Confesso a vocês, amigas e amigos leitores do oceânico serial-blog da Estrela, que eu estava louco pra partir de Tenerife, o mais breve possível.
Mas isso é passado. Um passado bem recente, porque faz só três minutos que mudei de
ideia.
E agora José?
Agora estou louco pra permanecer em Tenerife, o maior intervalo de tempo possível.
Porque?
Porque há exatos três minutos atrás, descobri um novo universo afetivo sobre esta vulcânica e belíssima ilha.
Que foi que eu descobri há três minutos atrás, com os olhos da cara esbugalhados, "a boca escancarada, cheia de dentes" e todos os pelos e cabelos do meu corpo na vertical?
Eureka! O magnífico TEA ! Que Alá, se existir, seja louvado! Benditos sejam todos que conceberam e construíram o colossal TEA!
Meu mais novo habitat natural, o providencial TEA, só tem um defeito, não foi plantado sobre o convés de um grande veleiro. No mais é perfeito.
O TEA amigos não é o CGP, mas parece... "Passei metade da minha existência em terra" dentro do CGP, agora quero passar a outra metade no âmago "caliente" do surpreendente TEA.
É por essas e outras que Baudelaire, um dos meus poetas favoritos escreveu:
"Plonger au fond du gouffre, Enfer ou Ciel, qu’importe ?
Au fond de l’Inconnu pour trouver du nouveau !"
- Não sei se a amiga leitora visitou o ótimo site do espanhol TEA. Se o visitou, não sei se reparou num detalhe inédito, que faz a biblioteca do TEA pertencer imediatamente ao "MUNDO DOS MEUS SONHOS"...
- Qual?
- Vou responder não.
- Trata-se de algo tão extraordinário, que prefiro deixar você descobri-lo sozinha.
- Pesquise o horário de funcionamento da biblioteca e perceberá... que... ela jamais...
Pra alguém, como eu, que considera o ato de aprender, tão emocionante quanto o ato de velejar... Uma festa sem fim...
- Com licença, que preciso resolver um problema urgente. Será que consigo? Torçam por mim, que o desafio não é nada fácil de superar. Fácil é ficar sentado diante da maldita tela da TV, vendo bobagens. Mas que graça tem isso, a gente engordar corpo e mente, eternamente sentados diante da tela da TV? Hein? Graça tem a gente navegar à vela a bordo de vários veleiros diferentes, à mercê da sorte, atravessar MARes, cruzar oceanos, descobrir novas ilhas. Não é mesmo? :)
Além de mim, querem conhecer outros que deram um bico na TV e arrepiaram caminho?
1 - Ludovic Hubler - http://www.ludovichubler.com/fr/
2 - Jéremie Marie - http://tour-du-monde-autostop.fr/
3 - Darien + Julien - http://tourdumonde2010.free.fr/wordpresstdm/
4 - Juan Pablo Villarino - http://acrobatoftheroad.blogspot.com.es/
5 - Astrid - http://le33tour.fr/blog/
6 - Baptiste - http://ensmelle.blogspot.ch/
Tive o prazer de conhecer o último da lista, Baptiste, aqui em Santa Cruz de Tenerife. Bom garoto. Boa sorte Baptiste. E você amigo leitor, até quando vai ficar trilhando o mesmo caminho de sempre, casa-trabalho, trabalho-casa? Até quando vai ficar sentado diante da maldita tela da TV, causa da pior pandemia do milênio, a obesidade. Obesidade física e obesidade mental. Que horror! Se querem saber, no mundo dos meus sonhos só existem nômades. Gosto de gente sedentária não.
Grande abraço a todos e até breve!
Fernando Costa
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- Antes, amigas e amigos leitores do oceânico serial-blog da Estrela, eu morava em "Casablanca", agora moro em La Casa del........
- Tudo bem com vocês?
- Comigo tudo ótimo, principalmente depois que mudei de endereço.
- Sim, sim, continuo morando sobre a belíssima ilha espanhola de
Tenerife.
- Não, não, infelizmente ainda não estou morando a bordo de um veleiro, a casa ideal.
- Porque o veleiro é a casa ideal e a casa o pior veleiro?
- Por dez razões importantes, mas uma basta.
- A casa não sai do lugar e o veleiro vai onde você desejar. E isso sem gastar dinheiro com combustível, nem poluir o sagrado meio ambiente, cuja saúde todos sabem vai de mal a pior. Schiuuuuuuuu... Baixinho no ouvido de vocês: Aproveitem que o vento ainda é grátis. Até quando, ninguém sabe. Um dia, já faz tempo isso, a água também foi grátis. Lembram-se? Depois um grupo de multinacionais gananciosas e irredutíveis se apoderou de nossa indispensável água doce. Cercaram a água. Engarrafaram a água. Rotularam a água. Tascaram uma etiqueta com preço em cada garrafa d’água. E agora a gente tem de comprar e pagar pela água, que já foi gratuita, como o vento. A gente compra, paga, bebe, mas nunca sabe se a água é boa ou má. Pode ser que seja, mas pode ser que não seja. "Na dúvida abstenha-se!" E quem não tiver dinheiro, que morra de sede.
Mas voltando ao nosso assunto. Mudei de casa. Antes morava em “Casablanca” e agora, faz meia hora isso, mudei-me pra Casa...
- A casa em que estou morando aqui em Tenerife tem nome.
- Adivinhem qual!
- Pensem num nome bem bonito.
- Pensem no nome mais bonito do mundo.
- Acertou quem disse : “Casa del MAR”.
- A foto acima, do porto de Tenerife, foi tirada da minha janela. Gostaram? Eu mais que vocês todos juntos ou separados.
Fernando Costa
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- Tudo bem com vocês?
- Comigo tudo ótimo, principalmente depois que mudei de endereço.
- Sim, sim, continuo morando sobre a belíssima ilha espanhola de
Tenerife.
- Não, não, infelizmente ainda não estou morando a bordo de um veleiro, a casa ideal.
- Porque o veleiro é a casa ideal e a casa o pior veleiro?
- Por dez razões importantes, mas uma basta.
- A casa não sai do lugar e o veleiro vai onde você desejar. E isso sem gastar dinheiro com combustível, nem poluir o sagrado meio ambiente, cuja saúde todos sabem vai de mal a pior. Schiuuuuuuuu... Baixinho no ouvido de vocês: Aproveitem que o vento ainda é grátis. Até quando, ninguém sabe. Um dia, já faz tempo isso, a água também foi grátis. Lembram-se? Depois um grupo de multinacionais gananciosas e irredutíveis se apoderou de nossa indispensável água doce. Cercaram a água. Engarrafaram a água. Rotularam a água. Tascaram uma etiqueta com preço em cada garrafa d’água. E agora a gente tem de comprar e pagar pela água, que já foi gratuita, como o vento. A gente compra, paga, bebe, mas nunca sabe se a água é boa ou má. Pode ser que seja, mas pode ser que não seja. "Na dúvida abstenha-se!" E quem não tiver dinheiro, que morra de sede.
Mas voltando ao nosso assunto. Mudei de casa. Antes morava em “Casablanca” e agora, faz meia hora isso, mudei-me pra Casa...
- A casa em que estou morando aqui em Tenerife tem nome.
- Adivinhem qual!
- Pensem num nome bem bonito.
- Pensem no nome mais bonito do mundo.
- Acertou quem disse : “Casa del MAR”.
- A foto acima, do porto de Tenerife, foi tirada da minha janela. Gostaram? Eu mais que vocês todos juntos ou separados.
Fernando Costa
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Olhando pra MAR, do Albergue da Montanha, minha mais nova residência em Tenerife - 24 de novembro de 2013 - foto de Fernando Costa
Mudei de residência de novo, prezados leitores do oceânico serial-blog da Estrela !
Vida de nômade é assim mesmo. Mil vezes melhor que vida de sedentário. Novidades sempre. Tédio, jamais. Da simpática "Casa del MAR", mudei pro
charmoso Albergue da Montanha, graças à gentiliza de Don Mariano Sinz, diretor do CIDEMAT. Viva a fraternidade! Muchas gracias amigo!
Do alto da montanha vulcânica de Anaga, avista-se a divina MAR, mais a ilha de Gran Canaria. De presente pra vocês aqui vão outras fotos de Tenerife.
Grande abraço e até breve.
Fernando Costa
Escuna de cinco mastros à vela "Wind Surf" - Tenerife - novembro de 2013 - foto de Fernando Costa
Auditório de Tenerife, belo monumento em forma de barco à vela - cartão de visita da cidade - Viram minha pequenina e preciosa bicicleta dobrável em alumínio, inestimável presente do meu amigo Nige, do "Angels of Rio" de Gibraltar? O que seria de mim, sem ela, amigos? Quem quiser poluir o meio ambiente que compre um carro e uma lancha. Eu só quero saber de bicicleta e barco à vela. Dois dos mais inteligentes inventos da doida raça humana. - novembro de 2013 - foto de Fernando Costa
Ferry-boat partindo de Tenerife rumo a outra ilha do arquipélago das Canárias - novembro de 2013 - foto de Fernando Costa
Uma vista dessas merece uma musiquinha a condizer. Sobre o mar, sobre a partida e a esperança eclaro, rir-mo-nos do azar caso ele apareça
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=82m1YyyMfd4
O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora ou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
Ah mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
da Pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra-mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
Sem contar essa história escondida
Por servir de criado essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batida
corsário sem cruzado
ao som do baile mandado
em terra de pimenta e maravilha
com sonhos de prata e fantasia
com sonhos da cor do arco-íris
desvaira se os vires
desvairas magias
Já tenho a vela enfunada
marrano sem vergonha
judeu sem coisa nem fronha
vou de viagem ai que largada
só vejo cores ai que alegria
só vejo piratas e tesouros
são pratas, são ouros,
são noites, são dias
Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos
arrepia
arrepia
e arrepia sim senhor
que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendo
o delírio do céu
a fúria do barlavento
arreia a vela e vai marujo ao leme
vira o barco e cai marujo ao mar
vira o barco na curva da morte
e olha a minha sorte
e olha o meu azar
e depois do barco virado
grandes urros e gritos
na salvação dos aflitos
estala, mata, agarra, ai quem me ajuda
reza, implora, escapa, ai que pagode
rezam tremem heróis e eunucos
são mouros são turcos
são mouros acode!
Aquilo é uma tempestade medonha
aquilo vai p'ra lá do que é eterno
aquilo era o retrato do inferno
vai ao fundo
vai ao fundo
e vai ao fundo sim senhor
que vida boa era a de Lisboa
Belo poema Paulo, obrigado pelo presente. Meus versos favoritos são:
ResponderExcluir"Vou no espantoso trono das águas
vou no tremendo assopro dos ventos
vou por cima dos meus pensamentos"
Pra mim, velejar é a melhor forma de pensar (e de meditar idem), que existe e um veleiro, quando navegado em solitário, é um templo budista ambulante. Mas acho que já disse isto neste oceânico blog.
Já sei porque você gostou da minha foto. Porque ela está em foco, apesar de ter sido feita durante o crepúsculo... Confere?
Percebeu, amigo Paulo, que estou publicando extratos do meu poema favorito (quando o autor fala de MAR e vela) durante todo esse mês de novembro?
Bons ventos ! :)
Todo o álbum é muito bom e é o primeiro disco da trilogia "Lusitana Diáspora", que inclui ainda os álbuns Crónicas da Terra Ardente (1994) e Em Busca das Montanhas Azuis (2011). Baseia-se nas viagens de Fernão Mendes Pinto, relatadas na sua Peregrinação e na História Trágico-Marítima de Bernardo Gomes de Brito. É considerado geralmente pela crítica um dos álbuns mais marcantes da música popular portuguesa das últimas décadas.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=2GmZPtd3ylo
PS: O meu francês é péssimo, para não dizer inexistente, mas já tinha peerbecido que é a Ode Maritima do Pessoa. Tenho de a ler com calma
Bom saber de tudo isso. Pretendo, assim que puder, pesquisar o assunto e ouvir a "Lusitana Diáspora". Belo título! Se quiser começar a ler, agora mesmo, a incrível, fantástica, extraordinária e perigosíssima "Ode Marítima", que já me matou pelo menos três vezes, o link é este aqui : http://www.revista.agulha.nom.br/facam04.html - Preciso fazer uma ressalva. Que Fernando Pessoa me perdoe, mas não gosto da parte sado-masoquista do poema não. Não gosto, mas compreendo muito bem o sentido que ela desempenha dentro do poema. Francês é igual ao Português, que é igual ao Espanhol, que é igual ao Italiano, todos quatro idiomas filhos do Latim. Tem segredo não. Tudo parecido, quase igual. Bons ventos e obrigado pelo comentário.
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