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sexta-feira, 16 de março de 2012

(11/12/2008) - Briga de Aranhas - Diário da Vendée Globe 2008/09 - post 33


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Vendée Globe 


33° dia 


briga de aranhas 


A aranha que Slocum trouxera de Boston liquidou com a aranha fueguina em apenas 30 segundos de luta.


Bom dia amigas e amigos!


Selecionei e comentei livremente  especialmente pra vocês, 7 extratos de flash infos publicadas ontem e hoje, no ótimo site da Vendée Globe. Ei-las. Bom apetite!


1 - « À vela eu levaria o mesmo tempo pra chegar à Austrália ou África”.


12/12/2008 – 07 h 59 


Loïck “Gitana Eighty” Peyron


Curiosamente eu que considero a perda do mastro como o mais deprimente desastre que pode atingir um veleiro na MAR, acho lindo um veleiro navegando com
mastreação de fortuna. Jamais esquecerei do bravo e belo “Brasil 1” dos titãs Alan Adler & Torben Grael deslizando lentamente com destino à distante Austrália. ( Sonhando alto, o Alan Adler poderia contruir um Open 60, batizado de “Brasil 2” para o Torben Grael, ou ele próprio, ou o Hombisveb* correr a próxima Vendée Globe, não poderia? ) Diga-se de passagem que Loïck Peyron navegava ontem a rápidos dez nós rumo ao norte, ainda em dúvida quanto ao seu destino, se a Austrália ou a África do Sul. O skipper francês continua tranqüilo, lendo e vendo TV. Só espero que não esteja acompanhando uma maldita novela televisiva brasileira. Seria o fim da picada e destruiria todo o romantismo de sua aventura, ou melhor dizendo desventura. A propósito. Novidade! Grande novidade!! Acabo de ver extasiado alguns extratos do segundo capítulo da única novela televisiva brasileira de que realmente gostei de ver, dentre as pouquíssimas ( 3 ou 4 quando eu ainda era bisonho ) que vi. Estamos falando da teatralização em vídeo do mais importante romance escrito em língua brasileira. “O Dom Casmurro” do excelso Machado de Assis, que se tivesse sido velejador e não escritor, teria velejado melhor e mais elegantemente que Slocum, Moitessier e Tabarly juntos. Boa, muito boa mesmo. Parabéns ao diretor Luiz Fernando Carvalho! Fico com a dele e recuso veementemente todas as milhares de outras que drogaram o povo brasileiro durante os últimos 60 anos. Mas deixemos de lado as novelas, que a pior regata é melhor que a melhor das novelas e que velejar por velejar é melhor que a melhor das regatas.


2 – “É a terceira vez que eu percorro o oceano Austral e apenas a primeira que tenho o privilégio de ver um iceberg. É todo azul-claro.. . sublime...”


12/12/2008 – 06 h 42


Michel “Foncia” Desjoyeaux


Comentou hoje de manhã nosso famoso tubarão-ogro- martelo-faminto- de-vitórias- o-professor que já reservou seu lugar na locomotiva do trem da regata.


3 – Estou atravessando no momento uma MAR caprichosa e perversa que me sacode violentamente em todos os sentidos. Acabei de dar uma atravessada. Levei um tempão pra recolocar tudo em ordem a bordo, mas o que mais me irrita é andar com minhas botas cheias de água gelada.”


12/12/2008 – 06 h 16


Jean-Baptiste “Groupe Maisonneuve” ex-“Galileo” Dejeanty


Deve ser um pesadelo para um jovem velejador navegar pela primeira vez nas altas latitudes... Só espero que o nosso amigo João  Batista consiga levar o primeiro Open 60 nascido brasileiro até o fim da regata.


4 – « Eu não me julgava capaz de tanto.»


12/12/2008 – 00 h 04


Yann “Genrali”  Eliès


Declarou todo feliz o Yann após ter conseguido substituir três talas quebradas da grande asa do seu bólido alado ao sabor de um vento de mais de 30 nós. Detalhe, as referidas talas quebraram quando o leme de sotavento do veleiro retraiu-se por uma razão misteriosa, com a qual nosso herói não pode atinar. Isso pra mim constitui umas das maiores alegrias a bordo, amigos. Consertar um dano qualquer com os parcos recursos de bordo da minha canoa alada. A gente se sente super importante num momento assim. Lembro-me do Moitessier lacrimejando de alegria por ter conseguido desentortar o gurupés metálico de “Joshua”, após o choque com um cargueiro, do qual ele se aproximara com a intenção de enviar sua correspondência. Voltando às talas quebradas do “Generali”, é por essas e outras que quando o vento está forte e a mar agitada eu prefiro cambar em oito do que jaibear. Melhor perder um tempinho na cambada do que arriscar as talas num jaibe de mal jeito. As talas, o mastro, as velas + o pescoço. E vocês? Como é que vocês se livram das perigosas conseqüências do jaibe com vento forte. Hein? Faço mil perguntas. Ninguém me responde nada. Ainda bem que sou velejador solitário. Estou habituado a falar sozinho e perguntar sem receber respostas.


5 - "Meus grilos Maria Carlota e Maurício pararam de cantar. Eu diria que eles estão anestesiados pelo frio."


11/12/2008 – 17 h 49


Roland « Veolia Environnement » Jourdain


Enquanto isso, eu acabo de presenciar uma cena terrível no quintal da minha casa. Um pobre grilo aprisionado na teia de uma esperta aranha três vezes menor que ele. Ela cinza-claro, ele verde-água-da- mar-da-praia- do-Peró-em- dia-de-sol- forte. Ele, o pobre grilo, tentava desesperadamente libertar-se, enquanto ela, a esperta aranha o enredava cada vez mais em sua invisível e poderosa teia. Fui até o quintal e acabei de conferir. Estão os dois abraçadinhos agora, debaixo da escada. O grilo quase imóvel e a aranha salivando. Conclusão: enquanto um grilo está são e salvo, ao lado de sua companheira, a bordo de um bólido alado velejando “a mil por hora”, aos 52° 19' de latitude sul. Um outro está quase morto em terra firme, aos 22° 52' de latitude sul. Incongruências desta vida. Depois, quando eu digo que me sinto mais seguro no mar, do que em terra, vocês balançam lateralmente a cabeça. A terra anda infestada de espertas aranhas amigos. Sendo que as mais terríveis são as aranhas-humanas, se é que me entendem, quando digo isso. Suponho que não. Mas talvez sim. A propósito, acabei de receber um e-mail de um “grilo-humano” que vem sendo lentamente devorado por uma penca de aranhas-vestidas- de... Deus queira que o meu amigo grilo se livre das aranhas e recobre a alegria de ir e vir e viva ainda muitos anos feliz. Esta trágica luta entre o grilo e a aranha, me lembrou de outra, relatada por Slocum no seu “Sozinho”. A famosa briga das aranhas. 


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6 - "Um albatroz me seguiu durante uns quatro a cinco dias e nós andamos conversando. "


11/12/2008 – 17 h 16


Arnaud « Akena Vérandas » Boissières 


Eu adoro ler esse tipo de coisas que um velejador solitário só nos diz após 30 dias de mar. Se não fosse as assíduas entrevistas concedidas durante as “vacations radio” + os numerosos telefonemas via satélite trocados com a equipe de terra + os freqüentes e-mails recebidos diariamente da a família e dos fans, eles diriam coisas ainda mais originais e interessantes. A mãe da originalidade é a solidão e não a promiscuidade. A promiscuidade é a mãe da mediocridade. E a novela televisiva a genitora da idiotice, com uma única exceção, a adaptação para o vídeo do “Dom Casmurro” de Machado de Assis, por Luiz Fernando Carvalho. Releiam Bernard Moitessier que vocês compreenderão o que quero lhes dizer. 


7 – « Eu vou me aproximo das ilhas Kerguelen. Meu pé luxado vai cada vez melhor, obrigado...”


11/12/2008 – 16 h 13 


Vincent « PRB » Riou


Adoraria ter tempo pra traduzir pra vocês toda a mensagem do Vincent Riou. Trata-se de uma aula de sensatez na mar. Aprende-se mil e uma coisas sobre a arte zen de velejar lendo esses cascudos velejadores pseudo-solitá rios da Vendée Globe, amigos.


http://www.vendeegl obe.org/fr/



"- Fechei a loja e compramos mercadorias e produtos, alugando a seguir um grande navio e transportando nossas coisas para o mar, munimo-nos de provisões e viajamos por dias e noites, durante cerca de um..."


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6ª noite


LIVRO DAS MIL E UMA NOITES


traduzido diretamente do árabe por Mamede Mustafa Jarouche


Bons ventos amigos cabofrienses




Fernando "Estrela d'Alva" Costa

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