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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Se o mundo não acabar hoje - Diário da Vendée Globe - 41º dia - 21/12/2012




Alessandro di Benedetto presidente do PVVV, meu guia, meu mestre, meu guru :)





NOVIDADES 

1 – Se o Alessandro di Benedetto, presidente do PVVV. Partido dos Velejadores que Velejam por Velejar (ao qual tenho imensa satisfação de pertencer) for o último dentre os participantes da atual edição da Vendée Globe a regressar a Sables d'Olonne, fechando sua volta ao mundo em exatos 135 dias, a Vendée Globe somará exatos 1.000 dias em 2013, após sete edições e apenas 23 anos de existência. Entenderam não? Pensem um pouco, pesquisem um pouco, façam algumas contas que vocês entenderão. Nem sempre o autor deve explicar tudo, tim tim por tim tim, a seus leitores. O cérebro funciona como um músculo. Se ficar sem ginástica atrofia. Um, dois. Um dois, três, quatro. Um dois, três, quatro, cinco, seis, sete. Quero todo mundo raciocinando. LoL!


2 – Os dois mais famosos pupilos de mestre Desjoyeaux continuam a velejar cabeça com cabeça após mais de quarenta dias de prova, o que é incrível, fantástico, extraordinário. Imaginem se eles continuarem sempre assim e cruzarem a reta de chegada diante de

Sables d'Olonnes como se tivessem disputado uma regata promovida pelo ICAB em volta das três eternas bóias. Não, não, isso é impossível, mais dia menos dia, um dos dois vai disparar na frente do outro. Aposto meu "Doliceyou" com quem quiser sustentar o contrário. :)

3 – Acabei de ver mais um simpaticíssimo vídeo-show protagonizado pelo Tanguy de Lamotte em que ele responde às perguntas de várias crianças em videochat. Só não vou publicá-lo neste blog, porque as criancinhas, coitadas, continuam prisioneiras, coitadas, da maldita escola, sentadinhas diante do entediante quadro negro, nas mesmas carteiras duras de sempre e com as mesmas professoras de sempre entrincheiradas no fundo da sala. Quando é que todas as escolas do mundo vão mundar pra bordo de um veleiro, que é a melhor escola, enquanto que a escola é o pior veleiro? Quando é que todos os professores serão velejadores solitários da Vendée Globe, velejando por velejar, em volta do planeta Terra, que deveria chamar-se Água? Críticas à parte. Parabéns ao Tanguy de Lamotte por este sagrado cruzeiro em prol das crianças mais pobres, doentes e miseráveis do mundo. Ia esquecendo de dizer que existem dois tópicos que me encantam neste vídeo. A curiosidade estampada nos olhinhos brilhantes das crianças que fazem perguntas ao Tanguy e as ótimas respostas que ele lhes dá. Adoraria discursar longamente sobre este vídeo, mas este não é o momento indicado.





Muito boa tarde de fim de mundo amigas e amigos leitores

Não sei se vocês estão de acordo, mas os velejadores do mundo inteiro podem ser divididos em três grupos. Os que regateiam (1), os que velejam por velejar (2) e os que nem regateiam nem velejam por velejar (3). Pelo que pude observar até o presente o grupo dos que regateiam (1) é médio, o grupo dos que velejam pelo indizível prazer de velejar (2) pequeno, bem pequeno e o grupo dos que nem regateiam nem velejam por velejar (3) enorme e cada vez maior. É  pena ver tantos veleiros esquecidos no cais das marinas, tanto no Brasil como na França. Não posso compreender porque os des-humanos rodam de auto-móvel a motor (coisa horrorosa um motor a explosão! arre!) todo dia e velejam em média, três dias por ano. Se velejar é o segundo prazer desse mundo, porque esse descaso com o barco à vela, que na minha opinião é o rei dos brinquedos para ambos os sexos e todas as idades? Já que o fim do mundo tá marcado pra hoje, morrerei sem desvendar esse enigma. Mas enquanto o mundo não acaba, falemos da rainha das regatas. A planetária Vendée Globe, em que os super-marujos-pseudo-solitários se dividem igualmente em três grupos, quase iguais em número nesta edição. Existe o grupo dos que regateiam (1), o grupo dos que velejam por velejar (2) e o grupo dos que nem regateiam nem velejam mais por velejar (3). Confiram, por favor, comigo, pra ver se eu cometi algum erro.

GRUPO DOS QUE REGATEIAM

François Gabart
Armel Le Cléac’h
Jean-Pierre Dick
Bernard Stamm
Alex Thomson
Jean Le Cam
Mike Golding
Dominique Wavre

GRUPO DOS QUE VELEJAM POR VELEJAR

Alessandro de Benedetto
Tanguy de Lamotte
Bertrand de Broc
Arnaud Boissières
Javier Sansó

GRUPO DOS QUE NEM REGATEIAM NEM VELEJAM MAIS POR VELEJAR

Marc Guillemot
Louis Burton
Samantha Davies
Kito de Pavant
Jérémie Beyou
Zbigniew Gutkowski
Vincent Riou

E olhando para esses três grupos percebo mais uma razão para amar a Vendée Globe. Enquanto que na maioria das regatas todos os velejadores inscritos regateiam e apenas regateiam do início ao fim da regata, na Vendée Globe há ainda espaço para o meu partido político, o PVVV. Partido dos Velejadores que Velejam por Velejar. Tão agradável ver o nosso presidente de partido, Alessandro di Benedetto velejando sem pressa, sem stress, sem hora pra chegar. Tão bom assistir os criativos vídeos-shows do Tanguy de Lamotte. Tão reconfortante imaginar o Bertrand de Broc ouvindo música a bordo do seu democrático “Votre Nom Autour du Monde et EDM projets”. Porque tanta pressa na comissão de frente da regata se o mundo vai acabar hoje mesmo? Hein? Mas se o mundo não acabar hoje continuarei a pensar que a MAR e o VENTO foram feitos especialmente pra velejadores que velejam apenas por velejar, por puro prazer, como gosta de fazer Alessandro de Benedetto em primeiro e eu em segundo lugar. Mais alguém?


Bons ventos a todos e até amanhã, se o mundo não acabar hoje. Desde criança, querem saber quantas vezes já ouvi desesperado os des-humanos anunciarem que o mundo ia acabar? Umas dez e vocês?




CURIOSIDADE 3  - Há quatro anos atrás...

Escrevi o seguinte no meu excêntrico diário da Vendée Globe:


Como se não bastasse o cordão de depressões violentas que varreram com freqüência quase que diária os já combalidos participantes da incrível, fantástica, extraordinária Vendée Globe, alijando da prova nada menos que seis concorrentes, em apenas dez dias, uma primeira e verdadeira tempestade ( força 10 ) aproxima-se perigosamente da cauda da regata.

- Salve quem puder, a vida!

Na mira da feroz tempestade, encontram-se os dois lanterninhas da regata: o peixe-grande- francês Raphaël Dinelli do "Fondation Océan Vital" + o peixinho austríaco Norbert Sedlacek do "Nauticsport- Kapsch".

Não sei se os amigos estão ligados, mas doze marujos já abandonaram a regata, que ainda não chegou à metade do percurso. Quase o número total de participantes da primeira edição da Vendée Globe que foi de 13.

Chamo mais uma vez a atenção das amigas velejadoras, para o fato de que as duas únicas mulheres participantes da regata terem conseguido, até o momento, driblar brilhantemente todos os obstáculos desta hercúlea prova, apesar de novatas, jovens e virgens. Virgens da Vendée Globe entendam-me bem. É de admirar a capacidade feminina de se adaptar, progredir e se auto superar. Sexo frágil hein? Sexo super poderoso! Pras mulheres dominarem o mundo da vela, basta só Papai Noel se tocar e substituir a boneca pelo barquinho à vela ao lado do sapatinho delas. Tá ligado Papai Noel? O rei dos brinquedos pra todas as idades e ambos os sexos é o barco à vela. Enquanto que a maternidade de verdade ou de mentirinha, não deveria jamais ser brincadeira de mulher-crianç a, nem de mulher-adulta. Maternidade é coisa seríssima, diria o José Dias.



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