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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Coisa de doido! - travessia Gibraltar-ilha da Madeira, a bordo do veleiro "Le-Plaisir-du-Soleil" - expedição abortada - 12


Estreito de Gibraltar - domingo - 18/8/2013 – 03 h 32 – Foto de Fernando Costa


Passamos a longa noite de 17 pra 18 de agosto, amigos, bordejando no meio do estreito de Gibraltar entre a Europa e a África. Governávamos o "Le-Plaisir-du-Soleil" no braço, pra economizar energia elétrica, já que estávamos sem motor e gerador. No través de Tarifa, mais ou menos à hora em que fiz a foto acima, o vento ultrapassou a perigosa casa dos 30 nós, adernando perigosamente nosso veleiro de 15 toneladas, que mais parecia um Laser mal escorado. Não sei se vocês sabem, mas no estreito de Gibraltar duas
correntes opostas, uma superficial na direção leste, outra submarina na direção oeste entram em conflito, tornando a MAR caótica e violenta. Preciso dizer mais alguma coisa? Preciso sim, esqueceram do intenso tráfego marítimo e das invisíveis boias de pesca, que complicam este concorrido pedaço de MAR? Era tão estressante navegar nessas condições, que dividimos nosso trabalho de Hércules do seguinte modo. "Prospero" realizava um bordo em direção à África e logo após me passar o timão ia dormir, eu realizava um bordo na direção da Europa e logo após passar o timão pro "Próspero" ia dormir. Como costuma dizer mestre Hervé Colas. "Truc de malade"! Traduzindo. Coisa de doido!  No entanto ao raiar do dia eu estava feliz, muito feliz. Porque? Primeiro porque tínhamos sobrevivido a essa noite infernal e depois, porque pela primeira vez na minha vida, percebi que posso dormir durante breves períodos de vinte minutos, alternados com iguais períodos de vigília, sem me cansar muito. Ou seja, com relação ao delicado capítulo sono, estou apto a navegar em solitário. Isso a confirmar, que uma única experiência não serve de base, pra se tirar conclusões definitivas. Mas não deixa de ser uma boa notícia, concordam?

Fernando Costa

QUARTO DIA DA TRAVESSIA GIBRALTAR-ILHA DA MADEIRA, A BORDO DO VELEIRO "LE-PLAISIR-DU-SOLEIL" - EXPEDIÇÃO ABORTADA

Leia uma introdução à esta série de posts aqui.

2 comentários:

  1. Concordo, claro. Uma experiência bem sucedida não é suficiente mas pelo menos deixa boas indicações.

    Se a vela é uma paixão, a navegação em solitário é uma atracção quase fatal. Nem que seja uma única vez, hei-de fazê-lo.

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  2. Uma única vez? Porque uma única vez se velejar em solitário é a aventura máxima? Agora imagina uma volta ao mundo em solitário... Dez elevado à décima potência dá quanto? 100.000.000.000 não é verdade? Agora diga-me a "aventura máxima" elevada à "aventura máxima", quanto daria? Um colossal algarismo meta-numérico traduzido em palavras como "prazer infinito"? Leia, se ainda não leu, "O Longo Caminho" de Bernard Moitessier, que é o rei dos velejadores solitários, que você entenderá o que quero dizer.

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