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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Violenta porranca, dessas de arrebentar corrente de âncora de uma polegada - De Cabo Frio à Ilha Grande, ida + volta, a bordo do veleiro "Hatuna Matata" em plena "Estação dos Ventos Fortes" 4






Carta da paradisíaca Ilha Grande - 24/08/2012 - foto de Fernando Costa



Antes de contar-lhes mais sobre nossa viagem de veleiro de Cabo Frio à paradisíaca Ilha Grande, ida + volta, a bordo do ágil “Hatuna Matata” de nosso amigo “Skipper Bavaria” quero dizer-lhes três coisas importantes:

PRIMEIRA – Os perigos que corremos.
SEGUNDA – O que temos contra nós.
TERCEIRA – O que temos a nosso favor.
Lá vai:

PERIGOS QUE CORREMOS

1 – A navegação costeira pode ser mais perigosa que a travessia de um
oceano.
2 – Abalroamento por um navio, durante uma calmaria sem motor, por exemplo (zona de intenso tráfego marítimo).
3 – Redes de pesca de espera, que podem enroscar-se no hélice, no leme ou na bolina.
4 – Pesqueiros com as luzes de navegação apagadas durante a noite contra os quais poderíamos nos chocar.
5 – Ataques de piratas.


O QUE TEMOS CONTRA NÓS

1 – Primeira vez que velejamos juntos.
2 - Ventos fortes (estamos no início da estação dos ventos na Região dos Lagos, que também poderia chamar-se Região dos Ventos).
3 – Vamos percorrer uma região costeira desprovida de abrigos.
4 – Nossas velas estão muito usadas.
5 – Um dos membros da tripulação foi obrigado a faltar às duas reuniões de planejamento que fizemos antes de partir.
6 – A saída da bomba de porão do "Hatuna Matata" foi erradamente instalada abaixo da linha d’água em plena carga. (!!!)
7 – Nosso bote inflável está fazendo água e é pequeno demais para quatro pessoas.

O QUE TEMOS A NOSSO FAVOR

1 – Temos dois mestres mais um arrais amador a bordo. ("Bavaria" e "Neguinho" são mestres e o "Sleep Bag" é Arrais Amador.)
2 – Temos um velejador “uma vela”, habilitado pela escola francesa “Les Glenans”. ("Canoeiro da Estrela")
3 – Dois membros da tripulação já haviam velejado juntos anteriormente. ("Bavaria" e "Neguinho")
4 – Um velejador circunavegou em solitário e navegando à vela as vinte ilhas da Costa do Sol a bordo de uma canoa de 4,86 metros de fundo chato chamada “Estrela d’Alva”. ("Canoeiro da Estrela")
5 – O "Skipper Bavaria" já havia realizado o trajeto Ilha Grande-Cabo Frio neste mesmo veleiro.
6 – O “Hatuna Matata” é um cascudo e espartano veleiro de regata.
7 – Temos um especialista em eletrônica na tripulação. ("Sleep Bag")
8 – Temos um tripulante com experiência em navegação oceânica. ("Sleep Bag")
9 – Temos um tripulante nordestino a bordo. (os nordestinos são os únicos brasileiros que sabem velejar – LoL!) ("Sleep Bag")
10 – Temos um tripulante socorrista a bordo. ("Sleep Bag")
11 – Temos um tripulante cursado em combate a incêndios a bordo. ("Sleep Bag")
12 – Temos um tripulante que projetou e construiu dois botes de apoio com as próprias mãos. ("Canoeiro da Estrela")
13 – Todos os tripulantes sabem nadar.
14 – Escolhemos bem uma janela de tempo favorável para a travessia.
15 – Um dos tripulantes tem como religião o “Controle de Qualidade”. ("Canoeiro da Estrela")
16 – "Skiper Bavaria" velejou no Mediterrâneo onde enfrentou, segundo ele, ao menos uma violenta porranca, dessas de arrebentar corrente de âncora de uma polegada.
17 – Um dos tripulantes mora a bordo de um veleiro de 28 pés há cinco meses. ("Canoeiro da Estrela")
Agora digam-me amigos leitores, que chance temos de voltarmos vivos e como “nosso” veleiro flutuando pra Cabo Frio? LoL! 10%, 20%, 30%? Digam-me quanto!



Bons ventos e até breve.

Fernando Costa

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