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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um panda desesperado guiando o povo - 30 posts sobre a realização da COP21 em Paris/França - 14




- Selecionei no site oficial da WWF em português a matéria abaixo sobre os resultados alcançados pela COP 21 em Paris, pra vocês lerem.

 - Porque?

- Porque ela parece-me

clara e bem estruturada.

Espero que gostem.


- Mas será que o inimigo atual são mesmo As Mudanças Climáticas?


- Penso que não e vocês, o que é que vocês pensam?



Fernando Costa


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DIÁRIO DE PARIS

Dia 13, número 14 [12/12/2015]

Mémoire d'un Jour de Gloire. 

Em 1830, Eugène Delacroix, gênio da pintura romântica francesa, executava sua obra mais conhecida: "A Liberdade Guiando o Povo", hoje exposta no Museu do Louvre. Cento e oitenta e cinco anos depois, o WWF utiliza uma paródia desse quadro para chamar a atenção para a COP 21. Ao invés da jovem camponesa com um dos seios à mostra - referência à personagem Marianne, símbolo da França desde o século XVIII, vemos o Panda segurando a bandeira do WWF e guiando o povo rumo à vitória contra o inimigo atual: a mudança climática. Os personagens secundários não seguram armas, mas sim cartazes e tabuletas com mensagens aos chefes de estado. 

A causa mudou, os métodos de combate também, mas a necessidade de mobilização e participação da sociedade ainda é a mesma. Há poucas décadas, apenas os estados nacionais se reuniam em cúpulas da ONU. Hoje, as ONGs, sindicatos, centros de pesquisa, comunidades tradicionais e diversos outros grupos de pressão constituem a maioria dos participantes dessas cúpulas. Certamente não negociam, mas exercem "soft power", influenciando as negociações e vocalizando os desejos e interesses de uma cada vez mais poderosa, ainda que difusa, sociedade civil global. 

Como a maior organização ambientalista do mundo, o Panda entende e apoia o contexto de mais de 100 países, porém mantendo a perspectiva global, pois, afinal, habitamos um só planeta. 

Foi um orgulho participar dessa COP e escrever este Diário, com o crachá do Panda, representando o WWF-BRASIL. Onde houver uma luta a ser travada pela convivência harmoniosa do homem com o meio ambiente, lá estará a bandeira do WWF!

Noite adentro  

Ministros e diplomatas trabalharam madrugada adentro na proposta final do acordo, que foi apresentada hoje, dia 12, em uma plenária de alto nível, que contou com a presença do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, do presidente da França, François Hollande, da Secretária Executiva do UNFCCC, Christiana Figueres, e, claro, do Presidente da Cúpula do Clima, Laurent Fabius. Os discursos na divulgação do acordo final, intitulado "Transformando nosso mundo: a agenda de Desenvolvimento Sustentável para 2030", foram muito empolgados e com grande carga emocional, além de imperar o otimismo. Seis horas depois de apresentada a versão final, foi convocada a assembleia, que a aprovou, sem nenhuma objeção.

Dentro e fora

Embora o documento traga muitos elementos importantes, obviamente, como deve-se esperar de um acordo multilateral, alguns pontos acabaram não sendo incorporados na versão final.

A questão da limitação do aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2ºC e a predisposição em continuar esforços para limitá-lo em 1.5 º C foi uma das conquistas que ficou no acordo.

A criação de um mecanismo de revisão periódica dos compromissos voluntários dos países foi outro ponto importante mantido. Prevista para começar em 2025, as seguintes deverão assinalar uma progressão.
Foi prevista, também, a criação de um mecanismo de perdas e danos, para lidar com os prejuízos financeiros que os países vulneráveis sofrem por conta dos fenômenos climáticos. No entanto, o texto não prevê que estrutura esse mecanismo adotaria.

Já o financiamento – sempre ele – não ficou completamente delineado no Acordo de Paris. Por um lado, prevê, a partir de 2020, que os países desenvolvidos financiem US$ 100 bilhões ao ano para adoção de matrizes de energia sustentáveis e adaptação aos efeitos do aquecimento por parte dos países menos desenvolvidos. Por outro lado, o documento também prevê um novo acordo monetário a ser definido em 2025. Isso garante financiamento por apenas 5 anos, sem especificar quem assume o financiamento a partir daí.

Legalmente vinculante?

O Acordo de Paris entrará em vigor após ratificação de, ao menos, 55 dos 195 países que aprovaram o documento. Para tanto, o prazo estipulado vai de março de 2016 até o mesmo mês do ano seguinte.

The best of all possible world

Deixando a ingenuidade de Candide de lado, mas dotado de certo relativismo político de Voltaire, o acordo foi o melhor possível dentro das circunstâncias. O cenário climático e socioeconômico restringiu o Acordo de Paris, dificultando, e muito, a inclusão de outros pontos fundamentais ou igualmente importantes. Isso, no entanto, não desmerece os avanços constantes nesse compromisso.

E agora: quais os próximos passos?

O caminho até a entrada em vigor do acordo, em 2020, é fundamental para garantir seu sucesso. Idealmente, deveria haver revisão de sua ambição antes de sua implantação, o que não consta. No entanto, está previsto um próximo relatório do IPCC, seguido por uma avaliação (stocktaking), a serem realizados em 2018, quando certamente, o WWF acompanhará de perto ambos os processos. - See more at: ... LINK



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