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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

(22/02/2009) - Nuas debaixo do sol de verão! - Diário da Vendée Globe 2008/09 - post 106









106º dia
vendée globe

nuas debaixo do sol de verão!
Chegou o dia e a vez de Arnaud “Cali” Boissières ser recepcionado pela animada população de Sables d’Olonne, mais os 150 torcedores da Akéna Veranda que o acompanharam durante toda a aventura.
Salve amigas e amigos velejadores
TRILHA SONORA DA MENSAGEM:
Boa pra ouvir velejando com tudo em cima e ao sabor de um vento médio de alheta, em dia de tempo bom, ao lado da noiva, e sonhando com o famigerado casório que fará vocês darem com os burros n’água. Vem cá, o cara que inventou o casamento deve ter sido o mesmo que inventou o barco a motor. Não?
http://www.youtube. com/watch? v=oNcEeL15jkc&feature=related
NOVIDADES SOBRE A VENDÉE GLOBE
>>> Chegou o dia e a vez de Arnaud “Cali” Boissières ser recepcionado pela animada população de Sables d’Olonne, mais os 150 torcedores da Akéna Veranda que o acompanharam durante toda a aventura. Ele que assistiu à partida para a primeira edição da regata aos dezessete anos, acometido pouco antes por leucemia e que desde então lutou pra vencer a doença e realizar seu grande sonho, participar de uma Vendée Globe, já pensa em voltar daqui a 4 anos com um veleiro mais
novo e rápido.
>>>> Steve “Morcego” White, só deve chegar quinta feira.
>>>>> O antigo “Fondation Océan Vital” de Raphaël Dinelli está fazendo água, mas não se preocupem que a situação está sob controle.
CURIOSIDADE SOBRE A VENDÉE GLOBE
Vocês sabiam que após vencer a atual edição da Vendée Globe o professor Desjoyeaux está empenhado num projeto humanitário que pretende se utilizar da tecnologia empregada na construção dos open 60, para fabricar cadeiras de roda em fibra de carbono. Mais ágeis, leves e performáticas que as atuais, pra tornar melhor a vida dos deficientes físicos, dentre eles um dos seus amigos particulares? Vocês sabiam?
 ESCOLA PARA VELEJADORES SOLITÁRIOS DA VENDÉE GLOBE:
LIÇÃO NOVA
Lição nº 14 – RESISTÊNCIA x SOFISTICAÇÃO – Se você pretende, amigo velejador, completar uma volta inteira ao planeta Terra, em solitário, sem escalas e sem assistência, durante a próxima Vendée Globe, um veleiro simples e resistente ser-lhe-á de muito mais valia que um veleiro sofisticado, mas frágil. O ideal seria, é lógico, um veleiro sofisticado e resistente. Mas parece que a tecnologia humana ainda não é capaz de semelhante prodígio.  Este foi um dos pontos mais discutidos pelos “entendidos de plantão” durante as emissões semanais da radio do site da Vendée Globe. Com efeito durante esta última edição da regata, alguns dos veleiros mais leves, ágeis, novos e sofisticados dançaram antes de terem percorrido metade da prova, enquanto que outros mais antigos, pesados, lentos, mas também robustos e resistentes continuam a velejar “devagar e sempre”, como diria minha avó Balbina, rumo a Sables d’Olonne, onde uma apoteótica recepção os aguarda.
LIÇÕES ANTERIORES
Lição nº 13 – NÓ EM PINGO D’ÁGUA – O velejador solitário precisa, além de saber fazer de tudo, saber consertar tudo, a bordo do seu veleiro. Caso contrário, como diria minha avó Balbina estará num mato sem cachorro.
  Lição nº 12 – DIREITO AO ERRO – O velejador solitário tem direito a alguns erros e a outros não. A divina mar nos perdoa muita coisa errada, exceto os erros fatais. Lição do Yann Eliès que fraturou o fêmur durante uma manobra equivocada no bico de proa do seu “Generali” abandonado incólume em plena mar.
Lição nº 11 – NAVEGAÇÃO PERIGOSA – Navegar próximo a qualquer costa é 10 vezes mais perigoso que em alta mar. Lição do Bernard Stamm que teve seu open 60 jogado em cima das pedras vulcânicas da maior da ilhas Kerguelen. 
FANTASIA SOBRE A VENDÉE GLOBE:
Fantasia nº 5 -  ( continuação ) Como não teria internet a bordo ficaria incomunicável. Ou seja tornar-me-ia um verdadeiro solitário à la Moitessier. Ah, ia me esquecendo de dizer que o nome do meu open 60 seria “Étoile du Berger” em francês, que em brasileiro significa “Estrela d’Alva”. Pois bem, logo após cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, com o tempo recorde de 79 dias 13 horas e 31 segundos diante de uma multidão entusiástica que viria me recepcionar sobre as águas diante de Sables d’Olonne, em vez de entrar em seu famoso canal, eu cambaria em roda até assumir o rumo contrário.  Minuto seguinte lançaria uma pedra sobre o convés de uma dos barcos que me seguissem. Enrolado na pedra iria um pedaço de papel. No papel ler-se-ia uma mensagem escrita à mão, a seguinte: Continuarei a velejar por velejar na mar, onde me sinto feliz e pretendo salvar minha alma” e daria um segunda volta ao mundo, passando ainda mais perto da Antártica e consequentemente em menor tempo. Chegaria a Sables d’Olonne após 76 dias 13 horas e 31 segundos e contrariando mais uma vez as expectativas de um multidão três vezes maior que aquela que me recepcionara da primeira vez eu cambaria novamente em roda e....  ( continua na próxima página digital do meu tresloucado diário da Vendée Globe )
NOTÍCIAS DA ESTRELA D’ALVA
Enquanto isso eu e minha querida “Estrela d’Alva” continuamos a navegar no canal de Itajurú pra lá e prá cá, da forma mais primitiva do mundo, ou seja, a remo. Forma antiquada, cansativa mas muito agradável de se navegar. Desagradável é receber sobre o bestunto toda essa monstruosa insolação de verão e por isso temos feito longas escalas durante o dia. Não sei como ainda tem gente que tira quase toda a roupa e se deita na areia da praia do Forte pra se queimar viva. Daqui a alguns anos os arqueólogos do futuro exumando os restos da nossa pseudo-civilização rolarão no chão de tanto rir:
- Eles fumavam cigarros cancerígenos!
- Quá quá quá quá quá!
- Sua mulheres tomavam banho de sol nuas debaixo do sol de verão!
- Quá quá quá quá quá!
- Eles poluíam as águas das lagoas, rios, canais e enseadas onde seus próprios filhos nadavam!
- Quá quá quá quá quá!
 EXTRATO DE “AS MIL E UMA NOITES”
 na tradução de Mamede Mustafa Jarouche. Estória: “O filho do rei e a ogra.”
 “Ao vê-lo fazendo semelhantes ameaças, percebi que você, na origem, não passa de um ser repulsivo, de natureza vil, que paga pela boa ação com outra horrível. Depois que eu atirá-lo à mar, vou construir aqui um.... “
Bons ventos amigos e amigas velejadoras
    Fernando “Estrela d’Alva” Costa


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