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Popa do catamarã australiano "Going to the sun", a bordo do qual partiremos em breve rumo ao Caribe - Les Sables d'Olonne, França - em 2 de fevereiro de 2013 - foto de Fernando Costa
Muito bom dia amigas e amigos leitores
Ao contrário do afobado, do precipitado, do atrapalhado brasileiro "Francesco Scrottino" do "Hatuna Matata", (não sei se vocês ainda se lembram dele), o gaulês "Skipper Barbord" foi paciente e adiou nossa partida, prova que ele é um verdadeiro marinheiro, pois que a qualidade principal daquele ou daquela, que pretende se aventurar no reino salgado da intempestiva Netuna é e sempre será a paciência. Paciência e não arrojo, como pensam alguns.
Esse adiamento da partida do "Going-to-the-Sun", pra mim foi providencial. Providencial significa oportuno. Porque? Porque eu ainda não estava preparado pra
zarpar. Dormi tarde. Dormi pouco. Dormi mal e tive pesadelos durante meu curto sono de sexta-pra-sábado.
Sonhei que o "Going-to-the-Sun" estava docado numa ilha, talvez na ilha da Madeira. Sem antes encher o dique d'água, um homem barbudo, bigodudo e cabeludo parecidíssimo com Karl Marx, manobrando um enorme guindaste hidráulico, não sei como, deu um violento empurrão no "Going-to-the-sun" que partiu a toda velocidade deslizando por sobre os picadeiros, depois pelo fundo de cimento do gigantesco dique, que parecia ter quilômetros de extensão, até que as comportas foram abertas e o catamarã mergulhou na MAR. Começamos a navegar cavalgando ondas colossais, maiores, maiores que as vagas, que o grande Alain Colas descreveu em sua última mensagem, pouco antes de naufragar nas proximidades dos Açores junto com seu famoso "Manureva".
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"Melonauta" e "Robin Marine" conversam sôbre o "ponton", observados pela minha câmara fotografica sempre atenta. - Les Sables d'Olonne, França - em 2 de fevereiro de 2013 - foto de Fernando Costa
Adivinhem o que fiz assim que "Skipper Babord" deu-me a ótima notícia do adiamento da nossa partida? Entrei no meu confortável camarote e pulei de cabeça no meu beliche pra dormir. Só que não consegui dormir, por causa do frio. A temperatura desabou de repente aqui em Les Sables d'Olonne. Mas se não consegui dormir, descansei bastante e agora sinto-me bem melhor.
Novidades:
"Melonauta" conseguiu enfim resolver o problema que impedia nosso sofisticado aparelho de som de tocar, o que significa dizer que nossa viagem pro Caribe, será embalada por música da boa.
"Melonauta" também comprou-me três excelentes livros usados no providencial Emaüs, por menos de E $ 5,00, o que significa dizer que minha aventura será elevada a três aventuras. Disse três, mas não. Três é pouco. Temos mais livros a bordo. Muitos mais. Temos por exemplo "Seul à travers l'Atlantique" de Alain Gerbault, que já comecei a ler. Adivinhem quantos livros li a bordo do italiano "Cielo d'Europa" durante a travessia Vitória-La Rochelle. Acertou quem disse 16. Pasmem, um para cada dia de viagem. O livro e a música, amigos, são os melhores companheiros do navegante.
Ao contrário do afobado, do precipitado, do atrapalhado brasileiro "Francesco Scrottino" do "Hatuna Matata", (não sei se vocês ainda se lembram dele), o gaulês "Skipper Barbord" foi paciente e adiou nossa partida, prova que ele é um verdadeiro marinheiro, pois que a qualidade principal daquele ou daquela, que pretende se aventurar no reino salgado da intempestiva Netuna é e sempre será a paciência. Paciência e não arrojo, como pensam alguns.
Esse adiamento da partida do "Going-to-the-Sun", pra mim foi providencial. Providencial significa oportuno. Porque? Porque eu ainda não estava preparado pra
zarpar. Dormi tarde. Dormi pouco. Dormi mal e tive pesadelos durante meu curto sono de sexta-pra-sábado.
Sonhei que o "Going-to-the-Sun" estava docado numa ilha, talvez na ilha da Madeira. Sem antes encher o dique d'água, um homem barbudo, bigodudo e cabeludo parecidíssimo com Karl Marx, manobrando um enorme guindaste hidráulico, não sei como, deu um violento empurrão no "Going-to-the-sun" que partiu a toda velocidade deslizando por sobre os picadeiros, depois pelo fundo de cimento do gigantesco dique, que parecia ter quilômetros de extensão, até que as comportas foram abertas e o catamarã mergulhou na MAR. Começamos a navegar cavalgando ondas colossais, maiores, maiores que as vagas, que o grande Alain Colas descreveu em sua última mensagem, pouco antes de naufragar nas proximidades dos Açores junto com seu famoso "Manureva".
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Adivinhem o que fiz assim que "Skipper Babord" deu-me a ótima notícia do adiamento da nossa partida? Entrei no meu confortável camarote e pulei de cabeça no meu beliche pra dormir. Só que não consegui dormir, por causa do frio. A temperatura desabou de repente aqui em Les Sables d'Olonne. Mas se não consegui dormir, descansei bastante e agora sinto-me bem melhor.
Novidades:
"Melonauta" conseguiu enfim resolver o problema que impedia nosso sofisticado aparelho de som de tocar, o que significa dizer que nossa viagem pro Caribe, será embalada por música da boa.
"Melonauta" também comprou-me três excelentes livros usados no providencial Emaüs, por menos de E $ 5,00, o que significa dizer que minha aventura será elevada a três aventuras. Disse três, mas não. Três é pouco. Temos mais livros a bordo. Muitos mais. Temos por exemplo "Seul à travers l'Atlantique" de Alain Gerbault, que já comecei a ler. Adivinhem quantos livros li a bordo do italiano "Cielo d'Europa" durante a travessia Vitória-La Rochelle. Acertou quem disse 16. Pasmem, um para cada dia de viagem. O livro e a música, amigos, são os melhores companheiros do navegante.
Fernando Costa
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