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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Louis Burton de volta a Sables d'Olonne - Diário da Vendée Globe - 20º dia - 30/11/2012



Louis "Bureau La Vallée" Burton, o mais jovem dos super-marujos-solitários a participar da atual edição da regata Vendée Globe, volta a Sables d'Olonne e explica o acidente que o obrigou a abandonar a aventura dos seus sonhos. - Les Sables d'Olonne - 30/11/2012 - foto de Fernando Costa



Acabo de fotografar, amigos, o retorno do mais jovem participante da atual edição da regata Vendée Globe, ao porto de Sables d'Olonne. Louis Burton é seu nome, e "Bureau La Valée" o do seu belo veleiro high tech, cujas velas são verde e amarelo como a bandeira do nosso amado Brasil. Que pena, que imensa pena, para um velejador tão jovem, que após ter conquistado, à custa de muito esforço e dedicação, o direito de velejar durante mais de três meses, em volta da Antártica, a bordo de um veleiro tão bonito e sofisticado, ser obrigado a abandonar esta aventura sui-generis, por culpa de um pequenino e infeliz acaso. Num oceano tão grande, tão amplo, tão devassado, tão desimpedido, colidir com uma traineira portuguesa... É muito azar, não? Curiosamente o
Louis Burton não estava mais triste não. Seus fãs foram tão amáveis e compassivos com ele, que conseguiram apagar sua melancolia inicial. 

 


Ele mostrou o estai danificado aos jornalistas e fãs, mais a marca de tinta da traineira sobre o costado, a bombordo do seu open 60. Um risco reto e superficial que em nada comprometeu a flutuabiliade do veleiro. Grave mesmo, foi o que aconteceu com o estai, super avariado pela colisão. Várias pessoas vieram recepcioná-lo ao longo do famoso canal, que leva ao cais da Vendée Globe.  Vi muitos sorrisos de compaixão, seguidos de acenos de mão e ouvi aplausos, mais gritos de "bravo" e de boas vindas. Emocionante. Mas falemos agora dos que continuam a disputar a regata.


 


Armel Le Cléac'h lidera a prova há duas semanas, mas pelo que pude observar, ele, que optou por governar mais a leste que o restante da frota em volta do famoso "anti-ciclone" de Santa Helena, poderá ser alcançado e talvez ultrapassado em breve. Porque? Porque os que optaram por navegar mais a oeste, pegaram ventos mais fortes e constantes do que o ele. Um desses felizardos chama-se Jean-Pierre Dick e navegava hoje de manhã a mais de vinte nós. O amigo leitor já velejou a mais de vinte nós a bordo de um veleiro? Não? Nem eu! A velocidade máxima da minha humilde "Estrela d'Alva" é de escassos 5 nós. :)






CURIOSIDADE 1 – A frase do dia pra mim é a do Arnaud Boissières: "Pra mim, todos os dias em que eu passo a bordo do meu barco, são de pura felicidade".





CURIOSIDADE 2 – Pesquisando agora mesmo a História da Vendée Globe, descobri, que a terceira edição da regata, disputada em 1996-7 e vencida por Christophe Auguin, contou com a participação de um certo "pirata". Vocês sabiam? O primeiro leitor que responder-me qual o nome deste famoso "pirata" num comentário a este post, receberá um pequeno-grande prêmio oferecido por mim. Uma moeda comemorativa da atual edição da Vendée Globe, que será entregue no Point Info da prefeitura aqui de Sables d'Olonne, até o dia 24 de dezembro de 2012.

CURIOSIDADE 3 - Há quatro anos atrás... Não sei se vocês ainda se lembram, mas, há quatro anos atrás, foi assim que eu comecei a 20ª página do meu diário do "Everest dos Mares":

" Cinco micro-news comentadas, vai? 

Salve amigas e amigos

1 - Derek "Algimouss-Spirit of Canada"  Hatfield fez uma oferenda à rainha Netuna, ao cruzar o Equador.

E ai dele se não o fizesse!

2 - A lista de problemas a resolver a bordo, da inglesa Dee "Aviva" Cafari, só faz crescer.


Velejar é o segundo maior prazer desta vida, mas também é isso, resolver problemas. E que alegria imensa nos invade, a nós, pequenos ou grandes velejadores solitários, cada vez que resolvemos, com os recursos de bordo, um novo ou antigo problema!

3 - Brian "Bahrain Team Pindar" Thompson viu seu primeiro albatroz.

Aposto que ele se lembrou do belo poema de Baudelaire, de mesmo título e que começa com estes versos aqui:

"Às vezes, por prazer, os marinheiros
Pegam um albatroz, essa imensa ave dos mares, 
Que acompanha, indolente parceiro de viagem,
O navio a singrar os..."






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