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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"A MAR fala de ti" de Tiago Torres - Canções e poemas brasileiros & portugueses que citam a palavra MAR 4


"Duplo portal do paraíso 26" - setembro de 2012 - Cabo Frio - Brasil - foto de Fernando Costa





A MAR fala de ti 

Eu nasci nalgum lugar
Donde se avista a MAR
Tecendo o horizonte
E ouvindo a MAR gemer
Nasci como a água a correr
Da fonte

E eu vivi noutro lugar

Onde se escuta a MAR
Batendo contra o
cais
Mas vivi, não sei porquê
Como um barco à mercê
Dos temporais.

Eu sei que a MAR não me escolheu

Eu sei que a MAR fala de ti
Mas ela sabe que fui eu
Que te levei à MAR quando te vi
Eu sei que a MAR não me escolheu
Eu sei que a MAR fala de ti
Mas ela sabe que fui eu
Quem dela se perdeu
Assim que te perdi.

Vou morrer nalgum lugar

De onde possa avistar
A onda que me tente
A morrer livre e sem pressa
Como um rio que regressa
Á nascente.

Talvez ali seja o lugar

Onde eu possa afirmar
Que me fiz mais humano
Quando, por perder o pé,
Senti que a alma é
Um oceano.

Mafalda Arnauth

Compositor: Tiago Torres da Silva



20 comentários:

  1. Uma canção que arrepia sempre que ouvimos: Canão do Mar um original de Amália Rodrigues cantada pro dulce Pontes

    http://www.youtube.com/watch?v=QCahD0M9cv4

    Fui bailar no meu batel
    Além no mar cruel
    E o mar bramindo
    Diz que eu fui roubar
    A luz sem par
    Do teu olhar tão lindo
    Vem saber se o mar terá razão
    Vem cá ver bailar meu coração
    Se eu bailar no meu batel
    Não vou ao mar cruel
    E nem lhe digo aonde eu fui cantar
    Sorrir, bailar, viver, sonhar...contigo

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  2. Muito obrigado pela lembrança Paulo.

    Adoro esta lusitana canção, na versão da Dulce Pontes, desde a primeira vez que a ouvi e já havia publicado ao menos dois posts a respeito dela neste blog.

    Veja!

    http://estreladalvacabofrio.blogspot.com/2011/01/cancao-da-mar-reciclado-porque-e-hora.html

    http://estreladalvacabofrio.blogspot.com/2011/04/estrela-dalva-canoa-alada-slideshow.html


    Bons ventos!

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  3. Não tinha reparado, encontrei o seu blog quando pesquisei acerca um daimio 23 e é tão grande e tão interessante que só me permito 30min por dia, senão não saia daqui ;)

    Associo sempre esta canção à maior tragédia recente nos mares portugueses,, quando 152 pescadores perderam a vida em Matosinhos (Porto) em 1947 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Naufrágio_de_1947).

    Soube desse acontecimento quando ouvia esta canção e o video original é muito negro (http://www.youtube.com/watch?v=MSIGWEcR5Dc) e ficaram associados.

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  4. Sim, é verdade eu comprei um daimio 23 na França, só pra morar a bordo, durante a última edição da Vendée Globe. Depois fui obrigado a vendê-lo, com muita pena, porque no Brasil jamais encontrarei um barquinho tão bom, por um preço tão barato.

    Obrigado pelo elogio Paulo. Não sei se você já percebeu, mas estou tentando criar com este blog, um universo afetivo pra quem, como nós, ama a divina MAR, o inteligente BARCO À VELA e o sagrado MEIO AMBIENTE.

    Em homenagem aos lusitanos pescadores de Matosinhos acabo de anexar o vídeo a que você se refere ao meu post http://estreladalvacabofrio.blogspot.com/2011/01/cancao-da-mar-reciclado-porque-e-hora.html

    Mudando deste assunto triste, pra outro alegre, fiquei na dúvida aqui se gosto mais da Dulce Pontes, da Tereza Sampaio ou da Mafalda Arnauth. Acho que vou me casar com as três pra saber. :) Depois vou criar um novo conjunto musical "Estrela d'Alva", com essas três divas cantando juntas, pra ganhar em fama do "Madredeus". :)

    Bons ventos Paulo, esperando que nem a divina MAR, nem as oceânicas mulheres sejam cruéis com você.

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  5. Por diversas razões só agora pude começar a velejar, embora o chamamento do mar seja antigo. Ando à procura de um barco para comprar para o ano e vou vendo anúncios e aquele daimio chamou-me à atenção por estar a um bom preço e dentro do tamnho que pretendo, menos e 8m, por causa dos custos da doca). Pena não ter dinheiro este ano, senão ia vê-lo.

    Quem gosta do mar, têm de gostar do meio ambiente e da sua protecção. O que me tocou muito foi o tópico "Global Warming: Doomsday Called Off". Diz muito sobre o autor do blog.

    Se se quer criar o conjunto musical "Estrela d'Alva", tem de juntar estas senhoras:
    http://www.youtube.com/watch?v=CTyPuuq9yLM - Ana Carolina dos Cinema Ensemble
    http://www.youtube.com/watch?v=BdHbQBvgyQ0&list - Marisa
    E já agora, pedir ao Rodrigo Leão para compor as músicas. Até faria pele de galinha

    Outra canção fabulosa sobre os homens do mar de todas as nações e que toca especialmente os portugueses:

    O Homem Do Leme - Xutos & Pontapés
    http://www.youtube.com/watch?v=BWZZ2XtzSwc

    Sozinho na noite
    um barco ruma para onde vai.
    Uma luz no escuro brilha a direito
    ofusca as demais.

    E mais que uma onda, mais que uma maré...
    Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
    Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
    vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

    E uma vontade de rir, nasce do fundo do ser.
    E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
    a vida é sempre a perder...

    No fundo do mar
    jazem os outros, os que lá ficaram.
    Em dias cinzentos
    descanso eterno lá encontraram.

    E mais que uma onda, mais que uma maré...
    Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
    Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
    vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

    E uma vontade de rir, nasce do fundo do ser.
    E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
    a vida é sempre a perder...

    No fundo horizonte
    sopra o murmúrio para onde vai.
    No fundo do tempo
    foge o futuro, é tarde demais...

    E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
    E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
    a vida é sempre a perder...


    Bons ventos para si também

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  6. Chers Amis de la mer, merci pour ces superbes poèmes et pour la voix de Mafalda, comme une caresse qui fait frissonner...
    La chanson de Xutos et Pontapes est superbe! J'adore ces vers...

    E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
    E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
    a vida é sempre a perder..

    Je vous offre en contrepartie un classique des classiques, interprété par la majestueuse Juliette Greco

    http://www.youtube.com/watch?v=2E6_wudyrxA

    Bons ventos!

    LA MER - Charles Trénet

    Qu'on voit danser le long des golfes clairs
    A des reflets d'argent
    La mer
    Des reflets changeants
    Sous la pluie

    La mer
    Au ciel d'été confond
    Ses blancs moutons
    Avec les anges si purs
    La mer bergère d'azur
    Infinie

    Voyez
    Près des étangs
    Ces grands roseaux mouillés
    Voyez
    Ces oiseaux blancs
    Et ces maisons rouillées

    La mer
    Les a bercés
    Le long des golfes clairs
    Et d'une chanson d'amour
    La mer
    A bercé mon coeur pour la vie

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  7. Nuit de Mai, bonsoir! :)

    "A vida é sempre a perder" pra quem vive em terra. Pra quem vive em plena MAR, "a vida é sempre a ganhar", mesmo com o risco de perder a vida a qualquer momento. Risco esse que é muito maior em terra.

    Entendeu?

    Ei, quer ouvir uma bela canção em francês, sobre a divina MAR, que "Zolugo Mâle" me deu de presente em Ponta Delgada?

    Sim? Então ouça esta maravilha.

    "La mémoire et la MER" na épica voz de Léo Ferré.

    http://www.youtube.com/watch?v=Tedh6qktYfE

    La marée, je l'ai dans le cœur
    Qui me remonte comme un signe
    Je meurs de ma petite sœur, de mon enfance et de mon cygne
    Un bateau, ça dépend comment
    On l'arrime au port de justesse
    Il pleure de mon firmament
    Des années lumières et j'en laisse
    Je suis le fantôme jersey
    Celui qui vient les soirs de frime
    Te lancer la brume en baiser
    Et te ramasser dans ses rimes
    Comme le trémail de juillet
    Où luisait le loup solitaire
    Celui que je voyais briller
    Aux doigts de sable de la terre

    Rappelle-toi ce chien de mer
    Que nous libérions sur parole
    Et qui gueule dans le désert
    Des goémons de nécropole
    Je suis sûr que la vie est là
    Avec ses poumons de flanelle
    Quand il pleure de ces temps là
    Le froid tout gris qui nous appelle
    Je me souviens des soirs là-bas
    Et des sprints gagnés sur l'écume
    Cette bave des chevaux ras
    Au raz des rocs qui se consument
    Ö l'ange des plaisirs perdus
    Ö rumeurs d'une autre habitude
    Mes désirs dès lors ne sont plus
    Qu'un chagrin de ma solitude

    Et le diable des soirs conquis
    Avec ses pâleurs de rescousse
    Et le squale des paradis
    Dans le milieu mouillé de mousse
    Reviens fille verte des fjords
    Reviens violon des violonades
    Dans le port fanfarent les cors
    Pour le retour des camarades
    Ö parfum rare des salants
    Dans le poivre feu des gerçures
    Quand j'allais, géométrisant,
    Mon âme au creux de ta blessure
    Dans le désordre de ton cul
    Poissé dans des draps d'aube fine
    Je voyais un vitrail de plus,
    Et toi fille verte, mon spleen

    Les coquillages figurant
    Sous les sunlights cassés liquides
    Jouent de la castagnette tans
    Qu'on dirait l'Espagne livide
    Dieux de granits, ayez pitié
    De leur vocation de parure
    Quand le couteau vient s'immiscer
    Dans leur castagnette figure
    Et je voyais ce qu'on pressent
    Quand on pressent l'entrevoyure
    Entre les persiennes du sang
    Et que les globules figurent
    Une mathématique bleue,
    Sur cette mer jamais étale
    D'où me remonte peu à peu
    Cette mémoire des étoiles

    Cette rumeur qui vient de là
    Sous l'arc copain où je m'aveugle
    Ces mains qui me font du fla-fla
    Ces mains ruminantes qui meuglent
    Cette rumeur me suit longtemps
    Comme un mendiant sous l'anathème
    Comme l'ombre qui perd son temps
    À dessiner mon théorème
    Et sous mon maquillage roux
    S'en vient battre comme une porte
    Cette rumeur qui va debout
    Dans la rue, aux musiques mortes
    C'est fini, la mer, c'est fini
    Sur la plage, le sable bêle
    Comme des moutons d'infini...
    Quand la mer bergère m'appelle

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  8. Paulo, boa noite!

    "O Homem do Leme", que eu não conhecia, lembrou-me um dos meus poemas favoritos, do meu poeta favorito, que é português e não brasileiro. Consegue adivinhar o nome do poeta e o título do poema?

    Uma dúvida. O verso é mesmo "E uma vontade de rir nasce do fundo do ser."? Ir ou rir? Se for rir, estou plenamente de acordo. Eu gosto de velejar em plena MAR, pra rir, morrer de rir de mim mesmo.

    Ih, descobri um vídeo da portuguesa Mariza cantando em dueto uma das mais belas canções brasileiras, com a brasileira Daniela. Detalhe, foi a Mariza e não a Daniela quem escolheu a canção "Fascinação".

    http://www.youtube.com/watch?v=q7FnU0XAkLA

    Relendo esses ótimos comentários, deu-me vontade de publicar antes do fim deste ano, uma série das 30 mais belas canções sobre a MAR, de todos os tempos e lugares, em português, francês, italiano, espanhol e inglês. Aceito sugestões.

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  9. Boa tarde Fernando.

    É efectivamente RIR.

    Poeta que é Português e não brasileiro......
    O Homem do leme é uma canção sobre ir...

    Padre António Vieira?

    "Nascer pequeno e morrer grande, é chegar a ser homem.
    Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento, e tantas para a sepultura.
    Para nascer, pouca terra; para morrer toda a terra.
    Para nascer, Portugal: para morrer, o mundo”

    - Padre António Vieira, Sermão de Santo António, Sermões, VII, p.64.

    Acrescentaria eu: por opção e não por obrigação

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  10. "Paiaçu" ou "Grande Padre", era assim que os índios brasileiros chamavam o iluminado Padre Vieira. Resposta errada Paulo. Tem mais duas chances. O prêmio é o melhor possível, uma boa velejada a bordo da minha intrépida, apesar de pequenina "Estrela d'Alva", quando e se eu voltar pro Brasil.

    Sabia não, mas o Padre Vieira naufragou próximo aos Açores e realizou sermões sobre duas ilhas que visitei esse ano, Terceira e São Miguel. Leia!

    "Em 1654, pouco depois de proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes" em São Luís no estado do Maranhão, o padre António Vieira partiu para Lisboa, junto com dois companheiros, a bordo de um navio da Companhia de Comércio, carregado de açúcar. Tinha como missão defender junto ao monarca os direitos dos indígenas escravizados, contra a cobiça dos colonos portugueses. Após cerca de dois meses de viagem, já à vista da ilha do Corvo, a Oeste dos Açores, abateu-se sobre a embarcação uma violenta tempestade. Mesmo recolhidas as velas, à exceção do traquete, correndo o navio à capa, uma rajada mais forte arrancou esta vela, fazendo a embarcação adernar a estibordo. Em pleno mar revolto, na iminência do naufrágio, o padre concedeu a todos absolvição geral, bradando aos ventos:
    "Anjos da guarda das almas do Maranhão, lembrai-vos que vai este navio buscar o remédio e salvação delas. Fazei agora o que podeis e deveis, não a nós, que o não merecemos, mas àquelas tão desamparadas almas, que tendes a vosso cargo; olhai que..."

    continua aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Vieira

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  11. Bem, com um prémio desses........ até dói perder, mas como sabe o Homem do Leme, a vida é sempre a perder.

    2º Tentativa: Fernando Pessoa Mar Portuguez

    Ó mar salgado, quanto do teu sal
    São lágrimas de Portugal!
    Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
    Quantos filhos em vão rezaram!
    Quantas noivas ficaram por casar
    Para que fosses nosso, ó mar!

    Valeu a pena? Tudo vale a pena
    Se a alma não é pequena.
    Quem quer passar além do Bojador
    Tem que passar além da dor.
    Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
    Mas nele é que espelhou o céu.


    Têm os versos que orientam uma vida:
    Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor.

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  12. Parabéns Paulo!

    Desta vez você acertou.

    Fernando Pessoa é o nome do meu poeta favorito.

    Mas o meu poema favorito, que fala da MAR, do Fernando Pessoa, não é MAR PORTUGUÊS, é outro. Um poema terrível, que quase me matou na MAR, uma certa vez.

    Seja como for você ganhou metade do seu prêmio, mas falta a outra metade. O prêmio inteiro é uma boa velejada a bordo da cascuda "Estrela d'Alva", a canoa alada, em volta da ilha dos Papagaios em Cabo Frio, Brasil.

    Tem razão Paulo, "quem quer passar além do Bojador, tem de passar além da dor." Eu, por exemplo, pra voltar pro Brasil, quando eu voltar por MAR pro Brasil, terei de passar de novo além do Bojador.

    Curiosidade, a caminho de Gibraltar, passei cinco dias na terra natal do navegante, que primeiro dobrou o Bojador em 1434. Lembra do nome dele?

    Outra curiosidade, Cabo Frio, aparece no mais antigo mapa (1556) que mostra, de forma bastante imprecisa, o Brasil ("deitado em berço explêndido") , individualmente.

    Veja http://serqueira.com.br/mapas/ramus.htm

    Obrigado por participar. Seus comentários, críticas ou elogios farão nosso blog evoluir. :)

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  13. Se eu não soubesse quem primeiro dobrou o Bojador ou (Cabo do Medo), merecia ser condenado ás galés: Gil Eanes.

    Infelizmente não poderei aceitar o seu convite. Ir ao Brasil é demasiado caro para quem têm 5 crianças em casa.

    Tenho um livro em casa fabuloso sobre os primeiros tempos do Brasil (40 anos), da origem do nome e da importância que degredados e náufragos diversos tiveram até á criação das capitanias e do triste destino desses feitores.

    Sobre o mar, Fernando pessoa têm vários poemas, tenho de os reler a ver se adivinho qual o seu preferido. Só logo à noite.

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  14. Tenho solução pro seu problema Paulo.

    Venda sua casa, construa um veleiro de 60 pés, transforme sua esposa e filhos em tripulantes, cruze o Atlântico rumo ao Brasil e procure-me em Cabo Frio, pra receber seu prêmio. :) Acredite se quiser, mas circunavegar a ilha dos Papagaios a bordo da "Estrela d'Alva", pode ser mais emocionante que atravessar um oceano. Se você quiser se inspirar no exemplo do primeiro navegante a realizar uma volta ao mundo em solitário, adquira o livro "A viagem do Liberdade" de Joshua Slocum. Porque? Porque ele vivia a bordo do seu veleiro com esposa e filhos, que faziam parte da tripulação.

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  15. Ehehe

    Mas não levo os meus filhos para o mar. Sou pai galinha e passo a vida em alerta. Acho que me daria um ataque cardíaco antes de chegar à Madeira.

    Velejar é aquele momento no tempo em que estamos sozinhos, sem termos de verificar nada, em que apreciamos.

    Assim que puder, vou comprar alguns livros de vela e esse está na lista.

    Porque é que a Ilha dos Papagaios é tão emocionante?

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  16. Paulo, a cidade onde seus filhos vivem, qualquer que ele seja, é dez vezes mais perigosa que a alta MAR a bordo de um veleiro. Segundo as estatísticas os três lugares mais perigosos desse mundo são: o banheiro das casas modernas, a rua onde se mora e o interior de um automóvel, portanto morra de medo quando seus filhos entrarem ou transitarem por esses lugares e relaxe quando eles partirem pra MAR, a bordo de um veleiro.

    Já ouviu falar da brasileira família Schürmann?

    A ilha dos Papagaios faz parte do arquipélago dos meus sonhos, na Costa do Sol, que Americo Vespuccio chamou simplesmente de "O Paraíso" e que foi posteriormente citada na "Utopia" de Thomas More.

    Aqueles que conhecem bem o Brasil, dizem que mais bela que a Costa do Sol só o arquipélago de Fernando de Noronha.

    Preciso dizer mais alguma coisa?

    ResponderExcluir
  17. para mim, a vela é o meu escape, o meu mundo. Toda a vida trabalhei e tomei conta dos outros. Agora quero um espaço só meu, sem ter de andar a verificar os outros. Talvez aquilo que mais me atraia na vela, seja o solitário. Quanto mais penso, mais atraido estou.

    Por falar em canções do mar, uma com uma das grandes influências em Portugal: os celtas

    http://www.youtube.com/watch?v=_Ku8nHg7AOY&feature=share

    Quem sabe um dia aporto à sua Ilha.

    ResponderExcluir
  18. Bela canção, obrigado pelo presente. Minha ilha? Minha ilha favorita da Costa do Sol não é a de Papagaios, mas a de Pargos, ao lado da qual quase morri uma certa vez, que um colossal cumulo nimbo me pegou dormindo desprevenido... Passei de repente do sonho pro meu pior pesadelo.

    Velejar em solitário, amigo Paulo, é um dos maiores prazeres desse mundo. Quando cheguei ao Caribe, em março do corrente ano, após mais de 30 dias de MAR, navegando a bordo de um catamarã tripulado por mim e mais três marujos franceses, perguntei ao meu amigo Robin des MERs, como teria sido realizar aquela mesma travessia em solitário? Ele respondeu-me de bate pronto. Dez vezes mais emocionante! Também penso assim. Velejar em solitário é pra mim o cúmulo da aventura e segundo a grande velejadora solitária francesa Isabelle Autissier, (vide a conferencia que ela realizou na UTLS, em 3/7/2007, que será publicada neste blog mês que vem), não é mais perigoso que velejar em equipe. Porque? Porque quando sozinho contra as intempéries, um homem, todo e qualquer homem torna-se um super homem.

    Ei, você ainda não descobriu qual é meu poema favorito do meu poeta favorito, Fernando Pessoa. Jogou a toalha? :)

    Bons ventos

    ResponderExcluir
  19. Não, não joguei a toalha, mas estou a trabalhar non-stop há vários dias, os filhos a começar as aulas e ......
    Tenho exame de radio telegrafista na sexta e ainda não consegui estudar e o curso não é barato, (já pode ver como isto anda)

    e para piorar, nem uma saída à vela no último mês e nem perspectivas para o próximo. Mas prometo que no próximo fim de semana, vou ver isso.

    Tb ando a programar uma ida ao Sul de Espanha em Novembro, mas se não for desta, irei de seguida à zona de Gibraltrar, as suas fotos estão-me a deixar com vontade lá ir

    ResponderExcluir
  20. O pior de tudo é passar dois meses inteiros sem velejar. Vai perder todos os bons reflexos. Na verdade vai deixar de ser velejador. Velejador pra mim é aquele que veleja todo dia, como gostava de fazer mestre Harry Pidgeon. Porque? Porque só sabe velejar quem veleja todo dia. Quem veleja "uma vez na vida outra na morte", como costuma dizer minha avó Balbina sabe velejar não. Pensa que sabe, mas não sabe. Tenho uma boa notícia pra você, que gosta de velejar em solitário. Durante o próximo mês de outubro, publicarei uma série de posts, sobre as 30 mais importantes circunavegações do "planeta ÁGUA", realizadas à vela e em solitário (é lógico), já realizadas até o presente. Feliz?

    ResponderExcluir

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