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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Como o sol, toda loucura tem a sua órbita - Foi desta mesa aqui que pediram um reciclado?


ilha de Cabo Frio - foto de Fernando Costa


EM BRASILEIRO

Dizem que Shakespeare, o grande Shakespeare, que eu amo, idolatro e venero, escreveu isto aqui: "Toda a loucura, como o sol, tem a sua órbita." Se eu for, como pretendem alguns, louco mesmo, a órbita da minha loucura é aproximadamente circular e gira em torno de uma ilha. Gira cada vez em torno de uma ilha diferente, dentre as 20 belas ilhas selvagens da paradisíaca Região dos Lagos.

Para quem ainda não as conhece, eu apresento: Papagaios, Dois Irmãos, Redonda, Comprida, Capões, Pargos, do Breu, Emerência de Dentro, Emerência de Fora, Pontal, Porcos, do Cabo Frio, dos Franceses, Filhote, Gravatá, Âncora, Branca, Feia, Caboclo e Rasa.
Gosto de todas, adoraria morar só, na ilha de Âncora, durante algum tempo, mas a minha favorita no momento é Pargos, e a de vocês?


ilha dos Papagaios - foto Fernando Costa


Queria muito saber, amigos, quando, onde, como e porque me nasceu essa profunda paixão pelas ilhas em geral e pelas ilhas desertas em particular. Teria sido no final da minha primeira infância, ouvindo no rádio uma leitura teatralizada de "A Ilha Misteriosa" de Jules Verne? Boa pergunta para o meu psiquiatra. Uma coisa lhes digo, se ignoro a gênese do meu amor pelas ilhas, sei muito bem quando começou meu fascínio pelos barcos à vela.
Curiosos para saber? Lá vai! Aconteceu durante a minha infância. Num belo domingo de céu azul e sol brilhante, emoldurado por altas nuvens brancas. Em companhia dos meus pais e irmãos. No alto do Pão de Açúcar. Não, não, do morro da Urca para ser exato.
- Papai o que é aquilo?
- Uma porção de barquinhos à vela meu filho.
- Barcos à vela, é?
- É, snipes se não me engano.
- E o que é que eles estão fazendo pai?
- Participando de uma regata, filho.
- Ahhh... De uma regata...
- É de uma regata de barcos à vela, na enseada de Botafogo.
- Daqui de cima mais parecem uma ninhada de cisnes brancos procurando pela mamãe-cisne, numa lagoa azul.
-Percebeu amigo César Pé de Vento, a importância de se organizar regatas? Elas permanecem para sempre gravadas na memória das crianças, podendo aflorar a qualquer momento, sob a forma de um irresistível desejo de velejar.
Ih! Ocorreu-me uma hipótese interessante...
- Talvez o Luiz Roberto, o Aurelio Mulin, o Paulo Góes e o mestre Nils Ostergren em pessoa, estivessem governando quatro daqueles pequeninos cisnes brancos... Quem sabe? Talvez nem eles mesmos saibam... Parece que foi ontem, mas faz tanto tempo...


PENSANDO ALTO

Quanto mais você anda em terra, maior a probabilidade de você morrer em terra. Quanto mais você veleja na MAR, menores são as chances de você morrer na MAR.

Fernando Costa

velejador solitário da Região dos Lagos, autor e único responsável pelos projetos "Estrela d'Alva", "Pescador de Nuvens", "Trabalhadores do Mar" e "Flotilha da Espuma".

Newsletter n° 03 de 7 de fevereiro de 2008 - projeto "Estrela d'Alva"

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