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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Só faz sentido existir pra melhorar - diário da Estrela


Estrela d'Alva velejando em Búzios, durante a regata de inauguração da flotilha de bateras à vela do Icab - foto de Simone Albuquerque

Eu que pretendia realizar 13 aventuras de sete dias cada, ao longo do corrente ano, já realizei 17 de sete dias, uma de dez e a última, que durou de 4 a 18 de setembro, de 14 dias.
Como tinha previsto não fui longe durante esta última aventura. Na verdade não cruzei a barra do canal de Itajurú e só velejei um único dia. Porque? Por várias razões.
Primeira, porque o excelente livro “O longo caminho” de mestre Moitessier me enfeitiçou durante a primeira semana de “viagem” e não consegui fazer mais nada a não ser, ler o livro, pensar e escrever a respeito.
Segunda, porque durante a segunda semana, uma frente estacionária provocou muitas pancadas de chuva forte na região, durante as quais soprava um vento médio a fraco, de direção e intensidade instáveis, após o que a calmaria se reinstalava.
Terceiro, porque depois de um perrengue passado na MAR é bom a gente dar um tempo pra se autocriticar e aperfeiçoar procedimentos. Penso às vezes que se não fosse pelo perigo que se corre, nós marujos, que gostamos de cutucar a instável Netuna e o temperamental Éolo com vara curta, deveríamos passar um perrengue por mês na MAR. Cada novo perrengue nos re-ensina de forma indelével uma série de princípios que não podemos jamais negligenciar quando na MAR. Concordam?
Já que velejei pouco, remei bastante e testei a nova barraca que eu e meu amigo e colaborador Evandro Lopes inventamos, baseada na que o Beto Pandiani e o Igor Bely usam a bordo do "Bye Bye Brasil". A diferença é que a deles é High e a minha LowTech. Já tínhamos feito três barracas anteriormente, mas esta última versão é a melhor de todas... Dentro dela posso rangar, ler e dormir com relativo conforto e privacidade. Vocês ficariam surpresos se comparassem a primeira com a última... Imensa evolução. Donde se conclui que qualidade não se inventa.
Realizei uma façanha digna de nota, no único dia que velejei. Pela primeira vez percorri o estreito corredor que existe, entre os mais de 70 barcos ancorados ao longo do canal de Itajurú, no bairro da Passagem, de ponta a ponta e com quase tudo em cima. Isso com vento e corrente de maré de sizígia a favor. Ou seja, bastava um pequeno deslize e a “Estrela d’Alva” ficaria presa pelo ra... perdão pelo leme, na amarra da bóia de um dos barcos fundeados. Aposto que isso, meus detratores esqueceram de contar pra vocês. Não esqueceram? Seja como for, pra quem não ousava nem pensar em entrar no canal de Itajurú velejando, progredi bastante, não? No livro dos espíritos do Alain Kardec li que “só faz sentido existir pra melhorar”. Alguém concorda? Alguém discorda? Não entendo isso. Em cada uma das minhas newsletters faço, no mínimo, umas dez perguntas e não recebo nenhuma resposta. Estranha sensação de estar teclando com a pedra da Baleia ou com um indiferente sapo, como as más línguas diziam do meu guru Gilliatt.

Extrato da newsletter nº 18 de 3/10/2008 – projeto “Estrela d’Alva”

2 comentários:

  1. Fala Fernando!!!

    Parabens pelo seu Blog. Eu não tive a mesma energia para alimentar o meu durante muito tempo. Vivo de sonhos como vc e tive a felicidade de correr atraz dos meus quando em 2005 larguei tudo para viver ele na carne. Fiquei 5 anos perambulando entre costa do brasil, Costa nordeste-norte da america do sul, caribe e europa. Voltei para o Brasil em 2009 e agora comecei um novo projeto aqui na paraiba. Precisamos viver nossos sonhos independente de ele serem grandes ou não. Conta comigo para o que der e vier ok.
    luciano zinn
    veleiro tritton
    www.ribeiraadventureclub.blogspot.com

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  2. Obrigado pelo elogio Luciano.

    Pretendo visitar seu blog com calma e depois comentar melhor seu comentário. Prazer tê-lo como seguidor, mas creio que sou eu quem deveria seguí-lo, pois que sua experiência é muito maior que a minha. Enquanto você fez a festa nos Atlânticos norte e sul, eu, até o momento, só velejei ao longo da costa do sol e num certo lago no sul da França.

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Seus comentários, críticas ou elogios farão meu blog evoluir. Obrigado por participar.

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