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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O sábio-louco-professor Tanguy de Lamotte - Diário da Vendée Globe - 27º dia - 07/12/2012



Tanguy de Lamotte, velejador-solitário do duplamente belo veleiro "Iniciative-Coeur", que salva crianças carentes da morte




Para os amigos leitores que só se interessam pelo líder da regata, novidade, temos um novo líder na Vendée Globe. Quem?  O suíço campeão mundial de simpatia e de duas Velux 5 Oceans idem, Bernard Stamm. Eu, vocês já devem ter percebido, que não gosto muito de regatas,  debruço-me sobre o “Everest dos Mares” mais com o propósito de filosofar. Sim, o que mais me interessa são princípios a confirmar,  máximas a saborear e lições a apreender. Porque? Porque lideranças são
passageiras e máximas, princípios e lições eternos. Ligados? Isso, isso mesmo, vivo, sempre vivi minha vida fugaz mais ligado ao eterno que ao efêmero. Modas, manchetes, novelas das oito e lideranças de regatas são pra vocês que as adoram, não pra mim. Pronto, depois dessa, vou perder metade dos meus leitores. :) Antes de evaporarem, amigos leitores, digam-me uma coisa filosófica. Umazinha só.
Saber, é saber fazer?  
Ou saber é saber definir ?
Saber é saber perguntar?
Ou saber é saber ensinar?




Se o amigo leitor responder que saber é saber ensinar,  eu escolhi  o lugar certo pra estudar vela. Os gauleses amigos, adoram lecionar.  E porque adoram, ensinam tudo super bem. Mas seria possível alguém adorar o que não sabe fazer? Ou mais difícil ainda fazer bem o que não adora fazer? Mas se o amigo leitor concordar que saber é saber ensinar o Tanguy de Lamotte, do belo open 60 vermelho e branco “Initiatives Coeur” é um grande mestre. Vocês viram com que propriedade e “savoir faire” ele nos ensinou a consertar os carrinhos da vela grande de um veleiro?  O melhor de tudo é que ele não nos ensinou apenas a consertar os carrinhos da vela grande. Ele nos ensinou como consertar qualquer peça ou equipamento que sofra um dano qualquer a bordo de um veleiro qualquer.  Os capítulos em que nós brasileiros sempre pecamos  são dois. O primeiro e o último, o que acaba fu... %$#*@! Perdão, o que acaba comprometendo todo o processo. Pecamos sempre no capítulo "plan" e no capítulo "adjust", isto quando nos damos ao trabalho de os realizar. Nos outros dois a gente vai mais ou menos. Mas chega de “conversa fiada”, como diria minha avó Balbina. Vejam o vídeo acima e aprendam com Monsieur Tanguy de Lamotte como consertar os carrinhos da Vela Grande, ele que já havia nos ensinado  como escalar um mastro de 30 metros, ele que vem se revelando um dos melhores videomakers da frota da incrível, fantástica, extraordinária Vendée Globe. 


Bravo sábio-louco mestre Tanguy ! Porque louco além de sábio? Porque além de ótimo professor ele é ótimo ator e todo ator é louco.  Mas será possível ser bom professor sem ser bom ator? Seja como for, bons ventos e muito obrigado pela aula  maître Tanguy. Nós que adoramos aprender agradecemos a você, que adora ensinar.  Entendem porque, amigos, eu detesto quando um super-marujo-solitário da Vendée Globe arriba? Porque a cada competidor que abandona a regata, perdemos um excelente mestre da UTLSVG – Universidade de Todos os Saberes da Vendée Globe. Concordam? Quem cala, consente. Leme a meio!






CURIOSIDADE 1 – Sam et Jérémie em Sables d’Olonne

Atenção! Muita atenção que domingo que vem tem Sam Davies e Jérémie Beyou em Sables d’Olonne.  Às 14 h 30 na entrada do canal, às 15 h 30 no Point Info e às 18 h 30 “chez moi” em Port Olona. :)





CURIOSIDADE 2  - Pesquisando nos livros da biblioteca de Sables d’Olonne...

descobri mais um ponto em comum entre a primeira regata de volta ao mundo, a bordo de um veleiro, em solitário, sem escalas e passando pelos três terríveis cabos Boa Esperança, Leewin e Horn – e a atual edição da Vendée Globe. Vamos ver se o amigo leitor descobre qual. Em ambas pelo menos um velejador abandonou a regata e se refugiou num porto do nordeste da costa brasileira. Seus nomes são:

1 – Mike Golding e Sir Robin-Knox  Johnston
2 – Nigel Tetley e Jérémie Beyou
3 – Vicent Riou e Jérémie Beyou
4 – John Ridgway e Vincent Riou
5 – Louis Burton e Donald Crowhurst




CURIOSIDADE 3 - Há quatro anos atrás...

Não sei se vocês ainda se lembram, mas, há quatro anos atrás, eu escrevi o seguinte na 26ª página do meu diário do "Everest dos Mares":




"Muito bom dia amigas e amigos velejadores!

Já disse a vocês que detesto a escola e adoro o barco à vela, que considero a escola ideal, não disse?

Também já disse que aprendi mais coisas importantes sobre a vida, com minha humilde e pequenina "Estrela d'Alva", do que com todos meus ex-profs, chatos, todas e todos muito chatos, com raras exceções, não?

Agora mesmo, digo-lhes, que se vocês se encontram impedidos de velejar, porque a famigerada sociedade de consumo ou o maldito casório lhes amarrou pelo pé em algum poste em terra, leiam as matérias publicadas no ótimo site da incrível Vendée Globe e aprendam mil e uma coisas importantes sobre a arte-zen de velejar.    

 Na minha opinião, a mais zen das artes.

Curiosos pra ler minhas dez últimas notas de aula? Ei-las! 

1 - O excesso de velocidade na mar tem um preço, que pode ser muito alto.
2 - Se você folga a escota lhe chamam de covarde. Se você quebra o mastro lhe chamam de idiota.
3 - Tá ansioso a bordo? Experimente dar uma geral no seu veleiro pra verificar se tudo vai bem. Amarre todos os itens que possam voar pela borda em caso de uma adernada violenta. Dada a geral e peado o material, durma um pouco para recuperar as energias, que lhe serão necessárias quando o vento aumentar de força."








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