Já que durante as últimas 24 horas os 26 cascudos marujos, que disputam a Vendée Globe, navegaram em mar calma e ao sabor de ventos moderados, com excessão do Jean-Baptiste Dejeanty, que continua em recuperação, no cais comercial de Sables d'Olonne, filosofemos...
Há 6.000 anos que nós, os antropóides falantes, navegamos. Sempre em bando, sempre em grupo, sempre em equipe, sempre como integrantes de uma numerosa tripulação, com excessão dos últimos 115 anos e desde que o pioneiro Joshua "Spray" Slocum teve a brilhante e ousada idéia de se lançar sozinho na aventura máxima. Com efeito, navegar em solitário, amigos, constitui um ato bastante novo na face da Terra. E portanto a Vendée Globe é mais moderna que a VOR e tão moderna quanto a Velux 5 Oceans, ex-Boc Challenge, ex-Around Alone.
Há sessenta séculos que nós, humanos, navegamos na mar realizando frenquentes paradas em terra para descançar, para nos reabastecer, para fugir do mau tempo, para restaurar nossas naus avariadas pelo ponteagudo tridente de Netuna. Navegar sem escalas é portanto relativamente novo na face da Terra. E consequentemente a Vendée Globe é mais moderna que a VOR e que a Velux 5 Oceans, ambas entremeadas de "longas" escalas.
Há 600 décadas que nós, bípedes implumes, navegamos na MAR, mas sempre dependentes do apoio de terra. Logo, dar uma volta inteira ao mundo, sem assistência é bem novo na face do planeta. Por conseguinte a Vendée Globe é mais moderna que a VOR e que a Velux 5 Oceans, que já mudou de nome duas vezes.
A Vendée Globe, colegas velejadores, é a primeira e única regata em solitário, sem escalas e sem assitência do mundo. Estão ligados? Os franceses, seus inventores, organizadores e atuais detentores chamam-na "Le top du top" ou o "Everest dos Mares" e se me permitem "o nec plus ultra" em termos de regata.
E é porisso que ela é a minha favorita, por mais que me orgulhe do Torben Grael, Joca Signorini e Horácio Carabelli, que estão dando show de competência na VOR.
Atenção! Boa notícia! Boa notícia para os nacionalistas. Acabei de ler no site da Vendée Globe, que o ex-"Galileo", o primeiro Open 60 brasileiro, obra do Walter Antunes, que sonhava correr a regata, mas que infelizmente não encontrou patrocínio no Brasil, atual "Maisonneuve", do francês Jean-Baptiste Dejeanty, voltará à corrida amanhã às 17h. Vai ser o lanterninha, velejando muito à ré dos demais, sem contar com a motivação e incentivo da competição, sem contar com a segurança que a navegação em flotilha confere. Mas se conseguir chegar de volta, será sagrado herói nacional por uma multidão entusiástica. Porque? Porque a simpaticíssima população de Sables d'Olonne, considera campeão todo aquele que não desiste.
Os atuais líderes da regata são:
Loïck "Gitana Eighty" Peyron - link-da-imagem
Jean "VM Matériaux" Le Cam - link-da-imagem
Sébastien "BT" Josse - link-da-imagem
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