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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Arrastados pela corrente de maré na direção do ponto em que o Bateau Mouche naufragou.



Eu mais minha querida "Estrela d'Alv"a em Cabo Frio, 2007 - foto de Henrique Souza


- Acreditem se quiserem, colegas velejadores, mas cruzamos de novo a baía de Guanabara, eu mais minha inseparável "Estrela d'Alva".

- Foram nossas travessias de número 13 e 14.

- Duras viu?

- Duríssimas no dizer do nosso amigo
José Dias, personagem do "Dom Casmurro", de autoria da pessoa mais inteligente que a "raça brasileira" já produziu até o momento.

- Machado de Assis.

- Mas voltemos ao nosso assunto, que é a travessia da baía de Guanabara à vela ou a remo.

- Na ida pra Urca (Rio de Janeiro), o vento fraco permitiu que a forte corrente de maré nos arrastasse pra fora da boca da baía em direção à ilha de Cotunduba...

- Sim, sim, por mais que eu tentasse dobrar o morro Cara de Cão de volta, fomos derivando na direção do ponto em que o Bateau Mouche naufragou...

- Sinistro ponto esse...

- O que nos salvou, foi que o vento rondou no momento certo e pudemos cambar e de vento em popa, seguir nosso caminho...

- Isso aconteceu na ida.

- Na volta vínhamos velejado num través folgadíssimo rumo a Jurujuba, quando o vento cessou e no minuto seguinte rondou 90 graus, passando a soprar "com toda força" exatamente pela nossa proa.

- Sem buja e rebocando o caiacão de mestre Geomar, o máximo que conseguimos foi chegar a Boa Viagem onde pernoitamos...

- Meu colchão foi uma vela mestra 470 e meu cobertor uma vela de Dingue.

- Acreditem se quiserem!

- Quem não quiser está dispensado de acreditar em mim.

- No dia seguinte remei as 4.000 jardas que separam Boa Viagem de Charitas...

- Se a cada remada a Estrela avança uma jarda, dei nada menos que 4.000 remadas duplas antes de chegar em casa...

- Fácil não!

- Fácil é circular de Jet Ski pra baixo e pra cima.

- Mas digam-me, que graça tem você "andar" de Jet Ski?

- Ia-me esquecendo de contar...

- Quando vinha velejando já de noite no domingo, com situdo contra... vento, vagas e corrente de maré, um fato inusitado aconteceu.

- Um peixe espada suicida pulou pra dentro da Estrela.

- Corri sérios riscos de levar uma boa mordida na canela.

- Em compensação, no dia seguinte preparei o mais delicioso pirão de peixe que  já se cozinhou no planeta.

- Anotem a receita pra não esquecer.

- Refogar uma cebola bem picada numa panela contendo um dedo d'água.

- Acrescentar uma colher de café de pimenta calabresa, uma pitada de alecrim, uma pitada de ervas finas, uma colher de café de curry, umas lasquinhas de gengibre e sal a gosto.

- Acrescentar um inhame picado, uma cenoura picada, um chuchu picado, um picado.

- Acrescentar água até cobrir todos os legumes.

- Cozinhar em fogo lento até que todos os legumes estejam cozidos, mas ainda "al dente" ou seja bem crocantes.

- Acrescentar o peixe espada limpo e cortado em postas, cozinhar por mais cinco minutos.

- Separar o caldo dos legumes.

- Misturar farinha de mandioca ao caldo fervente e mexer até que o pirão comece a descolar do fundo da panela.

- Pronto, está pronto.

- Bom apetite.

Fernando Costa

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