desenho de Alain Longet
EM BRASILEIRO
Salve amigas e amigos visitantes deste nosso blog dedicado à divina MAR, à inteligente VELA e ao sagrado MEIO-AMBIENTE!
De presente pros filhos de vocês, o quinto e último capítulo de "Le rameau d'or", que eu traduzi como "A Àrvore Dourada", conto de Natal de autoria de nossa amiga Barbara Fournier, escrito em homenagem ao meu botinho "Alegria" e à minha avó Balbina, ambos conhecidos de vocês. O conto vai em francês, mas eu fiz uma tradução para o brasileiro. Tradução livre, que não sei fazer tradução ao pé da letra. Espero que gostem. Eu adorei a aventura de lê-lo e traduzi-lo.
- Feliz Natal!
- Feliz Natal!
A ÁRVORE DOURADA - conclusão
Conto de natal de Barbara Fournier
Asdrúbal já ia dormindo de novo, quando uma coisa estranha chamou sua atenção. O ramo dourado começou a cintilar, brilhando, com o passar do tempo, cada vez mais intensamente... Em poucos instantes, sua luz iluminou não apenas o interior da vitrine, mas o supermercado, depois o bairro, depois a cidade inteira, com um clarão muito forte e jamais visto, por ninguém antes dele, no mundo. Ofuscado por esse fantástico clarão, Asdrúbal acordou de vez, levantou-se da cama e caminhou na pontinha dos cascos até o ramo de ouro e o pegou delicadamente entre os dentes.
Dirigiu-se a seguir até a porta da vitrine trancafiada como sempre por fora pelo grande cadeado e bastou encostar nela o ramo de ouro, pra que ela se abrisse silenciosamente. No momento em que a porta se abriu, todos os nossos amiguinhos até então prisioeiros do intratável Alfredo-Promoção, acordaram ao mesmo tempo, como por encanto e rapidamente levantaram-se da cama e fugiram do supermercado, nos fundos do qual, encontraram a carroça na qual Balbina e Balbino haviam chegado à nossa cidade há dois meses atrás. Lmbram-se?
Todos juntos empurraram rápido a carroça até à estrada. Depois Asdrúbal entregou o ramo de ouro a Balbina, que o agitou duas vezes no ar e então...
- Não, vocês não vão acreditar no que aconteceu, mas eu vou contar assim mesmo. Será que alguém adivinha? Vou esperar três minutos.
- Não, vocês não vão acreditar no que aconteceu, mas eu vou contar assim mesmo. Será que alguém adivinha? Vou esperar três minutos.
- Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três. Ninguém adivinhou, vou contar.
A carroça transformou-se num barco e a estrada num rio!
- Ohhhhhhhhhhhhhh surpresa geral!
No horizonte o céu se confundiu com a MAR. Todo mundo pulou, ao mesmo tempo, pra dentro da embarcação, que balançou pra lá, pra cá, pra lá, pra cá, mas não virou. O nome da barca era um dos mais bonitos do dicionário: "Alegria".
Balbina içou uma vela e Balbino a outra. Adrúbal levantou a âncora e segurou com firmeza a cana do leme. Um vento bom enfunou as velas e a “Alegria” começou a deslizar toda feliz sobre as águas macias do rio. Logo logo chegaram à MAR e Balbino vestiu uma roupa de marinheiro no menino Jesus de cera. Enquanto Asdrúbal ajeitava entre suas duas grandes orelhas o boné de timoneiro, os dois carneiros vestiram-se com suéteres de lã e foram até à proa fixar a estrela cadente na ponta do gurupés. O anjo de cartolina escalou o mastro com sua luneta a tira-colo e ao chegar ao tope passou a acompanhar o vôo de um certo pombo de penas rosadas, que indicava a eles o bom rumo a seguir.
- Pra onde estamos indo, gente? Perguntou o boi empalhado um pouco assustado com a inclinação da barca, pois era a primeira vez na sua vida que ele velejava.
- Estamos indo pra nossa nova casa na ilha das árvores douradas, responderam Balbina e Balbino em coro, ambos sorridentes.
Após a partida da barca “Alegria” choveu durante várias semanas em nossa cidade. O Natal enfim chegou, mas Alfredo-Promoção desesperado arrancava os cabelos que lhe sobraram, porque a maioria dos seus clientes desaparecera. Como ele não conseguiu pensar em nenhuma idéia nova pra enfeitar a vitrine do super-mercado, as cortinas vermelhas foram definitivamente fechadas. Poucos foram os presentes dados e recebidos naquele Natal. Em contra partida as casas estavam bem mais enfeitadas com guirlandas coloridas e árvores-de-Natal-de-verdade. O que ninguém jamais soube explicar, foi como a estória de Balbino, Balbina, Asdrúbal e Caramelo espalhou-se de boca em boca, até que toda a cidade ficou sabendo tudo que vocês acabaram de ler...
tradução livre de Fernando Costa
desenho de Alain Longet
ORIGINAL EM FRANCÊS
Le rameau d'or - conclusion
Conte de Noël de Barbara Fournier
Anicroche allait se rendormir quand quelque chose d’étrange attira son attention. Le rameau de bois mort s’était mis à scintiller d’un éclat d’abord discret, puis de plus en plus fort. En quelques instants, sa lumière éclaira non seulement toute la vitrine mais aussi la grande nuit opaque du dehors. Cette fois-ci, Anicroche s’éveilla tout à fait. Il se dirigea à pas feutrés vers le rameau d’or, le prit délicatement entre ses dents et s’en alla jusqu’à la porte verrouillée.
Il glissa le rameau sans le lâcher à l’intérieur de la serrure… La porte s’ouvrit sans peine… Et, comme par enchantement, le petit monde de la crèche se leva d’un seul bond. On se hâta de rejoindre l’arrière-cour du supermarché pour y retrouver la roulotte avec laquelle Balbina, Balbino et Anicroche étaient arrivés dans notre ville.
A présent, elle était bien trop petite pour accueillir les enfants et tous leurs amis. Ensemble, ils poussèrent la roulotte sur la grand route. Puis, Anicroche tendit à Balbina le rameau d’or et elle l’agita deux fois rapidement dans l’air. La roulotte se changea alors en bateau et la route en rivière. A l’horizon, le ciel se confondit avec la mer. Tout le monde sauta dans l’embarcation. Elle portait un bien joli nom, Alegria, et tanguait un petit peu.Anicroche leva l’ancre et Balbina hissa la voile qui se gonfla d’un coup. Balbino habilla le nourrisson de cire d’un joli ciré jaune. Les agneaux enfilèrent des pulls rayés et allèrent fixer l’étoile à la proue du bateau pendant qu’Anicroche vissait entre ses deux grandes oreilles une belle casquette de capitaine. Quant à l’ange de papier, il monta au sommet du mât avec sa longue vue pour y suivre le vol d’un oiseau aux plumes rose nacré qui, au loin, semblait ouvrir la voie.
- Où partons-nous maintenant? demanda le bœuf très ému, car il n’avait jamais navigué.
- Vers notre nouvelle maison, l’île aux arbres dorés ! répondirent en chœur Balbina et Balbino.
Après le départ de l’Alegria, il plut des semaines sans discontinuer sur notre ville. Noël était maintenant à la porte. Monsieur Tireliron s’arrachait les cheveux qu’il n’avait pas, car les clients avaient déserté son magasin. Comme il ne trouvait plus la moindre idée, le directeur du supermarché fit refermer les rideaux rouges, dans la grande vitrine. On donna et on reçut peu de cadeaux cette année-là, mais chacun voulut mettre plus de guirlandes scintillantes aux branches des sapins. Et personne ne sut jamais vraiment comment, ni grâce à qui, l’histoire de Bonbon le Pigeon et du rameau magique se propagea partout, comme une traînée de poudre d’or…
Barbara Fournier
Barbara Fournier
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