Oceano Atlântico entre a Europa e a África - sábado - 17/8/2013 – 07 h 05 – Foto de Fernando Costa
A simples observação desta foto, nos leva à conclusão de que algo de errado aconteceu a bordo do "Le-Plaisir-du-Soleil" de ontem pra hoje. São 07 h 05 e navegamos com a proa no sol. Ou seja estamos voltando pra Gibraltar.
Na verdade várias coisas erradas aconteceram:
- As duas mais graves foram que:
Primeira - O motor fumou crack.
Segunda - Fui vítima de um acidente que
poderia ter sido fatal, durante um traiçoeiro jibe chinês.
Meu acidente foi semelhante ao que o Iggy Pop sofreu em 2010. Saltou do palco pra realizar mais um "stage-dive", a galera não o segurou como deveria e ele se espatifou no chão. No meu caso, eu estava de pé no tombadilho, a boreste do mastro da mezena, observando atentamente o horizonte, em busca de navios mercantes, que como vocês sabem, infestam esse pedaço de MAR. De repente uma enorme vaga deu uma p...%$#@*! na popa do "Plaisir-de-Soleil", que perdeu o rumo, atravessando. Eu corri na direção do cockpit pra assumir o timão e endireitar o barco, mas esqueci, na pressa, que entre o tombadilho e o cockpit existe um pequeno abismo. Resultado? Caí de cabeça no abismo. Mas acreditem se quiserem, foi essa terrível queda livre, que livrou-me por um triz, de uma violenta chicotada da adriça da Vela Grande, durante o jibe chinês, que com certeza ter-me-ia arremessado pra fora do veleiro. Este amigos, foi o mais grave acidente que já sofri a bordo de um barco à vela, desde 2002. E foi após este acidente que entendi porque o grande Eric Tabarly, apesar da sua enorme experiência, levou uma paulada da retranca, caiu e morreu na MAR. Não, não, por favor, (quem sou eu?), não estou me comparando ao grande Tabarly, nem poderia. Só estou dizendo que se um evento inesperado tirar sua atenção, por uma fração de segundo que seja, num momento decisivo, você está morto. Tem jeito não. A desconcentração é fatal.
Na verdade várias coisas erradas aconteceram:
- As duas mais graves foram que:
Primeira - O motor fumou crack.
Segunda - Fui vítima de um acidente que
poderia ter sido fatal, durante um traiçoeiro jibe chinês.
Meu acidente foi semelhante ao que o Iggy Pop sofreu em 2010. Saltou do palco pra realizar mais um "stage-dive", a galera não o segurou como deveria e ele se espatifou no chão. No meu caso, eu estava de pé no tombadilho, a boreste do mastro da mezena, observando atentamente o horizonte, em busca de navios mercantes, que como vocês sabem, infestam esse pedaço de MAR. De repente uma enorme vaga deu uma p...%$#@*! na popa do "Plaisir-de-Soleil", que perdeu o rumo, atravessando. Eu corri na direção do cockpit pra assumir o timão e endireitar o barco, mas esqueci, na pressa, que entre o tombadilho e o cockpit existe um pequeno abismo. Resultado? Caí de cabeça no abismo. Mas acreditem se quiserem, foi essa terrível queda livre, que livrou-me por um triz, de uma violenta chicotada da adriça da Vela Grande, durante o jibe chinês, que com certeza ter-me-ia arremessado pra fora do veleiro. Este amigos, foi o mais grave acidente que já sofri a bordo de um barco à vela, desde 2002. E foi após este acidente que entendi porque o grande Eric Tabarly, apesar da sua enorme experiência, levou uma paulada da retranca, caiu e morreu na MAR. Não, não, por favor, (quem sou eu?), não estou me comparando ao grande Tabarly, nem poderia. Só estou dizendo que se um evento inesperado tirar sua atenção, por uma fração de segundo que seja, num momento decisivo, você está morto. Tem jeito não. A desconcentração é fatal.
Fernando Costa
TERCEIRO DIA DA TRAVESSIA GIBRALTAR-ILHA DA MADEIRA, A BORDO DO VELEIRO "LE-PLAISIR-DU-SOLEIL" - EXPEDIÇÃO ABORTADA
Leia uma introdução à esta série de posts aqui.
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Mas está vivo e pode continuar velejando. Isso é tudo o que importa
ResponderExcluirTem toda razão Paulo, só faz sentido existir pra velejar. A propósito, tenho uma outra boa notícia. Há três dias atrás a dor na coluna, que me angustiava desde que sofri este acidente simplesmente desapareceu. Ou seja estou pronto e bem disposto pra uma nova travessia oceânica, talvez rumo à paradisíaca e lusitana ilha da Madeira, minha favorita dentre todas que conheci este ano.
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