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sábado, 25 de setembro de 2010

Isabelle Autissier conta os segredos do velejador solitário na UTLS 2

Boa noite amigas e amigos



Não sei se vocês se lembram, mas domingo passado, às 9 h 25, eu lhes recomendei a palestra "Aqueles que afrontam o mar" da velejadora solitária Isabelle Autissier, na UTLS. Hoje irei mais além. Citarei os argumentos mais interessantes da ilustre palestrante, na minha humilde opinião de canoeiro excêntrico. Dos dez vou comentar apenas 3 (três). Os demais deixo pra vocês fazê-lo. Muito mais divertido comentar, que simplesmente ler e calar, concordam? Detalhe, apesar do título genérico, a palestra refere-se especificamente ao caso do velejador solitário participante da hercúlea Vendée Globe, regata de volta ao mundo, sem escalas, sem assistência e passando pelos três cabos Boa Esperança, Lewin e Horn. Mas não se esqueçam que minha tradução é livre, bem livre, a ponto de distorcer, eventualmente, o texto original. Tentei várias vezes sem sucesso a tradução fidedigna. Não é minha praia. Me desculpem.



1 - A solidão do velejador solitário é diferente da solidão de um prisioneiro, de um doente terminal, de um ancião ou de um exilado. - Porque? Porque a solidão do velejador solitário foi escolhida por ele, e salvo em caso de acidente, pode ser interrompida por ele próprio, assim que o desejar.

2 - A solidão na MAR engloba reclusão, isolamento e afastamento.

3 - Ao contrário do que o velejador solitário espera, a sociedade não o vê como herói, mas como um indivíduo rebelde, problemático e desajustado.
Verdade! Atualmente os heróis favoritos da sociedade de consumo são os habitantes do antro dos reis da fofoca, o famigerado Big Brother e congêneres!!! Gente que fala o tempo todo e faz nada de importante.

4 - O afastamento de terra, para o velejador solitário, se traduz em termos práticos como um profundo mergulho no próprio ego.

5 - A convivência diuturna consigo mesmo, sem a mediação e o amortecimento que a convivência em sociedade oferece, é um dos grandes desafios para o velejador solitário e se bem gerida conduz ao conhecimento de si próprio.

6 - Os muitos meios de comunicação atuais, como a internet, o chat com web cam e o telefone satélite tornaram o velejador solitário, bem menos solitário.
De pleno acordo. Eu diria mesmo que navegantes solitários, a rigor não existem mais.

7 - A solidão no momento de se tomar decisões importantes conduz a grandes tensões internas.

8 - A solidão na MAR nos leva a inventar soluções criativas pra sobreviver, revelando potenciais nunca imaginados.
Inventar uma única solução, para os problemas mil que a MAR e o vento criam o tempo todo, proporciona-me uma alegria indescritível.

9 - Apesar dos meios de comunicação terem reduzido a solidão psicológica do navegante, sozinho no meio do Pacífico Sul, por exemplo, você está literalmente só, porque, por exemplo, em caso de acidente, o socorro mais rápido chegaria no mínimo em 15 dias.

10 - Estatiscamente, quando navegamos mais longe da costa, cometemos menos erros. Consequentemente é perto da costa que são mais frequentes os acidentes sofridos por velejadores solitários.

11 - A noção de passagem do tempo a bordo é diferente da noção da passagem do tempo em terra.
12 - O que mais conta na MAR não é o tempo que passa, mas o tempo que faz.
13 - Um velejador solitário queima em média 7 000 calorias por dia.
14 - O grande segredo de um bom desempenho na Vendée Globe está na preparação do barco e do skipper.
15 - O problema número um do velejador solitário participante de uma regata é minimizar os riscos.
16 - O ideal é se construir um barco personalizado.

Palestra edificante, abrangente e substancial, a da Isabelle Autissier na UTLS, mas ao mesmo tempo didática e previsível. Gosto mais de palestrantes teatrais, eloquentes e inventivos. O conteúdo é excelente. Faltou só investir na forma.

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