Salve amigas e amigos visitantes!
É com prazer que lhes apresento uma estória vivida pelo Telmo Moraes, diretor do imperdível Museu de Surf de Cabo Frio, que é, como vocês verão, um excelente contador de estórias.
- A estória é ótima e em três minutos, que parecerão 3 segundos vocês terminarão de lê-la.
Ao final da estória aposto que darão razão a Victor Hugo quando ele diz que "uma idéia é um meteoro".
- Todos prontos?
- Desligaram seus celulares?
- Certeza?
UMA IDÉIA É UM METEORO
por Telmo Moraes
"Toda vez que vou a São Paulo visitar minha mãe ou simplesmente a negócios, costumo voltar pela Rio-Santos, margeando o litoral.
Em uma dessas viagens, estava de passagem pelo Guarujá. Pra ser preciso ia subindo de carro o morro do Maluf e olhando do alto as ondas do MAR quebrando contra as pedras, que circundam aquela pequena elevação.
Pensei com meus botões.
- Vem frente fria aí, o MAR está de ressaca.
De repente um grande ajuntamento de gente inquieta chamou-me a atenção.
Lembro de ter-me perguntado:
- O que estará acontecendo lá embaixo, meu Deus?
Movido pela curiosidade desci do carro e vi um homem se debatendo dentro d’água.
Soube mais tarde tratar-se de um pescador-de-encosta que havia sido arrastado por uma onda mais violenta.
Pelo que pude observar ou ele não sabia nadar ou nadava muito mal.
Começou visivelmente a afogar-se.
Pra meu desespero ninguém tomava nenhuma providência. Ninguém agia.
Ninguém fazia nada.
Ninguém fazia nada.
Todos hipnotizados pela angustiante cena.
- Pensei: Preciso fazer alguma coisa e rápido.
- Um minuto de hesitação e aquele pobre homem morrerá.
- Mas até que eu chegue lá embaixo, até que tire os sapatos, o cinto, as roupas enfim, até que eu pule n’água, até que consiga nadar até o infeliz, será tarde demais.
- Preciso pensar e agir rápido!
- Preciso salvar aquele homem e só tenho trinta segundos disponíveis.
20, 10, 5, 4, 3... zero!
- Meu tempo acabou!
- Pronto! Consegui! O homem está salvo!
- Acreditem se quiserem, mas acabei de salvar um homem da morte
com uma idéia simples!
com uma idéia simples!
Agora o problema é seu amigo leitor.
O meu problema eu resolvi brilhantemente. Salvei uma vida humana com uma idéia original, seguida de ação fulminante.
Seu problema é adivinhar o que foi que eu fiz.
Eu tive apenas 30 segundos, sob forte pressão emocional, pra pensar e agir salvando o homem.
- E você? Quer quanto tempo pra resolver seu problema?
- Seu problema é adivinhar o que foi que eu fiz.
- Três minutos?
- Dou-lhe cinco.
- Dou-lhe cinco.
- Quatro.
- Três.
- Dois.
- Um.
- Zero.
- Seu tempo acabou amigo leitor e o homem morreu. Ninguém sobrevive a cinco minutos sem respirar.
- Vou contar-lhe o que fiz. Simples! Muito simples.
- 30 segundos antes do homem morrer? Peguei a chave do carro.
- 20 segundos antes do homem morrer? Abri a mala do carro.
- 10 segundos antes do homem morrer? Atirei o estepe na direção do homem, que foi rodando, quicando, ganhando cada vez mais velocidade...
- 5 segundos antes do homem morrer? - Splash! o pneu cai precisamente ao lado do homem, que no auge do desespero, vislumbra o raio de luz da salvação, abre um sorriso instantâneo e agarra-se ao pneu, com suas últimas forças.
Um minuto mais tarde: a viatura dos bombeiros chega.
Dois minutos mais tarde: o homem agarrado ao pneu afasta-se da arrebentação batendo as pernas.
Três minutos mais tarde: os bombeiros conseguem colocar um bote-inflável dentro d’água. Mas o nosso homem continua flutuando, agarrado ao pneu do meu carro.
Quatro minutos mais tarde: um dos bombeiros consegue fazer o motor do inflável pegar.
Cinco minutos mais tarde: dois bombeiros conseguem tirar o homem da água.
Quinze minutos mais tarde: o chefe dos bombeiros me devolve o pneu salvador, mas antes me estende a mão, me abraça com toda força e diz emocionado.
- Sua inteligência salvou uma vida!
Enxuguei uma lágrima com a manga da camisa, guardei o estepe na mala e...
- Yuuuuuuuuuupeeeeeee! Gritei doido de alegria!
Liguei meu carro e sorri do Guarujá até o Rio, onde cheguei ao anoitecer... Olhei pro Cristo e Ele deu-me um segundo abraço.
- Sabem quando vou me esquecer daquele dia glorioso? Nunca!”
Telmo Moraes, diretor do Museu do Surf
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