- Queria dizer-lhes, colegas velejadores, que eu morro de inveja e no minuto seguinte de pena desses super-velejadores, na maioria franceses, que disputam a planetária Vendée Globe.
- Qual o porque da inveja?
- O motivo da inveja*, inveja benigna por favor, é que quando seus bólidos alados avançam com tudo em cima, eles parecem e na verdade o são, verdadeiros príncipes, vice-reis e reis dos mares.
- Os príncipes são os que completam o quase infinito percurso desta hercúlea prova chegando em qualquer posição.
- Os vice-reis são os que sobem no pódio em segundo ou terceiro lugares
- Os reis são os que vencem esta incrível, fantástica, extraordinária maratona aquática.
- Sim, confesso que invejo esses príncipes, vice-reis e reis dos oceanos da Terra, que eu vi velejar de longe em Sables d'Olonne e bem de perto em Itajaí a bordo de suas "carruagens douradas".
- Qual a razão da pena?
- Bem, logo após a inveja vem a pena imensa que sinto deles, quando são obrigados a abandonar a regata, por motivo de avaria ou pior ainda, quando perdem seus ágeis, belos, sofisticados e caríssimos veleiros bem no meio do oceano...
- De príncipes e reis dos mares transformam-se de repente em mendigos dos mares.
- Coitado do Bertrand de Broc cujo veleiro colidiu com um OFNI ao largo de Portugal e abandonou a regata dia 19 de novembro em Fernando de Noronha.
- Coitado do Vincent Riou que também colidiu com um OFNI e foi obrigado a arribar em Cape Town dia 22 de novembro.
- Coitado do Morgan Lagravière que também atropelou um OFNI danificando um dos lemes do seu veleiro Safran abandonando a prova em 24 de novembro.
- Que pena do Tanguy de Lamotte que teve o tope do mastro de "Initiatives Cœur" destruído e foi obrigado a jogar a toalha.
- Lamentável a má sorte do primeiro velejador oriental a participar da regata, Kojiro Shiraishi e que acabou perdendo o mastro do seu belo "Spirit of Yukoh".
- Coitado do Sébastien Josse, cujo veleiro sofreu um avaria num dos foils e foi obrigado a abandonar a regata, ele que vinha navegando em terceiro lugar.
- E por fim, que imensa pena do gentil Kito de Pavant, que lá vai voltando pra casa, órgão do seu precioso veleiro, abandonado bem no meio do perverso oceano Índico.
- Que deus lhes dê coragem para beber do mais amargo dos cálices, o cálice da derrota.
Fernando Costa
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