EM BRASILEIRO
- Todos nós que navegamos, temos medo de entrar na MAR.
- É natural.
- Nossas namoradas, mulheres e mães que ficam em terra, quando partimos pra MAR, sentem mais medo do que nós.
- É natural.
- Medo infundado e até ilógico esse nosso e de nossas mães, mulheres e namoradas, apesar de natural.
- Porque?
- Porque a cidade moderna já é dez vezes mais perigosa que a divina MAR.
- Porque?
- Simplesmente porque na cidade transitam muito mais
macróbios-humanos que na MAR.
macróbios-humanos que na MAR.
- Só por isso.
- Fosse o contrário, ocorreria o contrário.
- No dia em que na MAR trafegarem mais "macacos-piorados" que em terra, a MAR será bem mais perigosa que a cidade.
- Espero que isso nunca, jamais, em tempo algum, aconteça, porque se sim, ficarei sem refúgio.
Ontem à tarde eu velejei na MAR sem perigo algum.
- Hoje de manhã, vinha eu circulando numa via preferencial devagar, quando um carro saiu de repente da secundária e por um milímetro não me massacrou, junto com minha frágil bicicleta.
- Teria sido um acidente fatal, imagino...
- O bicho-homem é covarde, amigos.
- Sabedor que seu veículo é maior que o do seu semelhante, ignora as leis de trânsito pensando:
- Azar o dele se não me der passagem.
- Estória diferente, mas correlata, leiam.
- Um barco a motor de médio porte vinha se aproximando da garganta de pedra do canal de Itajuru. Ia guinar a BE pra cruzar a boca da barra e entrar na MAR. De repente apareceu um pequeno veleiro, um monotipo, um snipe vindo na direção oposta: MAR-terra. O barco a motor, mandou a proa em cima do veleirinho, pensando:
- "Oba, vou apavorar mais um".
- Eu percebi sua manobra muito bem, porque vinha velejando a umas 100 braças de distância, bem na esteira dele.
- Só que por trás do snipe apareceu outro snipe, mais outro, cinco, dez, vinte, uma porrada de snipes. O barco a motor então "botou o rabo entre as pernas", como diria minha avó Balbina, guinou tudo a bombordo, deixou todos os veleiros entrarem no canal tranquilamente, pra só depois, muito tempo depois, retomar seu rumo.
- Só que por trás do snipe apareceu outro snipe, mais outro, cinco, dez, vinte, uma porrada de snipes. O barco a motor então "botou o rabo entre as pernas", como diria minha avó Balbina, guinou tudo a bombordo, deixou todos os veleiros entrarem no canal tranquilamente, pra só depois, muito tempo depois, retomar seu rumo.
- Perceberam o perverso-instinto-de-hiena presente na mente do meta-orangotango-vagabundo-timoneiro-do-barco-a-motor, com o perdão da suja palavra motor?
"- Se fosse um só eu atacava, como são muitos abro passagem."
- Quando é que vou topar com um homem de verdade, amigos?
- Um que ataque sozinho um bando inteiro e dê passagem ao pequenino filhote indefeso ou ancião desgarrado?
- Nunca?
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