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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"É doce morrer no mar" - canção


É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio, foi
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim
É doce…
Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada, não voltou
O marinheiro bonito,
Sereia do mar levou
É doce …
Nas ondas verdes do mar, meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá.

Dorival Caymmi e Jorge Amado
http://www.youtube.com/watch?v=r64VPPaaLbw

Antes, essa bela e triste canção, não me lembrava ninguém especificamente, mas depois que soube da morte do meu amigo Antoine Duguet, impossível não pensar nele. O jovem, corajoso e talvez temerário Antoine Duguet, amigos, saiu de Brest em solitário a bordo de um Pogo 22, atravessou o Atlântico e aportou um belo dia em Salvador, onde passou uma boa temporada. Depois decidiu descer... Passou por Cabo Frio onde tive o prazer de conhecê-lo. E continuou descendo. Descendo... Costa de São Paulo... Paraná, Santa Catarina... Rio Grande do Sul. Tudo isso a bordo de um pequenino Pogo 22, velejado em solitário, não se esqueçam. Não satisfeito com a baixa latitude já alcançada, continuou descendo... Desceu ao sul de Montevideo, depois de Buenos Aires. Atravessou a costa da Patagônia e pasmem chegou a Ushuaia, a dois passos da Terra do Fogo. Queria tentar dobrar o temível cabo Horn à bordo do seu minúsculo Pogo 22, estão ligados? Amigos convenceram-no a não tentar semelhante loucura. O bravo Antoine Duguet, discípulo apaixonado de Bernard Moitessier, marinheiro da terra dos melhores marinheiros franceses, a Bretanha, ouviu o conselho dos amigos e decidiu subir... Subindo enfrentou duas tempestades entre Ushuaia e as Ilhas Malvinas. Sobreviveu à primeira, mas desapareceu durante a segunda. Isso pouco depois de ter encontrado o grande amor da sua vida. Uma francesa que, por acaso, tinha nascido na mesma cidade que ele. Enfim como diz a canção.


“O marinheiro bonito, sereia do mar levou.”
Ou se preferirem Antoine Duguet
“Fez sua cama da noivo no colo de Iemanjá”
Lamentável. O pior de tudo não é morrer. Morrer todo mundo vai morrer um dia. Lamentável é ter parado de velejar. Coisa que muita gente faz antes de morrer. Porque, não sei. Se velejar é a melhor coisa deste mundo...

http://www.stw.fr/dt/display_dt.cfm?dt=787

Segundo Dorival Caymmi, "É Doce Morrer no Mar" nasceu durante uma reunião de amigos, em casa do pai de Jorge Amado. No calor da festa, o compositor criou a canção sobre um tema de "Mar Morto", romance de Jorge sobre os mestres de saveiros: "É doce morrer no mar / nas ondas verdes do mar". Imediatamente, o romancista compôs mais alguns versos, completando a canção ("Nas ondas verdes do mar, meu bem / ele foi se afogar / fez sua cama de noivo / no colo de Iemanjá...").

Fernando Costa

Newsletter n° 5 de 5 de março de 2008 - projeto Estrela d'Alva

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