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1 - O grande tubarão-branco inglês Mike "Ecover 3" Golding, velejando em orça folgada no meio do Atlântico Sul, está muito satisfeito com o desempenho do seu bólido alado.
"Meu barco é rápido e eficaz!"
7° lugar
2 - Só esta noite o "peixinho" norte-americano Rich "Great American III" Wilson conseguiu cruzar a linha imaginária do
Equador terrestre. 21° lugar
3 - O tubarão-martelo francês Michel " Foncia" Desjoyeaux , "Mich" para os íntimos, filosofa sobre as dificuldades de se viver a bordo de um veleiro todo adernado e pulando feito cavalo chucro em mar picado.
14° lugar
4 - O "cação"-francês Vincent "PRB" Riou, vencedor da última edição da regata, cognominado "Vincent, le terrible", observa que os ventos tem soprado em desacordo com as previsões meteorológicas, como de hábito, e que ele navega no través, feliz de abandonar a orça.
5° lugar
5 - O "peixinho"-norte- americano Jonny "Artemis" Malbon nos confessa seu esgotamento físico e mental após cruzar as odiosas "Calmas Equatoriais" . Ventos que variam repentinamente de 40° a 150° em direção e de 6 a 30 nós em força + chuvas torrenciais + longas calmarias.
19° lugar
6 - O "peixinho"-francês Marc "Safran" Guillemot lembra que pra vencer uma Vendée Globe, em vez de fugir, o velejador deve correr atrás do vento, evitando no entanto de mergulhar no olho dos furacões."
10 ° lugar
7 - O "peixe-grande" francês Sebastien "BT" Josse, "Jojô" para os familiares e comparsas, nos conta que sua noite foi agitada, ao sabor de constantes variações de direção e intensidade do vento, que o obrigavam a frequentes regulagens das velas e movimentações nos tanques de lastro do seu bólido alado.
2° lugar
8 - A bela "sardinha" inglesa Samantha "Roxy" Davies segue em frente toda alegrinha. "O céu está azul, o sol brilha, o piloto automático funciona às mil maravilhas, meu barco cavalga por sobre as ondas a toda veloc e eu estou em ótima forma, após duas semanas de regata.
13° lugar
9 - O "peixinho" francês Jérémie "Delta Dore" Beyou veleja lentamente, coitado, rumo a Recife, onde pretende ancorar em local abrigado e consertar, sem assistência, as cruzetas avariadas do mastro do seu Open 60, verde cor da esperança. Espero que ele tenha êxito, pois é meu autor favorito, dentre os participantes da regata. É imaginativo, bem humorado, amigo da filosofia e capaz de inesperadas associações de idéias, que me fazem sorrir com o cérebro. Seria uma pena ficar sem seus suculentos textos.
20° lugar
10 - O "peixinho" francês Yann "Generali" Eliès está impressionado com o ritmo forte mantido pelo tubarão Loïck Peyron, desde o início da prova: "Ele avança rápido no bom e no mau tempo e me obriga a abandonar minha postura cautelosa."
6 ° lugar
11 - A bela "sardinha" Dee "Aviva" Cafari confessa que anda estressada com o imenso barulho que fazem os Open 60, em especial na orça. "As vagas curtas e duras fazem o barco ranger todo quando bate de volta n'água, após uma decolada. É de doer!"
15° lugar
12 - O "peixinho" francês Armel "Brit Air" Le Cléac’h está intrigado com a posição atípica do anticiclone de Santa Helena, muito mais a SW do que deveria estar. Mas não é o único pensar desta forma... Todo resto da flotilha idem.
3° lugar
13 - O "peixinho" francês Arnaud "Akena Vérandas" Boissières que jamais tinha descido ao sul da Bahia, está encantado com a aventura de cruzar mares nunca dantes navegados.
16° lugar
Enquanto isso, eu, pequenino xaréu da paradisíaca Região do Lago/Costa do Sol, trabalhei duro na manutenção do mastro de alumínio dourado da "Estrela d'Alva". Melhorei nada menos que dez pontos importantes. Mas resta-me cada vez menos tempo pra chegar a Búzios, antes de sábado, afim de assistir ou participar da imperdível "Terceira Regata de Veleiros Clássicos de Búzios". Ia reclamar da chuva renitente, da mar agitada, dos ventos frios e fortes, mas me lembrei de nossos compatriotas catarinenses e mudei de idéia. Se minha situação tá difícil, imaginem a deles.
Coragem, força e boa sorte irmãos e irmãs da bela Santa Catarina!
Fernando "Estrela d'Alva" Costa
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