voou longe sobre o mar. E ele fechou os olhos e orou no silêncio da sua alma.
Mas enquanto descia a colina, apoderou-se dele uma grande tristeza e pensou com o coração:
Como poderei partir em paz e sem mágoa? Não, não vou sair da cidade com uma ferida no espírito.
Muitos foram os dias de dor que passei dentro das suas muralhas, e muitas foram as noites de solidão; e quem pode separar-se da dor e da solidão sem mágoa?
Espalhei demasiados fragmentos do espírito por estas ruas, e muitos são os filhos da nostalgia que caminham nus por estas colinas, e não posso afastar-me deles sem peso nem dor.
Não é a roupa que hoje dispo, mas uma pele que arranco com as minhas próprias mãos.
Fernando Costa
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