- Gosta de citações e máximas? Mais do que eu? Não acredito! Bem, aqui vão, para o seu deleite, 25 (vinte e cinco) extratos prediletos do livro em que Aleixo Belov , conta sua viagem de circunavegação do planeta Terra em 1980/81, alguns deles comentados livremente por mim.
1 - O vento urrava lá fora e o MAR estava virado no cão
2 – Sozinho no MAR, posso sentir tudo, menos solidão.
Ocorre algo semelhante comigo. Velejar sozinho na MAR, equivale a andar em companhia de todas as pessoas que você mais ama. Elas embarcam todas nos seus pensamentos, sonhos e fantasias, quer você queira quer não.
3 – Os dias vão passando e eu envolto em sonhos.
4 – Que beleza é dormir.
E o melhor sono deste mundo, se dorme na cama simples e estreita de um veleiro ancorado numa enseada tranqüila.
5 – Aqui o amor é livre.
Quando o Aleixo Belov deu sua primeira volta ao mundo em solitário o amor ainda era livre. Sorte dele... Saiu colecionando namoradas por todos os lugares por onde passou. Um amor em cada porto, especialidade de marujo. Logo depois surgiu o fantasma da maldita AIDS e o amor nunca mais foi livre, como no princípio dos anos 80. O amor voltou a ser prisioneiro do maldito casório, ou desses namoros assíduos, que só não são piores, que o famigerado casório. Queria ser um cascudo pirata dos mares do sul, só pra incendiar e botar no fundo o barco de quem inventou duas coisas terríveis: o detestável trabalho e o maldito casório. Não fosse isso viver poderia se resumir em velejar e amar. E melhor que tudo, no mundo, velejar amando ou amar velejando. Que tal?
6 – Tudo é mistério. Sozinho no meio do mar, boiando sem vento nem visibilidade.
Boiar na MAR à noite, em plena calmaria e envolto em denso nevoeiro, é o nec plus ultra do mistério na Terra. Mistério que pode resultar em tragédia a qualquer momento.
7 – No barco me sinto livre e às vezes dá vontade de navegar sem parar, sem voltar a terra, numa fuga total e definitiva.
Sinto a mesma vontade. Queria ter um barco à vela indestrutível e com autonomia infinita. Um veleiro que equivalesse ao “Nautilus” do capitão Nemo.
8 – No mar, as eternas preocupações, ora calmaria, ora vento demais.
9 – Além da minha viagem de barco, faço uma viagem paralela em outro mundo, através dos livros e outras tantas através dos sonhos e pensamentos.
Ler na MAR é uma festa. Qualquer tipo de livro. Mas acho que ler na MAR, livros que falem da MAR é ainda mais excitante. Acabei de fazer isso com “A VOLTA AO MUNDO EM SOLITÁRIO” de Aleixo Belov e minha pequenina expedição de sete dias na COSTA DO SOL, ganhou uma amplitude sem precedentes... Foi... Foi potencializada, digamos assim. Se é que compreendem o que quero dizer.
10 – A calmaria mina o moral de qualquer navegador.
É porque ainda não foi escrita a filosofia da calmaria, mestre Belov.
É porque ainda não foi escrita a filosofia da calmaria, mestre Belov.
11 – Dias e dias sozinho a contemplar o horizonte.
A linha do horizonte está para o velejador solitário, assim como a flauta do faquir está para a venenosa cobra Nadja.
12 – Sentia-me novo, começara a minha viagem de fantasia.
Viagem de fantasia. Viagem de fantasia porque circunavegar o planeta Terra é, suponho um carnaval de emoções.
14 – O MAR exerce uma atração muito grande sobre mim.
15 – Pescávamos todos os dias, saindo às 5 horas da manhã, numa canoa à vela.
Viram? O grande Aleixo Belov também já teve a sua canoa à vela! Quem já teve sua canoa à vela, passa a pertencer automaticamente ao MOLOTEVE. Movimento LowTech da Vela em Cabo Frio.
16 – A intenção era dar a volta ao mundo, em solitário, a bordo de um barco à vela de bandeira brasileira.
17 – É bom a gente ver outro veleiro em pleno mar.
Eu adoro. É semelhante a encontrar um amigo no meio da multidão anônima. Um dos meus maiores prazeres velejando é ver outros veleiros velejar. Com a vantagem que a gente sempre aprende alguma coisa nova, observando um outro veleiro velejar. Só não gosto, quando o velejador se aproxima da “Estrela d’Alva”, com a secreta intenção de provar, que o veleiro dele, comprado pronto no supermercado da esquina, é mais rápido do que o meu, inventado no “fundo do quintal”, com a ajuda dos “moleques da minha rua”.
18 – Quem sofre do coração não deve consultar o barômetro.
Quem sofre do coração não deve enfrentar a MAR. A MAR é boa, pra quem tem coração feito de cabo de poliéster pré-estirado, fabricado na Cordoaria São Leopoldo.
19 – Assim estou eu vivendo em companhia da minha plantinha e dos meus peixinhos, do sol, do MAR, do vento e das ondas, dos meus sonhos.
20 – Me seguro com toda força nos estais e vejo com que bravura o barco se defende das ondas e segue em frente. De repente sinto-me um super-homem montado neste cavalo mágico.
21 – Desenvolvi os meus raciocínios e mesmo me surgiram uma série de idéias novas.
Natural, um veleiro velejando em solitário é uma não-máquina-de-pensar, não confundir com uma máquina-de-não-pensar, essa todos sabem, é o automóvel!
22 – O “Três Marias” parece mais um enorme pássaro, de asas abertas, que sobrevoa o oceano. E eu montado nesta maravilha, me sinto livre, sinto o mundo ao meu alcance, sinto-me um cidadão do universo.
23 – As ondas cresceram tanto que pareciam mais bichos de boca aberta, tentando engolir o barco.
24 – Para ser completamente livre, precisa-se ser completamente só.
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25 – O melhor da vida, a beleza da natureza, é grátis.
LIVROS PUBLICADOS POR ALEIXO BELOV
25 – O melhor da vida, a beleza da natureza, é grátis.
LIVROS PUBLICADOS POR ALEIXO BELOV
- A Volta ao Mundo em Solitário
- Relata sobre a primeira volta ao mundo, 327 páginas.
- Em Busca do Oriente
- Relata a primeira parte da segunda volta ao mundo, trecho de Salvador até a Índia, 314 páginas.
- Em Busca das Raizes
- Relata a segunda parte da segunda volta ao mundo, trecho entre a Índia e a União Soviética, 196 páginas.
- A Caminho de Casa
- Relata a terceira parte da segunda volta ao mundo, trecho entre a União Soviética e Salvador, 172 páginas.
- Terceira Volta ao Mundo do Veleiro Três Marias Relata a terceira volta ao mundo, 392 páginas.
http://www.aleixobelov.com.br/
Extrato da newsletter n° 15 de 29 de julho de 2008 – projeto Estrela d’Alva.
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