NOVIDADES
1 – A realidade nunca abusou tanto da simetria quanto na atual Vendée Globe, penso eu. Acreditem se quiserem mas Bernard Stamm necessita mais uma vez do providencial escudo de uma ilha pra realizar importantes consertos a bordo do seu combalido "Chéminées Poujoulat". Na edição anterior ele tentou a sorte nas famigeradas ilhas Kerguelen e acabou indo pras pedras. Desta feita lá vai ele flertando com a ilha Auckland, no sul da Nova Zelândia. E mais uma vez ventos fortes ameaçam sua delicada manobra. Torcendo aqui pra que tudo dê certo e ele possa continuar a regata tranquilo.
2 – Azar de um sorte do outro. Enquanto isso Jean Le Cam, aproveitou-se de condições meteorológicas favoráveis ao seu avanço, deixou seus colegas Mike Golding e Dominique Wavre na esteira e iniciou mais uma travessia do majestoso Pacífico, o maior dos oceanos do nosso planeta Terra, que deveria chamar-se Água.
3 – Enquanto isso a dubla hiper-dinâmica Armel & François já percorreram um terço do Pacífico e seguem em frente, como sempre, cabeça com cabeça, apesar do afastamento lateral de 20 milhas. Até quando esses dois colegas inseparáveis de classe vão
navegar de mãos dadas numa regata planetária? Eu me nego a arriscar um palpite. Já dei uns três tiros que me pareciam certeiros e no entanto, água, água e água.
1 – A realidade nunca abusou tanto da simetria quanto na atual Vendée Globe, penso eu. Acreditem se quiserem mas Bernard Stamm necessita mais uma vez do providencial escudo de uma ilha pra realizar importantes consertos a bordo do seu combalido "Chéminées Poujoulat". Na edição anterior ele tentou a sorte nas famigeradas ilhas Kerguelen e acabou indo pras pedras. Desta feita lá vai ele flertando com a ilha Auckland, no sul da Nova Zelândia. E mais uma vez ventos fortes ameaçam sua delicada manobra. Torcendo aqui pra que tudo dê certo e ele possa continuar a regata tranquilo.
2 – Azar de um sorte do outro. Enquanto isso Jean Le Cam, aproveitou-se de condições meteorológicas favoráveis ao seu avanço, deixou seus colegas Mike Golding e Dominique Wavre na esteira e iniciou mais uma travessia do majestoso Pacífico, o maior dos oceanos do nosso planeta Terra, que deveria chamar-se Água.
3 – Enquanto isso a dubla hiper-dinâmica Armel & François já percorreram um terço do Pacífico e seguem em frente, como sempre, cabeça com cabeça, apesar do afastamento lateral de 20 milhas. Até quando esses dois colegas inseparáveis de classe vão
navegar de mãos dadas numa regata planetária? Eu me nego a arriscar um palpite. Já dei uns três tiros que me pareciam certeiros e no entanto, água, água e água.
Relendo meu antigo diário da edição anterior da Vendée Globe (2008-2009), amigos leitores, achei tão interessante a lista de razões que me fazem adorar esta regata extraordinária em todos os sentidos, que decidi republicá-la de forma resumida aqui. Leiam.
EXTRATO DO MEU DIÁRIO DA SEXTA EDIÇÃO DA VENDÉE GLOBE
de Fernando Costa
" Bem, de tudo que sei atualmente sobre a Vendée Globe, dez tópicos me encantam.
1 - ENUNCIADO – O simples, sucinto, ímpar e ousadíssimo enunciado da prova.
"Regata de volta ao mundo em solitário, sem escalas, sem assistência e passando pelos três míticos cabos Boa Esperança, Leeuwin e Horn.
O que pra mim se traduz como a forma de navegar mais elegante, rápida, inteligente, ecologicamente correta e moderna do mundo.
- Porque?
- Analisemos um único desses tópicos, a modernidade da regata.
a – Há 6000 anos que os homens navegam na MAR, sempre em equipe. Os velejadores da Vendée Globe velejam em solitário, novidade que não chega aos 2% do total, pois que há apenas 115 anos, que o primeiro homem ( Joshua Slocum ) realizou a primeira volta ao mundo em solitário, a bordo de um veleiro . ( Vocês já se deram conta do quanto um velejador, mais respectivo veleiro precisam evoluir, em todos os sentidos, até serem capazes de realizar uma volta ao mundo em solitário? )
b – Há 600 séculos que os homens navegam na MAR, sempre próximos à costa e na maior parte das vezes em viagens curtas em duração e distância. Trata-se da rudimentar navegação de cabotagem. Os cascudos marujos da Vendée Globe realizam uma volta inteira ao planeta Terra sem escala e velejando a maior parte do tempo, longe, muito longe de terra.
c – Há 60 décadas que os homens da mar navegam dependentes dos homens de terra, para o reabastecimento d’água e mantimentos, para realizar consertos os mais diversos, para se medicarem etc. Os velejadores da Vendée Globe são auto-suficientes, e só pedem ajuda em caso de emergência e perigo iminente, no que são automaticamente eliminados da prova.
2 - SAGRAÇÃO DOS "CAMPEÕES" – A retumbante aclamação digna de um herói grego, com a qual o democrático e entusiástico povo de Sables d’Olonne comemora a chegada de cada velejador, que completa a prova ao longo do famoso canal de acesso ao porto da cidade.
3 - SOLIDARIEDADE HUMANA - Os corajosos marujos e marujas que disputam o imenso percurso da Vendée Globe palmo a palmo, jarda a jarda, milha a milha, com unhas e dentes, a ferro e fogo, com garra e ímpeto do mais selvagem dos gladiadores romanos, transformam- se num passe de mágica, em anjo da guarda dos mais fieis e dedicados, a partir do momento que recebem um pedido de socorro de um outro concorrente.
4 - MARUJOS EXCEPCIONAIS - Toda edição da Vendée Globe revela alguns marujos de exceção, que nos servem de modelo e fonte de motivação para continuarmos progredindo na arte zen de velejar. Se é verdade que todos os participantes são verdadeiros super homens ou mulheres, também é verdade que sempre há alguns que exorbitam em algum quesito importante e porisso viram heróis. Na atual 6ª da regata os velejadores que mais se destacaram, na minha humilde opinião, foram os seguintes: MICHEL DESJOYEAUX, JEAN-PIERRE DICK, SAMANTHA DAVIES, MARC GUILLEMOT e BERNARD STAMM.
5 – ESTÓRIAS MIRABOLANTES - Sou fascinado, amigos, por boas estórias de aventuras, (quem não é?) e a Vendée Globe é rica de 1001 estórias de aventuras radicais que fariam inveja ao roteirista do mais mirabolante filme de James Bond.
Eis alguns exemplos!
1 – a incrível estória do salvamento do Raphaël Dinelli ***
2 – a fantástica estória do desaparecimento do Gerry Roufs**
3 – a extraordinária estória do salvamento de Tony Bullimore*
4 – a incrível estória da gênese da regata
5 – a fantástica estória do conserto do mastro por Yves Parlier
6 – a extraordinária estória do pai da regata: Phillippe Jeantot
7 – a incrível estória do salvamento do Philippe Poupon
8 – a fantástica estória da costura da própria língua por Bertrand du Broc
9 – a extraordinária estória do desaparecimento de Mike Plant
10 – a incrível estória do afogamento de Nigel Burgess
11 – a fantástica estória do resgate do Yann Eliès, que ocorreu ontem."
......................
Se nada de excepcional acontecer na regata, publicarei os outros cinco tópicos amanhã, amigas e amigos leitores. Obrigado pela atenção e bons ventos.
Fernando Costa
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