NOVIDADES
1 – Natal nada feliz para o suiço Bernard Stamm que veleja contra mar e vento de proa em busca de um abrigo ao sul da Nova Zelândia com a tênue esperança de consertar, com os parcos recursos de bordo, seus hidrogeradores ambos danificados, para talvez reconquistar o direito de continuar disputando a regata.
2 – François Gabart e Armel Le Cléac'h continuam a brincar de troca-troca na liderança do "Everest dos Mares" como se isso fosse muito fácil de se fazer, seguidos de longe pelos olhos de lince de
Jean-Pierre Dick que planeja aproximar-se o máximo possível deles antes de dobrar o famigerado cabo Horn, mas conhecido como "O ferrão do escorpião das Américas" ou se preferirem um título ainda mais dramático "Cemitério de Marinheiros".
3 – Alessandro di Benedetto entra para o ranking dos melhores videastas da atual edição da Vendée Globle, ao lado dos já consagrados Tanguy de Lamotte, Jean Le Cam e Arnaud Boissières, com dois criativos vídeos de Natal, que imagino, vocês já devem ter visto.
1 – Natal nada feliz para o suiço Bernard Stamm que veleja contra mar e vento de proa em busca de um abrigo ao sul da Nova Zelândia com a tênue esperança de consertar, com os parcos recursos de bordo, seus hidrogeradores ambos danificados, para talvez reconquistar o direito de continuar disputando a regata.
2 – François Gabart e Armel Le Cléac'h continuam a brincar de troca-troca na liderança do "Everest dos Mares" como se isso fosse muito fácil de se fazer, seguidos de longe pelos olhos de lince de
Jean-Pierre Dick que planeja aproximar-se o máximo possível deles antes de dobrar o famigerado cabo Horn, mas conhecido como "O ferrão do escorpião das Américas" ou se preferirem um título ainda mais dramático "Cemitério de Marinheiros".
3 – Alessandro di Benedetto entra para o ranking dos melhores videastas da atual edição da Vendée Globle, ao lado dos já consagrados Tanguy de Lamotte, Jean Le Cam e Arnaud Boissières, com dois criativos vídeos de Natal, que imagino, vocês já devem ter visto.
E aqui vai, amigas e amigos leitores, como prometido e posteriormente adiado a segunda parte da minha lista de dez razões que me fazem adorar a Vendée Globe, a única regata que tenho o prazer de acompanhar dia após dia, com enorme curiosidade e interesse.
EXTRATO DO MEU DIÁRIO DA SEXTA EDIÇÃO DA VENDÉE GLOBE ( 2ª parte)
"6 - Os videoclips de cada Open 60 - Os belos promoclips ( videoclips de publicidade ) super bem planejados, produzidos, filmados e editados, que mostram os Open 60, de cada concorrente, velejando "a mil por hora", em todos os ventos e vistos de vários pontos de vistas diferentes, sendo que o meu favorito é o de topo. São muito bonitos esses barcos velejando... Grandes, largos, elegantes e tão ariscos quanto lasers gigantes e surpreendentemente conduzidos por um único homem. Os clips são mostrados como principais ingredientes de vários documentários exibidos na TV, internet e no DVD oficial da regata, editado só após seu encerramento, lógico.
7 – O maravilhoso site da regata - O site da Vendée Globe atingiu na minha humilde opinião a excelência, tornando o espectador da regata onisciente. Sinceramente? Eu que me considero insaciável no que diz respeito a tudo que me seduz, não consigo pensar em algo melhor no gênero. Acessando http://www.vendeeglobe.org/fr/ amigo leitor, você fica sabendo de absolutamente tudo o tempo todo através dos mais diferentes veículos e suportes da informação. Imperdível!
Artigos longos, artigos breves, fotos, vídeos, classificação, cartografia, meteorologia, vacation radios em francês e inglês, o diabo! Tudo de altíssimo nível e feito com aquele capricho, de que só os sábios franceses são capazes.
8 - Circunavegação da mais cascuda das ilhas - Todos sabem que cada louco tem a sua loucura. A minha é uma só, circunavegar ilhas velejando. Não sei explicar-lhes porque, mas quando cruzo a garganta de pedra do canal de Itajuru, deixando o forte de São Mateus por boreste, a primeira coisa que me vem à mente é circunavegar uma das vinte ilhas selvagens da paradisíaca Costa do Sol. Circunavegar novamente, porque já circunaveguei todas. Absolutamente todas e sempre a bordo da minha pequenina e intrépida “Estrela d’Alva”.
Pois bem, quando me dei conta que a Vendée Globe pode ser definida como a circunavegação da maior e mais difícil das ilhas, apaixonei-me, no ato, por ela.
9 – A incrível metamorfose que a MAR opera nos velejadores que participam da Vendée Globe - Ao longo da regata, amigos, os velejadores vão se transformando pouco a pouco em “homens marítimos” e deixando de ser “homens terrestres”. Uma espécie de retorno às origens. Essa incrível e profunda metamorfose, em tudo positiva, que eu já havia observado lendo os livros de Aleixo Belov, Joshua Slocum, Amyr Klink, Philippe Jeantot e Bernard Moitessier, manisfesta-se através dos seguintes sinais e sintomas:
Tornam-se cada dia mais resistentes ao frio e à umidade, dos quais vão parando gradativamente de reclamar, apesar de suas roupas irem se desgastando. Tornam-se cada vez mais resistentes às doenças e pequenos ferimentos sofridos a bordo, que tendem com o tempo a escassear. Tornam-se cada vez mais ágeis, fortes e bem equilibrados. Aperfeiçoam cada vez mais seus sentidos: audição, visão, olfato, tato e paladar, além de desenvolverem um “sexto sentido marítimo”, que é uma das faculdades mais preciosas que um marujo pode ter. É o que o leva a fazer a coisa certa, no momento certo, sem nem mesmo pensar.
Apuram cada vez mais seus reflexos.
Tornam-se cada dia mais inteligentes e criativos.
Tornam-se cada vez mais sábios a custa de filosofar*** sobre a existência humana, olhando pra linha do horizonte durante o dia e pras estrelas durante à noite.
Tornam-se cada vez menos preconceituosos e racistas.
Tornam-se cada dia mais humildes e sinceros.
Aprendem a valorizar os verdadeiros prazeres dessa vida: comer quando se tem fome, dormir quando se tem sono, realizar necessidades fisiológicas, tomar um bom banho de vez em quando, contemplar as belezas mil do planeta e pensar. Pensar é a grande festa!!!! Pensar é mais divertido que cantar, que dançar.
Tornam-se cada vez mais emotivos.
Tornam-se cada dia mais compassivos.
Enfim tornam-se cada vez mais capazes de sobreviver como seres vivos, cada vez mais felizes como pessoas e cada vez mais agradáveis como amigos.
Esse processo só não tem sido mais profundo, nos marujos e marujas que participam da atual Vendée Globe, por culpa dos freqüentes contatos com terra, que os modernos aparelhos de comunicação possibilitam. Não fosse isso, toda vez que um participante da Vendée Globe passasse mais de 30 dias no mar, começaria a transformar- se em Bernard Moitessier.
10 - A Escola de Navegação à Vela da Vendée Globe - Até o presente, amigos, eu havia estudado em duas escola de vela, não por acaso, ambas francesas:
- "Les Glénans"***, a maior escola de vela européia.
"A Bíblia da Vela Francesa" ou se preferirem "Le Cours des Glénans"***. A terceira é esta que venho cursando há mais de cinqüenta dias, com o maior prazer deste mundo, junto com vocês, a ESCOLA DE VELA PARA SOLITÁRIOS DA VENDÉE GLOBE. Isso, graças ao maravilhoso site da regata que nos ilustra, dia e noite, de todas as formas possíveis e imagináveis. Como os participantes de "O Everest dos Mares" são alguns dos melhores velejadores do mundo, você aprende a bem proceder em todas as situações que um velejador pode enfrentar na mar.
Fernando Costa
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