Enseada de Jurujuba - Mapa do J -20
-Jogamos mais duas partidas de Ragevan 2 na enseada de Jurujuba, colegas velejadores.
- O J - 19 e o J - 20.
- O J-19 disputado* sábado passado, que eu apelidei de "serrote de lá pra cá" foi desenhado por mim e eu prefiro
não comentá-lo.
- Porque?
- Porque entramos tarde demais (14 horas) na raia e não tivemos tempo de percorrer mais que quatro seguimentos do circuito.
- Nós, quem?
- Eu, mais minha querida Estrela d'Alva, of course!
- E porque entramos tão tarde na raia?
- Pelo único motivo importante que poderia alegar.
- Porque passei a manhã toda realizando a manutenção semanal da Estrela*.
- Somamos míseros 120 pontos...
- O vento evaporou e voltamos a remo no apagar das luzes...
- Falemos portanto do J - 20 que eu fiz de tudo pra marcar ponto máximo.
- Acordei bem cedo na segunda-feira dia 5/06/2017 - 4 h 30 da matina.
- Parti do "Yankee Bravo" às 5 h 30.
- Entramos na raia às 6 h.
- Navegamos a remo os quatro primeiros seguimentos do circuito, enquanto o vento não chegava.
- Quais seguimentos?
- Do Ponto Zero ao Ponto J, do Ponto J até Morcego, de Morcego até Skate e de Skate até São Francisco...
- Quando chegamos a São Francisco o bendito vento surgiu de repente do nada e a Estrela de lagarta virou crisálida e de crisálida evoluiu para Borboleta.
- Que coisa linda!
- Que transformação fascinante!
- Como é possível que um canoa tão pesada quando impulsionada a remo, possa tornar-se pluma levíssima com as velas desfraldadas.
- Deslizamos deliciosamente, sutilmente de São Francisco até o ponto Z e de lá até o belo MAC e do belo MAC...
- Bem a meio caminho entre o MAC e Charitas o vento amainou até cessar de vez.
- Calmaria total.
- Aproveitei pra rangar após cinco horas de navegação.
- De repente entrou o SW rachando e quase virou a Estrela* de cumbuca pra cima.
- Mais uma vez escapamos do desastre no último décimo de segundo.
- Arriei todas a velas da Estrela por precaução.
- Lancei a âncora, mas a âncora número 1 garrou*.
- Apelei para a âncora de misericórdia.
- Rizei a vela grande e enrolei a buja.
- Ainda conquistamos Charitas debaixo do pé de vento.
- Depois navegamos meio caminho entre Charitas e o "Arquipélago do Enigma", mas preferi arrepender-me de não ter ido, do que arrepender-me de ter ido.
- Na latitude do Morcego as ondas estavam grandes e as rajadas violentas demais...
- Se a Estrela* estivesse a 100% do seu potencial eu teria arriscado...
- Mas como ela está bem longe desse algarismo ideal, joguei a toalha, pouco antes do vento amainar...
- Mas como eu poderia adivinhar que o vento amainaria pouco depois?
- Pensei em içar novamente velas e reentrar no raia, mas...
- Era tarde...
- Mais de 15 h 30...
- Não daria tempo de completar o circuito antes da hora limite, 16 horas...
- Fica pra próxima.
- Na hora, como o sangue quentíssimo, bateu a insatisfação e recriminei-me.
- No dia seguinte dei-me razão.
- Melhor mesmo arrepender-se de não ter ido do que arrepender-se de ter ido.
- O que não deve ser desculpa pra gente largar o veleiro ancorado ou atracado "ad eternum" como faz a maioria absoluta dos velejadores do planeta, em especial os brasileiros, nestes obscuros tempos que correm.
Fernando Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seus comentários, críticas ou elogios farão meu blog evoluir. Obrigado por participar.