Comemoramos ontem, amigos, com um animado churrasco "patrocinado" por mim e muito bem temperado por mestre CRC, o relançamento à MAR da minha querida e inseparável "Estrela d'Alva".
Onde isso?
Na prainha da Passagem, margem direita do canal de Itajurú, Cabo Frio, Brasil.
Usamos a própria "Estrela d'Alva" como mesa e passamos agradáveis momentos a falar do lado bom da vida, realizando um dos rituais mais antigos da humanidade. Alimentar-se em família, em volta de um fogo amigo.
Humanos que comungam a mesma refeição, assada sobre a mesma fogueira, tornam-se irmãos. Mas todos nós, seres vivos do planeta somos fatalmente irmãos, pelo simples fato de sermos todos filhos da Terra. O churrasco estava muito bom. Bom demais. Todos elogiaram.
Eu que prometi promover o primeiro e último churrasco da minha vida, já estou no terceiro, este ano.
Será que virarei um aficionado do churrasco, abandonando as delícias da sutil comida japonesa? Quem sabe?
A propósito, o amigo leitor está ligado no fato, de que o uso do fogo, para assar ou cozinhar os alimentos, mudou completamente a biologia humana?
- Em que, por exemplo?
- No fundamental. Na ampliação do tamanho do cérebro.
- Alguém disse alguma coisa?
- Ah, entendi, tá sentindo falta das fotos?
- Esta série "queijo sem vinho", é assim mesmo, sem fotos.
- Sabem, vou confessar-lhes uma coisa, adoro fotos, mas as melhores fotografias jamais serão feitas. Ontem, durante o churrasco, por exemplo, aposto que o melhor foto jornalista do mundo, Henri Cartier-Bresson, teria deixado escapar todos os momentos decisivos.
Duvido que ele tivesse sido rápido o suficiente pra fotografar mestre CRC derramando o vinho chileno "Concha y Toros" nãos mãos, pra poder melhor saborear-lhe o aroma. Cena inédita pra mim. Nunca tinha visto ninguém fazer isso.
- Ou o momento em que a Nilza chegou trazendo o Felipe na garupa da bicicleta, toda sorridente e saudando os colegas abandonados desde o ano passado.
- Ou o momento em que o Felipe pegou minha bicicleta escondido e saiu pedalando com o reboque do "Alegria" atrelado, sem o "Alegria" em cima.
- Ou o momento em que o Fabiano controlava a altura das chamas na churrasqueira, feita com a carcaça do meu antigo PC, espirrando água salgada de dentro de uma garrafa de coca-cola-charope-vagabundo.
- Ou o momento em que o Washington temperava a carne com o molho especial feito de manteiga, salsinha, sal grosso, pimenta do reino e orégano, preparado por mestre CRC.
- Ou o momento em que mestre CRC salpicou o carvão incandescente, com sal-grosso dizendo. O fogo precisa ser temperado antes da carne.
- Ou a expressão de prazer do Robinson comendo um pedaço de contra filé assado ao ponto, no momento em que a fome triunfou sobre o sono.
- Ou o momento em que o Evandro entregou um tubo de PVC cheio de exercícios de Coordenadas Cartesianas dentro, a mim, que o repassei a mestre CRC.
- Ou o momento em que eu ergui o copo de vinho, direção céu, desejando paz à alma do falecido Roberto, autor da bolina da "Estrela d'Alva".
Tudo isso que vocês acabaram de imaginar, o famoso Henri Cartier-Bresson teria deixado escapar. E se o melhor fotógrafo do mundo perde as melhores fotografias, pra que fotografar um churrasco? Só se for pra fazer aquelas-típicas-fotos-medíocres-de-churrasco-de-sempre?
Bons ventos amigos Evandro, Fabiano, Felipe, Nilza, Robinson, Washington mais o mestre em arquitetura naval e churrasco CRC.
Muito bom revê-los!
Graças a vocês pude construir o pequenino "Alegria" e redesenhar sua mãe-coelha "Estrela d'Alva".
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