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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A ÁRVORE DOURADA - cap 3 - conto de Natal de Barbara Fournier


desenho de Alain Longet

Salve amigas e amigos visitantes deste nosso blog dedicado à divina MAR, à inteligente VELA e ao sagrado MEIO-AMBIENTE! 

De presente pros filhos de vocês, o terceiro capítulo de "Le rameau d'or", que eu traduzi como "A Àrvore Dourada", conto de Natal de nossa amiga Barbara Fournier, escrito em homenagem ao meu botinho "Alegria" e à minha avó Balbina, ambos conhecidos de vocês. Até o dia 24 de dezembro publicaremos os dois capítulos que se seguem. O conto vai em francês, mas eu fiz uma tradução para o brasileiro. Tradução livre, que não sei fazer tradução ao pé da letra. Espero que gostem. Eu adorei.

A ÁRVORE DOURADA - cap 3
conto de natal de Barbara Fournier

Alfredo-Promoção era sempre o único a rir das suas próprias piadas sem graça. Ele ria de olhos fechados, boca bem aberta e esfregando as mãos, já pensava nos futuros lucros, por conta do sucesso que faria o único presépio-vivo, ou melhor parcialmente vivo, pra não dizer morto-vivo, da cidade. Todo ano ele punha em prática uma idéia nova, mas dessa vez ele fora bem longe na sua ousadia.
- Um presépio-vivo, pensava ele todo orgulhoso da sua idéia-original. Seus concorrentes iriam morder os lábios e arrancar os cabelos de inveja quando soubessem da novidade. Um presépio-vivo! O certo seria ele dizer um presépio-parcialmente-vivo, mas Alfredo-Promoção, que nunca deu a mínima pra verdade, dizia, um presépio-vivo.
- Meu supermercado será o único a exibir um presépio-vivo neste Natal!
Dizia isso em altos brados pra Deus e o mundo ouvirem.
- Mas seu Alfredo nós não queremos entrar na vitrine do seu super-mercado, nós temos de encontrar nossos pais. Disse a pequenina e corajosa Balbina.
- Ha! Ha! Ha! Nós não queremos entrar na vitrine!!! Ha Ha Ha muito boa essa! Todos já pra dentro da vitrine! Quem disse a vocês que personagens de conto de Natal tem direito de vadiar? Todo mundo pra dentro da vitrine, sem esquecer do burrinho manco! Rápido, antes que eu perca a paciência com vocês!
Foi nesse momento que Asdrúbal lamentou ser manco. Não fosse o caso ele teria acertado a canela larga do prepotente Alfredo-Promoção com um bom par de coices. No dia seguinte, o presépio-vivo ficou enfim pronto, com todos os atores bem ensaiados, bem vestidos, bem penteados, bem maquiados e em posição. As cortinas vermelhas foram abertas e aconteceu o que nós já esperávamos. Sucesso total! Uma multidão de clientes acompanhados de seus filhos, netos e sobrinhos super-lotou o super-mercado de Alfredo-Promoção. Todas as meninas queriam um vestido azul-celeste igual ao de Balbina mais um bebê de cera branca sobre um bercinho coberto com palha. Todos os meninos queriam as sandálias-maneiras do Balbino mais uma caixa de ferramentas igual à dele. Tudo que faz sucesso vira moda. Todos queriam carneiros de pelúcia, bois de madeira, burrinhos de feltro, estrelas de plástico e anjos de papel mâché. Balbina e Balbino pensaram em fugir da vitrine, mas era impossível. Fugir como se Alfredo-Promoção mandou fechar a única porta que dava acesso à vitrine pelos fundos, com um cadeado dos grandes? Nos primeiros dias Balbina, Balbino e Asdrúbal choravam depois que o super-mercado fechava as portas. Os carneiros eram os mais tristes, porque sabiam que quando o Ano Novo chegasse eles fariam parte do cardápio. Quem não gosta de um pernil de carneiro assadinho como alho, coentro e cebola por cima? Até o boi empalhado que já havia participado de outros "presépios-vivos" parecia abatido.
Mas Asdrubal que no fundo era um grande rebelde, foi o primeiro a reagir.
- Amigos, já que nós somos um presépio-vivo, que tal fazermos a festa? Afinal quem é vivo sempre se diverte.
Os que choravam sorriram, os que gemiam cantaram, os cabisbaixos levantaram a cabeça, os que estavam deitados sentaram-se, os que sentados estavam, ficaram de pé num único salto. Balbina e Balbino começaram a brincar de pula-carniça com os carneiros que se divertiram mais que as crianças. porque pra eles a brincadeira era nova, inédita.

desenho de Alain Longet

ORIGINAL EM FRANCÊS

Le rameau d'or - Chapitre 3 - Conte de Noël de Barbara Fournier


Monsieur Tireliron riait facilement de ses propres boutades. Il se frottait les mains en pensant aux bonnes affaires qu’allait lui rapporter ce tableau vivant deux bons mois avant Noël. Chaque année, une nouvelle idée lui venait, mais cette fois-ci, il était particulièrement fier de sa trouvaille, la plus audacieuse de toutes ! Ses concurrents allaient mourir de jalousie.
- Mais Monsieur, s’écria Balbina, nous ne voulons pas aller ans votre vitrine, nous devons partir, nous cherchons nos parents !
- Ah ! ah ! elle est bien bonne celle-là ! Et quoi encore ? ! Vous vous prenez pour des héros de conte ou quoi ? Allez zou, dans la vitrine avec votre baudet !
Sur le moment, Anicroche regretta vraiment d’être boiteux, sinon il se serait fait un malin plaisir de décocher un bon coup de sabot dans le tibia du directeur. Un jour plus tard, une fois tous les acteurs bien mis en place, on ouvrit les rideaux rouges. La vitrine fut inaugurée en grande pompe et, évidemment, ce qui devait arriver arriva. Les clients et leurs enfants se ruèrent au magasin ! Les petites filles voulaient toutes la robe bleu mauve de Balbina et sa poupée qui dormait dans un berceau de paille, les garçons lorgnaient sur les sandales tressées de Balbino et sabelle boîte à outils, tous voulaient des agneaux en peluche, des bœufs en bois, des étoiles en plastique, des anges en papier mâché et des ânes en feutrine. Balbina et Balbino avaient d’abord pensé à s’évader, mais c’était impossible. L’espace de la vitrine était fermé à l’arrière à double tour par une porte que dissimulaient deux palmiers synthéiques. Il y avait juste un minuscule vasistas ouvert, en dessus de la vitrine proprement dite, qui donnait sur la rue et qui permettait de respirer un peu. Au début de leur enfermement, Balbina, Balbino et Anicroche pleurèrent. Les agneaux étaient encore plus tristes, sachant que lorsque Nouvel an arriverait, ils finiraient en gigot. Même le bœuf empaillé qui, pourtant, en avait vu d’autres, semblait complètement abattu. Mais Anicroche, qui était un gai luron dans l’âme, fut le premier à réagir.
- Eh bien, dit-il, si nous sommes un tableau vivant, je propose que nous en profitions. Amusons-nous!
A ces mots, le petit monde de la vitrine sécha ses larmes et la crèche s’anima. Balbino et Balbina se mirent à jouer à saute-mouton, ce qui amusa beaucoup les agneaux qui ne connaissaient pas ce jeu et qui s’y mirent aussi !
desenho de Alain Longet

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