Aconteceu no dia 20 de setembro e foi um sucesso a quarta reunião do MOLOTEVE/CF ( Movimento LowTech da Vela em Cabo Frio ) com a presença do mestre-veleiro Arnaldo Andrade, da Cognac Velas, que nos falou e muito bem sobre MASTREAÇÕES ALTERNATIVAS e a quem muito agradeço a gentileza de ter motorado até a paradisíaca Região dos Lagos/Costa do Sol, para democratizar conosco seus largos conhecimentos sobre vela.
Ouvindo a agradável e ilustrativa palestra de mestre Arnaldo ocorreu-me uma nova fantasia. Tentar velejar o maior número possível de veleiros, com mastreações alternativas, antes de morrer. Não, não por favor, não estou desprezando o sloop, embora pense que todo tirano deva ser destronado. Só estou em busca do que passei a vida inteira perseguindo, emoções novas.
Na verdade antes mesmo de ouvir o animado discurso do mestre-veleiro Arnaldo, (que teve a delicadeza de visitar e fotografar a minha querida e humilde “Estrela d’Alva”, à beira do canal de Itajurú) eu já vinha namorando os veleiros de mastreação alternativa: Iole, Ketch, Cutter ( A "Estrela d'Alva" é um Cutter Bermudiano, estão ligados? ), Caíque, Iate, Palhabote, Escuna, Sumaca, Patacho, Brigue-Escuna, Polaca etc.
( http://www.ancruzeiros.pt/ancnomenct.html )
Minha curiosidade foi potencializada, quando em novembro do ano passado, tive o imenso prazer de timonear a escuna “Dália” dos simpáticos Silvana & George, ao som de “O Navio Fantasma” de Richard Wagner, circunavegando a ilha Branca em Búzios. Nunca pensei que um veleiro tão grande, pudesse ser tão fácil e agradável de velejar.
A palestra de mestre-veleiro Arnaldo durou uma hora e meia, mas evaporou-se como se tivesse durado apenas cinco minutos. E ele não utilizou nenhum recurso de ensino extraordinário. Só os tradicionais “quadro negro”, “giz” e “apagador”. Donde se conclui que quando o professor é bom, pode esnobar o “admirável mundo novo” dos recursos audiovisuais.
Da mesma forma, o bom ator pode dispensar microfone, iluminação, música de fundo, cortina, palco, maquiagem e agradar seu público.
Um dos alunos deu um conselho ao mestre.
- Seus discursos sobre vela são eloqüentes e substanciais mestre Arnaldo.
- Obrigado.
- Sabe o que você poderia fazer?
- Não!
- Andar com um gravador no bolso, entregá-lo ao fim do dia a uma digitadora e publicar um novo livro por ano.
- É? Vou pensar sobre isso.
Confesso-lhes no entanto que eu não fiquei totalmente satisfeito com o desempenho do mestre-veleiro Arnaldo.
- Porque?
- Porque eu sonhei que ele chegasse a Cabo Frio comandando um belo e grande veleiro chamado "Cognac", projetado, construído e armado em Iole, Cutter ou Ketch por ele próprio e com sua simpática esposa Bete como proeira.
Que iniciasse sua aula sobre "Mastreações Alternativas" lançando na piscina da pousada do Leandro, dez veleiros-miniatura-artesanais-tele-guiáveis armados em Iole, Ketch, Cutter, Caíque, Iate, Palhabote, Escuna, Patacho, Polaca e Sumaca e a finalizasse com uma inesquecível velejada em três dimensões, ao sabor do vento forte de NE, que soprou aquele sábado, dia 20/9, conosco, seus alunos, feitos tripulantes, a bordo do seu extra-ordinário veleiro "Cognac", ao largo da paradisíaca Costa do Sol.
Agora eu pergunto a vocês. Tem culpa mestre-veleiro Arnaldo de cruzar o rumo perigoso de um sonhador-quixotesco-inveterado tipo eu, que vive a querer coisas inviáveis e fantasiosas? Óbvio que não.
Antes que eu me esqueça, mestre Arnaldo me entregou um ótimo texto escrito e ilustrado por ele próprio, sobre o tema de sua palestra “Mastreações Alternativas” . O documento poderá ser enviado por e-mail aos interessados. Aqueles que assistiram ou não a palestra e que residam em Cabo Frio, basta me procurar que empresto o original para cópia.
O texto começa nestes termos:
“A propulsão à vela em barcos pequenos é prática que data de mais de 30 séculos no mundo ocidental. Muitas soluções satisfatórias foram alcançadas ao longo desse período. Outras tantas...” continua no paper “O Plano Vélico das Pequenas Embarcações” de Arnaldo Paes de Andrade
Curiosidade: Entrei na janelinha de pesquisa, do importante grupo Altomar com o nome Arnaldo e encontrei nada 4808 citações !!! Ou existem muitos Arnaldos no grupo Altomar, ou o homem é mais famoso do que eu supunha! Deveria tê-lo tratado ainda melhor, embora ele tenha me declarado que gostou de ter participado da quarta reunião do MOLOTEVE/CF e da estadia na bela e confortável pousada do Leandro, grande ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira de futebol, cabofriense da gema, imortalizado em estátua de bronze, que pode ser vista na Praça das Águas em Cabo Frio, ao lado da estátua do surfista Victor Ribas.
- Grande abraço mestre-veleiro Arnaldo. Saúde, bons ventos, ótimos negócios e até a próxima.
- Agradeço também o apoio do Museu do Surf, da Pousada Mariá e da Pousada do Leandro.
- Valeu Telmo, Radamés, Júpiter, Leandro, Marcelo e Evandro!
Extrato da newsletter nº 18 de 3/10/2008 – projeto “Estrela d’Alva”
Fernando,
ResponderExcluirPrimeiramente, quero dizer que desde que descobri seu blog, sempre o visito ansioso pela leitura de novos posts.
Vejo que compartilhamos muitas idéias sobre os "macróbios", motores, submúsica e "a mar".
Embora não possua uma canoa alada, e sim um Holder 12 que está a mais de ano sem ir para água (pretendo terminar o conserto do mesmo e salgá-lo em breve), gosto muito de não depender da tecnologia, pois quando ela falha, se não sabemos nos virar estamos F....
Gostaria muito de receber mo material do Arnaldo sobre mastreações alternativas. Meu e-mail é rs_souza2@yahoo.com.br.
Grande abraço e parabéns pelo blog.
Ricardo S. de Souza
Salve Ricardo!
ResponderExcluirFico feliz que você goste do meu recém-nascido blog. Minha intenção é tranformá-lo em parque de diversões, rico em opções, dedicado àqueles que amam a divina MAR. Aqui entre nós, eu "persigo" teatralmente os barcos de plástico feitos em série, mas no fundo, no fundo, gosto de todo e qualquer tipo de veleiro, pelo simples-complexo fato de ser veleiro. Talvez a mais inteligente invenção da doida raça humana. Minha intenção é apenas provocar o debate de idéias e criticar o preconceito daqueles que possuem barcos de plástico e menosprezam os que possuem barcos tradicionais de madeira, que são na verdade os ecologicamente corretos. Neste momento delicado em que o futuro da humanidade está ameaçado pelo aquecimento global, um barco de madeira deveria ser mais bem vindo que um de plástico. Isso se a madeira com a qual foi construído não for fruto do desmatamento. Enviarei seu e-mail a mestre Arnaldo, pedindo que ele lhe envie o referido "paper". Detalhe importante, valorizo as críticas tanto ou mais que os elogios.
Ótimos ventos!
Pronto amigo Ricardo
ResponderExcluirConforme o prometido, acabo de transmitir seu pedido a mestre Arnaldo.
Bons ventos