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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Nunca tantos abandonaram tanto, em tão pouco tempo - Diário da Vendée Globe - 11º dia - 21/11/2012







O polonês Zbigniew Gutkovski diz "Bye bye Vendée Globe!"



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Gostaria da mudar de assunto, amigos, mas não posso, não posso mudar de assunto porque mais um super-velejador do "Everest dos mares", o polonês Zbigniew Gutkovski, acaba de jogar a toalha. 
- Macacos me mordam, mas temos nada menos que
seis abandonos, em pouco mais de dez dias de regata, sem tempestade! Sem ciclone, sem furacão, sem tsunami. Número alarmante, não? Espero estar enganado, mas penso que pouquíssimos participantes da atual edição da Vendée Globe retornarão a Sables d'Olonne por MAR.


Curiosos pra saber quem já saiu da raia, amigo leitor? Eis a lista completa! Leia!

1 - Marc Guillemot do "Safran"

2 - Kito de Pavant do "Groupe Bel"

3 - Louis Burton do "Bureau La Vallée"

4 - Samantha Davies do "Savéol"

5 - Jérémie Beyou de "Maître Coq"

6 - Zbigniew "Gutek" Gutkovski do "Energa"


Que será que está acontecendo de novo? Porque tantos abandonos em tão curto período de tempo, gente? Eu diria, parodiando pela milésima vez, a famosa máxima de Churchil, que "nunca tantos abandonaram tanto em tão pouco tempo". E isso, sem tempestade, sem ciclone, sem furacão, sem tsunami. No entanto, consistente na liderança da regata, o ágil Armel Le Cléac'h venceu o cabuloso "Pot au Noir" com os pés nas costas, como diria minha avó Balbina. Quer saber mais, quer saber tudo sobre a regata em solitário, sem assistência e sem escalas da Vendée Globe, amigo leitor? Visite:

http://www.vendeeglobe.org





CURIOSIDADE 1 – Segundo gesto nobre

Como já disse a vocês, Samantha Davies está voltando pra França por MAR, usando uma mastreação de fortuna, pensando seriamente em aportar em Sables d'Olonne, pra agradecer aos seus patrocinadores vendeenses em particular e ao caloroso e gentil povo da cidade em geral. Eis aí mais um gesto nobre, digno de louvor, amigos. O segundo nesta edição da Vendée Globe, sendo que o primeiro foi o hiper-gentil oferecimento que Kito de Pavant fez da sua quilha, ao seu ex-rival Marc Guillemot. Não sei se vocês perceberam, mas ele foi o velejador mais aplaudido até o momento, quando da sua visita ao PC da regata em Paris. A confirmar, que minha estatística deixa a desejar.



CURIOSIDADE 2 – Comparando...

Não sei se vocês sabiam, mas as quatro últimas edições da cascudíssima Vendée Globe contaram, cada uma, com a participação de duas mulheres, enquanto que a atual com apenas uma, Samantha Davies, a "namoradinha da regata", que infelizmente já foi obrigada a abandonar a regata, há quatro dias atrás.


CURIOSIDADE 3 - Há quatro anos atrás...

Não sei se vocês ainda se lembram, mas há quatro anos atrás eu escrevi o seguinte, no meu diário da Vendée Globe: 

- Não sei se vocês concordarão comigo, amigos botões.

- Já vamos ver... 

- Penso, caríssimos botões, que a pessoa que sofreu a pior tortura, desde que o mundo é mundo, foi o piromaníaco Prometeu*. Lembram-se do suplício de Prometeu, meus botões?

- Prometeu... Prometeu... Prometeu... Pra sermos sinceros não sabemos nem quem foi o infeliz Prometeu, Fernando.

- Quem foi não, quem é, amigos botões.

- E o que fizeram com o pobre do Prometeu durante a ditadura?

A tortura de Prometeu, ignaros botões, é mais antiga que qualquer ditadura, deu-se no início dos tempos.

O titã Prometeu, nosso pai, nosso criador, para assegurar-nos a superioridade de humanos, sobre os outros animais, roubou o fogo dos deuses e no-lo entregou. E por esse imperdoável crime foi acorrentado no alto do monte Cáucaso, por ordem de Júpiter, o deus dos deuses. Para o desespero de nosso pai Prometeu, todas as noites um faminto abutre vinha comer-lhe o fígado, que se recompunha durante o dia... 

Se em vez de titã, Prometeu fosse velejador, o nome do abutre que lhe roeria o fígado todas as noites e eventualmente durante o dia, seria a Dúvida.

Neste exato momento, amigos, os 26 corajosos marujos e marujas que disputam a Vendée Globe estão se contorcendo de dor, com o bico da Dúvida trincado no fígado. Principalmente os que começaram a atravessar a zona de convergência equatorial, que os franceses chamam familiarmente de "pot-au-noir".





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