O "quebra-queixo" do "Alegria 1"

estudo para a pintura de fundo do "Alegria1"

 

Não sei se vocês se lembram, mas num antigo post eu mencionei as características mais heterodoxas do “Alegria”. Lembram não? Não deveria, mas vou resfrescar a memória de vocês: 

 

Roda de proa alongada, facilitando a manipulação do barquinho entre outras vantagens.

Mastro autoportante em bambu, barateando os custos e contribuindo para a leveza e simplicidade.

Recorte “artístico” dos bancos e do convés de proa, com a finalidade de economizar matéria prima, diminuir o peso e acrescentar elegância e harmonia visual ao conjunto.

“Charrete” triangular para rebocar o barquinho numa bicicleta simples. (Coisa jamais vista em Cabo Frio)

Bulbo de proa em fibra de vidro, instalado com a finalidade de conferir maior flutuabilidade ao barquinho, acrescentar estabilidade dinâmica e aumentar sua velocidade em 15%.

 

Falemos um pouco mais deste último tópico, que constitui até o momento a grande surpresa para quem olha pro pequenino "Alegria" à primeira vista e pra mim que já olhei pra ele umas 300 vezes, idem.

- Este bulbo foi desenhado por mestre C. R. para o catamarã "Pharaó", aqui de Cabo Frio e eu o adaptei para o "Alegria", por amor ao experimento. Resultado, no presente momento, só existem dois barcos com bulbo de proa em Cabo Frio, o pequenino "Alegria" e o "grande" Faraó. Os marujos da região não conseguem entender a utilidade do bulbo de proa, uma das mais recentes invenções no campo de interesse da arquitetura naval e chamam-no de "quebra-queixo". Porque? Não me perguntem que não sei.

- Posteriormente mestre C. R. deu-me a maquete original em papelão, feita por ele mesmo, de presente. Muchas gracias maestro!

- O bulbo foi construído por mim e pelo Evandro Lopes e finalizado pelo Fabiano, que lhe conferiu um acabamento de carroceria de automóvel. Lisinho. Redondinho, mas reforçado com uma liga de titâneo.

Ia dizer mais a respeito, mudei de idéia. Vou parar por aqui a bem da concisão. Se alguém se interessar pelo assunto, é só pedir maiores informações que as darei com prazer. O conhecimento não foi feito pra ser represado e sim comungado. Concordam? Viva a internet.

 

Bons ventos a todos!