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sábado, 8 de setembro de 2012

(22/1/2009) - O veleiro de Fulano orça mais que o de Sicrano - Diário da Vendée Globe 2008/09 - post 73






 73º dia

Vendée Globe

O veleiro de Fulano orça mais que o de Sicrano


 Enquanto que o vencedor da Vendée Globe receberá 150 000 euros de prêmio, o sexto colocado embolsará apenas 20 000 euros. Se a regata acabasse agora o bi-campeão seria o
genial Michel Desjoyeaux e o sexto colocado, o esforçado Brian Thomson.


Muito bom dia amigas e amigos velejadores



Uma das coisas que o cérebro humano mais gosta de fazer são comparações.

O nosso cérebro de mamíferos mais evoluídos ( será? ) adora comparar tudo e todos o tempo todo.

( Leiam o texto ao final desta mensagem )



Isto é mais caro que aquilo.

Em compensação...

Aquilo é maior que isto.

Fulano tem mais dinheiro que Beltrano.

Em compensação...

Beltrano tem três carros e Fulano só tem um.

O veleiro de Fulano orça mais que o de Sicrano,

e no entanto Sicrano venceu a regata

e Fulano chegou em quinto lugar


Para a felicidade dos amigos leitores resolvi fazer, nesta manhã de quinta feira de verão chuvosa, algumas comparações sobre a atual 6ª edição da fantástica Vendée Globe. Aposto que o cérebro de vocês vai adorá-las.


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# Michel Desjoyeaux é o participante da Vendée Globe que veleja mais próximo de Sables d'Olonne no momento, 2.828,6 milhas náuticas, enquanto que Norbert Sedlacek o mais distante, a 9.730 milhas náuticas. Em conseqüência o professor Desjoyeaux deve completar as 24 840 milhas náuticas do percurso da regata em 10 dias, enquanto que o Norbert Sedlacek só o fará dentro de um mês se conseguir manter a média de 12 nós.



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## O open 60 "Safran", lançado em agosto de 2007, de Marc Guillemot, que ocupa o quarto lugar da prova é o veleiro mais novo da dispersa flotilha da Vendée Globe, enquanto que o "Nauticsport- Kapsch" lançado em 1995 de Norbert Sedlacek, o atual lanterninha, é o mais velho dentre os que ainda participam da regata.


### Marc Guillemot acabou de passar 10 vezes mais próximo de Cabo Frio que a Samantha Davies.



#### Michel Desjoyeaux, sempre ele, o genial professor cruzou a linha do Equador 20 h 46 mais cedo que Vincent Riou em 2005, durante a 5ª edição da Vendée Globe, apesar de ter parado durante 44 horas no box e terem aumentado o percurso da regata em 1160 milhas este ano, em função da adoção do sistema de portões de gelo.



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###### Enquanto que a inglesa Ellen McArthur só ligava sua web cam pra chorar, a igualmente inglesa Samantha Davies só o faz pra sorrir, embora tenha sorrido muito pouco nos últimos três dias. Porque? A explicação está no próximo tópico.



##### A coisa que mais deixa um velejador feliz é ver seu barco andar, a coisa que mais o irrita, revolta e deprime é ver seu barco atolado numa calmaria, com as velas a se autoflagelarem.



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#### Enquanto que o vencedor da Vendée Globe receberá

150 000 euros de prêmio, o sexto colocado embolsará apenas

20 000 euros. Se a regata acabasse agora o vencedor seria o genial Michel Desjoyeaux e o sexto colocado, o esforçado Brian Thomson.



### Apenas 6 dos 17 velejadores franceses que partiram de Sables d'Olonne, às 13 h 02  do dia 9/11/2008, continuam a disputar a regata. Enquanto que 4 ingleses sobreviveram aos violentos ataques de Éolo/Netuna, dos 7 que partiram. Ou seja mais da metade dos ingleses, contra praticamente um terço dos franceses sobreviveu. Em compensação o pódio promete ser inteiramente francês.



## Apenas 36% do total de velejadores homens continuam a disputar a regata, contra 100% das mulheres. Ou seja, se na próxima Vendée Globe, 20 homens concorrerem contra 20 mulheres, as 20 mulheres completarão o longo percurso da regata, quando apenas 7 homens deverão faze-lo. Estou levando em consideração que todos os 12 velejadores, que ainda disputam a prova, retornarão a Sables d'Olonne. Concordam comigo? Imagino que não.



# 16 velejadores participaram pela primeira vez da Vendée Globe, na atual edição da regata, contra 14 que já o haviam feito anteriormente.



E aí todos com os cérebros sorridentes após a degustação desse generoso bufê de comparações? Maravilha! Queria viver num mundo povoado só por pessoas felizes. Onde houvesse nenhuma guerra, poucas regatas e muita gente velejando por velejar em solitário.



Espero não ter cometidos erros. Esperança vã. É humanamente impossível não cometer erros escrevendo ou velejando. Na dúvida consultem o magnífico site da regata. Difícil hein? Um site melhor e mais abrangente que este. Palmas pros franceses que eles merecem.



http://www.vendeegl obe.org/fr





Bons ventos amigos e amigas velejadoras e até amanhã se deus quiser.



Se não quiser a lagoa tá aí mesmo.





Fernando "Estrela d'Alva" Costa



anexo:



Um experimento demonstrou na prática o velho ditado de que 'a grama é sempre mais verde no quintal do vizinho'. Isto é, não é tanto o valor absoluto de uma recompensa que deixa alguém feliz, pois isso depende também da comparação com a situação de um rival. 

'As pessoas não se importam apenas com o que elas próprias ganham; parece ser igualmente importante o que elas ganham relativamente a uma outra pessoa', declarou o economista Armin Falk, da Universidade de Bonn, Alemanha. O estudo sai hoje na revista 'Science'. 

O experimento envolveu 38 homens, avaliados aos pares em aparelhos que mediam a atividade do cérebro.

Os voluntários tinham de responder a perguntas simples como estimar o número de pontos em uma tela e eram premiados pelas respostas certas, com uma recompensa monetária que ia de 30 a 120.

O valor não tinha relação com o desempenho, e um voluntário poderia receber, ao acaso, mais ou menos dinheiro que seu rival.

Uma região do cérebro vinculada ao registro de recompensas, o corpo estriado ventral, ficava mais ativa quando um participante recebia mais dinheiro que seu companheiro.

"Mostramos pela primeira vez que existe uma resposta cerebral imediata, fisiológica, em caso de comparação", diz Falk. A economia tradicional dá ênfase ao valor absoluto das recompensas, apesar de estudos de comportamento mostrarem como as comparações sociais influenciam o bem-estar e a tomada de decisões.

O comportamento competitivo ficou claro quando um participante errava a resposta e não ganhava nada. 
A ativação chegava ao máximo no rival que deu a resposta certa e recebeu dinheiro. Quando os dois davam a resposta certa, mas um ganhava mais, a área de recompensa do que recebeu menos ficava menos ativa.

http://www.fisiozon e.com/

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