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sábado, 13 de outubro de 2012

Benno Grapentin do "Sakumé" - Velejadores solitários 2




O velejador solitário Benno Grapentin, com seu pequeno, mas cascudo veleiro "Sakumé" ao fundo - foto provisória - pretendo fazer uma muito melhor em breve - Cabo Frio - 13/10/2012 - foto de Fernando Costa 


Criei esta nova série de posts, amigas e amigos leitores, pra partilhar com vocês os sábios conselhos e sugestões dos maiores aventureiros deste mundo. Quais? Os velejadores solitários, é lógico. Após o sueco Caesar Stokholm, o segundo da minha lista é Benno Grapentin do pequenino, mas cascudo "Sakumé", que encontra-se em Cabo Frio no presente momento. Sorte minha, que tenho enfim com quem
conversar. Sim, sim, não se ofendam, mas só gosto de trocar idéias com velejadores solitários. Porque? Porque são os únicos verdadeiros filósofos que ainda existem sobre o planeta Terra, que deveria chamar-se Água. Filósofo diplomado em faculdade? Me interessa não. Falam uma linguagem rebuscada que eu não entendo. Gosto mesmo é de filósofo à la Diogenes Laercio, se é que me entendem. Mas isto é apenas o que eu penso. Leiam a entrevista que o sábio e humilde, como todo sábio, Benno concedeu-me ontem e tirem suas próprias conclusões.

Bons ventos amigo Benno e muito obrigado pela companhia, pela entrevista e pelos ensinamentos!



Fernando Costa

´´´´´´´´´´´´´
Fernando - Porque você navega em solitário?
Benno - Porque não conheço outra pessoa com a mesma disponibilidade de tempo que eu, pra ser meu proeiro ou melhor ainda proeira. LoL!

Fernando - Qual foi o maior perigo que você enfrentou navegando na MAR? 
Benno - Os perigos da MAR são ridículos em comparação com os que nos ameaçam em terra. Na verdade nunca enfrentei um grande perigo na MAR. Ou seja, nunca perdi o controle da situação navegando.

Fernando - Qual seu maior prazer quando navegando na MAR. O meu, se quer saber, é circunavegar uma nova ou antiga ilha.
Benno - Meditar. Navego meditando... Sinto uma paz profunda nessas horas. Algo semelhante ao satori (iluminação) do zen budismo.

Fernando - Qual foi sua última viagem em solitário na MAR?
Benno - Acabo de navegar do Rio de Janeiro a Cabo Frio contra ventos fortes de leste ao longo de 30 longas horas. Estado da Mar 7, na escala Beaufort. Fácil não. Vim bordejando entre duas milhas a 500 jardas da costa, pra evitar as ondas grandes e a forte corrente contrária. Optei por entrar no Boqueirão. Dobrar o cabo nestas condições seria impraticável.

Fernando - E sua próxima viagem, qual será? 
Benno - Minha vida é uma viagem.

Fernando - Qual foi a última coisa importante que você aprendeu navegando?
Benno - Aprendi que o conforto a bordo do meu veleiro só é possível até o algarismo 6 da Escala Beaufort. Até 6 é bom, 7 é demais.

Fernando - Qual é o seu sonho?
Benno - Conseguir o surf eterno. Navegar daqui a Salvador, por exemplo, em cima da mesma onda.

Fernando - Porque você escolheu o Sakumé como veleiro?
Benno - Porque o ermitão sabe quando encontra a concha na qual ele se encaixa.

Fernando - Qual seu conselho ao velejador solitário iniciante?
Benno - Beba (água), defeque e durma. É tudo que você precisa fazer pra continuar navegando. Explico: Se você não beber água morre, se não defecar fica doente, se não dormir apaga.

Fernando - Existe algo mais belo e inteligente que um barco à vela?
Benno - Não, não, o barco à vela é o máximo. Mas pensando bem... Talvez o princípio motor que faz o barco à vela avançar sobre as águas seja ainda mais belo. A idéia dos fluidos é incrivelmente bela.



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