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1 – Jean-Pierre Dick recuperou hoje sua terceira posição do inglês Alex Thomson enquanto o debutante-líder-recordista François Gabart confirma a liderança da regata, aumentando ainda mais a distância que o separa do segundo colocado, Armel Le Cleác'h, que ainda não perdeu as esperanças de alcança-lo.
2 – Graças à pane de piloto automático sofrido pelo open 60 "Mirabaud", do suíço Dominique Wabre, o espanhol Javier Sansó, Bubi para os íntimos, conquistou o
sétimo lugar na regata.
sétimo lugar na regata.
3 – Bernard Stamm teve hoje sua desqualificação confirmada pelo juri internacional da Vendée Globe, mas continua a navegar, extra-oficialmente, em sétima posição na regata, à frente de Javier Sansó, ao norte das Ilhas Malvinas, ao sabor de ventos fortes, tangenciando os trinta nós e surfando ondas grandes de quatro a cinco metros de altura. Segundo ele, seu barco ainda não tinha enfrentado condições de MAR e vento tão violentas ao longo desta hercúlea prova. Coragem e boa sorte Bernard!
O nosso professor convidado de hoje na UTSVG - Universidade de Todos os Saberes da Vendée Globe é o veterano suíço Dominique Wavre, que passou um momento difícil hoje, ao norte das ilhas Malvinas, como consequência de uma pane de piloto automático. O seu open 60 "Mirabaud", fora de controle, foi atacado pelo través, por um violento trem de ondas, como é de costume neste tipo de situação e o caos instalou-se a bordo, obrigando o solitário navegante a aquartelar ao longo de várias horas, pra colocar ordem na "casa", o que lhe custou duas posições no grid da regata.
A lição que mestre Wavre tem a nos dar vai de encontro ao preconceito que as pessoas tem contra os mais velhos, pois que sua brilhante participação na regata, evidencia que um homem de 58 anos, pode muito bem escalar sozinho o Everest dos Mares, sem dever nada aos mais jovens.
O que é necessário para realizar tão admirável performance?
1 - Estar em boa forma física e mental.
2 - Saber e gostar de navegar.
3 - Preparar-se da melhor forma possível para a longa travessia.
4 - Lançar mão da sua experiência de MAR, para compensar a falta natural de vigor, resistência e força física.
5 - Não se impressionar com as "opiniões disparatadas", pra não dizer "intrigas invejosas", da turma que fica bebendo cerveja e fofocando no bar de beira do cais , em vez de velejar, que é o maior prazer dessa vida.
Pois bem, Dominique Wavre ignorou as intrigas e partiu todo confiante para a sua oitava volta ao mundo, ele que é professor de desenho, antes de ser mestre em vela oceânica, ele que começou a velejar no lago Léman, ele que foi o primeiro cidadão suíço a realizar uma volta ao mundo em solitário e sem escalas, ele que é o participante da atual edição da Vendée Globe que melhor se expressa, quando fala cheio de entusiasmo sobre a divina MAR e do raríssimo privilégio de velejar em solitário no misterioso, traiçoeiro, belo e violento oceano austral.
O ótimo desempenho de Dominique Wavre nesta intensa e quase infinita MARatona que é a Vendée Globe constitui, portanto, prova cabal de que a vela é o esporte mais democrático, em termos de faixa etária. Vejam bem, o mais novo velejador, François Gabart tem 29 e mestre Wavre 58 anos, e todos dois regressarão em breve a Les Sables d'Olonne e serão festejados com pompa e circunstância, dignas de herói grego da idade de ouro. E não esqueçamos que a rainha das adolescentes Laura Dekker completou sua volta ao mundo em solitário aos 16, tendo-a iniciado aos 15 aninhos. Hora da conclusão, amigos e minha conclusão é a seguinte. Se dos 15 aos 57, você pode circunavegar o mundo em solitário, dos 8 aos 80, pode velejar tranquilamente em condições menos exigentes, realizando travessias mais curtas ou fazendo parte de tripulações. Viva a vela! Viva o mais democrático dos esportes! Esporte só, não, pra mim a vela é muito mais que esporte. É a arte de bem viver em harmonia com a mãe natureza, no que ela tem de mais belo, agradável e edificante, a imensa, a quase infinita, a divina MAR.
Bons ventos e até amanhã.
Fernando Costa, contando o dia a dia da Vendée Globe pra você, diretamente de Les Sables d'Olonne, na costa oeste da França.
A lição que mestre Wavre tem a nos dar vai de encontro ao preconceito que as pessoas tem contra os mais velhos, pois que sua brilhante participação na regata, evidencia que um homem de 58 anos, pode muito bem escalar sozinho o Everest dos Mares, sem dever nada aos mais jovens.
O que é necessário para realizar tão admirável performance?
1 - Estar em boa forma física e mental.
2 - Saber e gostar de navegar.
3 - Preparar-se da melhor forma possível para a longa travessia.
4 - Lançar mão da sua experiência de MAR, para compensar a falta natural de vigor, resistência e força física.
5 - Não se impressionar com as "opiniões disparatadas", pra não dizer "intrigas invejosas", da turma que fica bebendo cerveja e fofocando no bar de beira do cais , em vez de velejar, que é o maior prazer dessa vida.
Pois bem, Dominique Wavre ignorou as intrigas e partiu todo confiante para a sua oitava volta ao mundo, ele que é professor de desenho, antes de ser mestre em vela oceânica, ele que começou a velejar no lago Léman, ele que foi o primeiro cidadão suíço a realizar uma volta ao mundo em solitário e sem escalas, ele que é o participante da atual edição da Vendée Globe que melhor se expressa, quando fala cheio de entusiasmo sobre a divina MAR e do raríssimo privilégio de velejar em solitário no misterioso, traiçoeiro, belo e violento oceano austral.
O ótimo desempenho de Dominique Wavre nesta intensa e quase infinita MARatona que é a Vendée Globe constitui, portanto, prova cabal de que a vela é o esporte mais democrático, em termos de faixa etária. Vejam bem, o mais novo velejador, François Gabart tem 29 e mestre Wavre 58 anos, e todos dois regressarão em breve a Les Sables d'Olonne e serão festejados com pompa e circunstância, dignas de herói grego da idade de ouro. E não esqueçamos que a rainha das adolescentes Laura Dekker completou sua volta ao mundo em solitário aos 16, tendo-a iniciado aos 15 aninhos. Hora da conclusão, amigos e minha conclusão é a seguinte. Se dos 15 aos 57, você pode circunavegar o mundo em solitário, dos 8 aos 80, pode velejar tranquilamente em condições menos exigentes, realizando travessias mais curtas ou fazendo parte de tripulações. Viva a vela! Viva o mais democrático dos esportes! Esporte só, não, pra mim a vela é muito mais que esporte. É a arte de bem viver em harmonia com a mãe natureza, no que ela tem de mais belo, agradável e edificante, a imensa, a quase infinita, a divina MAR.
Bons ventos e até amanhã.
Fernando Costa, contando o dia a dia da Vendée Globe pra você, diretamente de Les Sables d'Olonne, na costa oeste da França.
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