Ou vai ou racha! - Velejando do Caribe aos Açores a bordo do "panzerkampfwagen" flutuante “Grådyb” – Diário Ilustrado 25

Oceano Atlântico – segunda-feira - 06/05/2013 – 10 h – Foto de Fernando Costa

- Nossa lista de avarias cada vez aumenta mais. Vejam só!
1 - Buja descosturando.
2 - "Code Zero" rasgado.
3 - Duas escotilhas fazendo água.
4 - Enrolador de genoa quebrado.
5 - Uma tala da vela grande lascada ao meio e
por aí vai.
- Porque tudo isso? 
- Porque "Viking Lars" pertence à turma do "vai ou racha". - Eu? Eu não colegas velejadores! Eu jamais!
- Minha turma é outra muito diferente.
- Sou da turma "Devagar-se-vai-ao-longe" ou se preferirem "Antes-tarde-do-que-nunca" ou se preferirem "Seguro-morreu-de-velho".
- Pressa pra quê, se o bom da viagem marítima é justamente a companhia da bela, da quase sempre agradável, da poderosa, da colossal, da nossa-mãe-comum, da divina MAR?
- Porque pra mim o MAR é feminino?
- Que pergunta?!
- Logo se vê que o amigo leitor nunca navegou na MAR. E quando digo navegar é só à vela, viu?
- Nem me fale em motor, que odeio a feia e suja palavra motor.
- Barco a motor pra mim é coisa do diabo.
- Porque?
- Alô, acorda Alice! Porque o motor polui o ar, polui a água, cheira mal, pega fogo fácil, é caro, é pesado e faz um barulho infernal.
- O afobado "Viking Lars" é quem gosta de motor.
- Meu negócio é vela, vela e mais vela!

 Fernando Costa

DÉCIMO QUARTO DIA DA TRAVESSIA CARIBE-AÇORES A BORDO DO VELEIRO DINAMARQUÊS “GRADYB”