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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Estrela "muda de cor" quando camba - manutenção de veleiro



foto - Benno Grapentin do "Sakumé"


EM BRASILEIRO

Imagino que quem vê a Estrela d'Alva velejando de longe...
Toda pintadinha, com sua pintura personalizada e original...
Toda arrumadinha, mas nem tanto...
Com as duas ou três belas velas brancas-brilhantes-radiais-full-batten que a Cognac Velas nos patrocinou em cima...
Imagino que quem vê a "Estrela d'Alva" velejando de longe...
Normalmente executando uma coreografia marítima inspirada em George Balanchine...
Não imagina o trabalho que me dá sua manutenção e a preparação da sua carga antes de cada saída.
Trabalho esse que já considerei árido e que atualmente parece-me edificante e divertido.
Vejam os tópicos da manutenção da minha querida "Estrela d'Alva" já realizados por mim neste ano de 2011.

1 - Troca dos cabos que prendem os estais aos fuzis.

2 - Troca dos pedaços de elásticos que predem os chicotes dos cabos, que unem os estais aos fuzis.

3 - Troca dos pedaços de mangueira na cor laranja, que protegem os cabos que unem os estais aos fuzis.

4 - Pequeno conserto da vela grande.

5 - Pequeno conserto do colete-salva-vidas.

6 - Troca do elástico (10 m) que mantém a barraca em posição.

7 - Troca do cabo-esticador dos estais do gurupés.

8 - Troca dos elásticos que fixam a bóia circular sobre o gurupés e sua cruzeta.

9 - Troca das manilhas de aço inox, que presas aos fuzis, possibilitam a fixação dos cabos, que sustentam os estais. (Uma das manilhas que estavam sendo usadas partiu num acidente banal ocorrido em terra. E no entanto a vendedora da loja, onde a comprei na Marina da Glória do Rio de Janeiro, afirmou que ela era feita em aço inox 316 legítimo e de ótima qualidade!!! Se essa mesma manilha tivesse partido num dia de vento forte, quando eu estivesse circunavegando a ilha de Pargos, por exemplo, eu e a Estrela teríamos com certeza dançado. Mas... Mas quem me garante que as novas manilhas que comprei em Cabo Frio "agüentarão o rojão"?)

10 - Duas raspagens do casco da Estrela, que encheram-se de algas e cracas em menos de 15 dias. - Porquê? - Sei lá porque. Os simplistas dirão que é porque eu não uso a tinta venenosa. Eu não uso a famigerada tinta venenosa por três razões:

- Porque ela é poluente.

- Porque ela é cara.

- Porque com ela não poderia realizar a pintura diferenciada que criei especialmente pra "Estrela d'Alva". Já perceberam que a pintura da Estrela é "pessoal", particular, original e inédita? Já perceberam que a "Estrela d'Alva" é o único veleiro do mundo que "muda de cor" quando camba?

- Faltou responder porque os cascos dos barcos ancorados no canal de Itajuru enchem-se tão rapidamente de algas e cracas...

- Alguém se habilita?

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