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sábado, 15 de janeiro de 2011

Ode Marítima de Fernando Pessoa 2 - Poesia - post reciclado




EM PORTUGUÊS

Toda a vida marítima! tudo na vida marítima!
Insinua-se no meu sangue toda essa sedução fina
E eu cismo indeterminadamente as viagens.
Ah, as linhas das costas distantes, achatadas pelo horizonte!
Ah, os cabos, as ilhas, as praias areentas!
As solidões marítimas, como certos momentos no Pacífico
Em que não sei por que sugestão aprendida na escola
Se sente pesar sobre os nervos o fato de que aquele é o maior dos oceanos
E o mundo e o sabor das coisas tornam-se um deserto dentro de nós!
A extensão mais humana, mais salpicada, do Atlântico!
O indico, o mais misterioso dos oceanos todos!
O Mediterrâneo, doce, sem mistério nenhum, clássico, um mar para bater
De encontro a esplanadas olhadas de jardins próximos por estátuas brancas!
Todos os mares, todos os estreitos, todas as baías, todos os golfos,
Queria apertá-los ao peito, senti-los bem e morrer!

Álvaro de Campos

 

Esta não foi a primeira e certamente não será a última vez que cito a quilométrica, bela e profunda ODE MARÍTIMA de Fernando Pessoa, escondido por trás da máscara de Álvaro de Campos. Adoro a primeira parte desse poema. A segunda é masoquista demais pro meu gosto e pro de vocês?

Ode Marítima - texto integral

Extrato da newsletter n° 12 de 16 de junho de 2008 - projeto "Estrela d'Alva"

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