"O Cabo das Tormentas converteu-se em Cabo da Boa Esperança, e ela venceu a primeira e a segunda mocidade, sem que os VENTOS lhe derribassem a NAU, nem as ONDAS a engolissem. Não negaria que alguma lufada mais rija pudera levar-lhe a VELA do traquete, como no caso de João de Melo, ou ainda pior, no de Aires, mas foram bocejos de Adamastor. Consertou a VELA depressa e o gigante ficou atrás cercado de Tétis, enquanto ela seguiu o caminho da Índia. Agora lembrava-se da viagem próspera. Honrava-se dos VENTOS inúteis e perdidos. A memória trazia-lhe o sabor do perigo passado. Eis aqui a terra encoberta, os dois filhos nados, criados e amados da fortuna. Muitas há que precisam ser atraídas cá fora como um favor ou concessão da pessoa. Enfim, o basto e a espadilha fizeram naquela noite o seu ofício, como as mariposas e os ratos, os VENTOS e as ONDAS, o lume das estrelas e o sono dos cidadãos."
ESAÚ E JACÓ
Machado de Assis
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