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sábado, 4 de setembro de 2010

Laurinha Dekker + o batizado do "Alegria"

estudo para a pintura do costado do "Alegria 1"

Festejamos ontem, eu e meus amigos Evandro, Fabiano e Washington o batizado simbólico do "Alegria", com um churrasco na prainha da Passagem, o bairro mais antigo de Cabo Frio. Pronto, agora posso respirar aliviado. Quando ele morrer não irá mais pro inferno. Pelo contrário navegará eternamente nas águas verde-esmeralda da Costa do Sol. Não nos sombrios tempos que correm, mas entre o descobrimento do Brasil e os anos cinquenta do século XX. Mas voltando à realidade e só pra deixar vocês com água na boca, no churrasco de batismo do pequenino, humilde, mas sofisticado "Alegria" rolou contra-filé de boi, linguiça de porco, asa de frango, pão simples, pão de alho, mais uma farofa-rica preparada por mim mesmo. Parabéns ao churrasqueiro-dublê-de-artefinalista-de-bulbos-de-proa Fabiano pela performance! Detalhe curioso: todo os apetrechos e ingredientes usados no churrasco foram transportados com o reboque-do-"Alegria", desenhado por mim e construído em parceria com meu amigo Evandro. Outro detalhe curioso: Durante o churrasco nenhum dos presentes se interessou pelo suculento abacaxi, pela bela e grande manga e pelas saborosas tangerinas que levei. Porque será que nós, "macróbios humanos", gostamos mais de carne que de fruta, que é o alimento ideal? Ah, ia me esquecendo, mas vendo esse belo cão da Laurinha-gata, lembrei-me de um vira-lata que compareceu ao churrasco, sem ter sido convidado. Como foi um falecido vira-lata, que deu seu nome ao monotipo, que mudou pra melhor a história da vela na França, decidimos aceitá-lo entre nós como irmão. O filósofo Diógenes, que não queria parecer e sim ser um cão, teria aplaudido nossa decisão. Notaram? Irmão rimou com cão, que rimou com decisão. Estarei virando poeta sem querer minha gente?


Enquanto isso, acima da linha imaginária do Equador, nossa querida Laurinha Dekker passou o dia (31/8) velejando com um Laser emprestado de uma escola de vela, nas Ilhas Canárias e confessou-se fascinada e ao mesmo tempo perturbada com a visão da sombra do barco deslizando no fundo da MAR. Isto apesar da relativamente grande profundidade. Engraçado, coisa semelhante acontece comigo, quando velejo entre a ilha de Cabo Frio e o continente, em Arraial do Cabo. O ato de velejar que de hábito é surreal, nestas circunstâncias torna-se meta-surreal. Donde se concluiu que na vida de dois velejadores completamente diferentes coisas semelhantes podem acontecer. Viram como eu e a corajosa Laurinha Dekker temos algo em comum? Por esta e outras razões estou torcendo por ela com fervor e compaixão. Bons ventos pra você, minha pequena sereia!

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